Mas eu estava falando de homens de armas "padrão". Não com outros casters. Não lembro de ter dito que o Clérigo é a melhor classe.
Eu sei que você não comparou o clérigo aos outros casters. O que eu estava tentando passar (mas não deve ter ficado claro por causa do negrito utilizado erroneamente naquela minha frase) é que Divine Intervention não é uma feature tão poderosa quanto parece devido à baixa frequência em que pode ser utilizada,
apenas uma vez por semana, mesmo no nível 20 quando o clérigo não precisa mais rolar a percentagem para a intervenção acontecer.
Eu até concordo que o clérigo seja capaz de ofuscar homens de armas "padrão" em certo grau, mas não por causa dessa habilidade, que no contexto de uma aventura inteira só deve funcionar uma vez.
Algo que me veio a mente - os Bardos podem ser a nova classe quebrada de Next.
O chassi do Bardo, especialmente do College of Valor é comparável ao de um Clérigo (d8, Armadura Média, Escudo, Armas Marciais), mas ele tem acesse a Double Attack de verdade no nível 6. A classe tem 1/2 Proficiency em todas as Perícias que não tenha Proficiency. E o que considero a créme-de-la-créme, Magical Secrets (ganha no nível 10, 14 e 18) permite ao Bardo acessar magias "from any class", o pelo texto inclui exclusivas de outras classes e talvez mesmo as de domínios, algo que já foi demonstrado como quebrado com o Archivist e o Artificer do 3.5 e quase todo Pathfinder.
Concordo, o bardo está muito poderoso nessa quinta edição. A lista de magias dele
já é excelente por si só, contando inclusive com uma das cantrips mais poderosas do jogo (Vicious Mockery), então a feature Magical Secrets só vêm pra melhorar ainda mais o que já estava ótimo.
Entretanto, ele não pode se beneficiar de tanta magia boa ao mesmo tempo, pois a classe não prepara magias, e sim possui um número limitado de magias conhecidas que pode conjurar espontaneamente. Não que isso seja um grande obstáculo para um jogador powergamer, que no caso só irá escolher as magias mais poderosas para o seu personagem.
Sem contar que o bardo também tem a sua disposição ótimas features, como Bardic Inspiration, Jack of All Trades e Expertise, só pra ficar em alguns exemplos.
Alguem que ache que clérigo e druida eram classes inferiores no 3.5 nunca jogou com nenhum deles, ou nunca fez/viu um que preste 
O preconceito desse povo é tão grande que eles praticamente não reparam nessas classes e mal conhecem a mecânica delas. E não duvide que alguns deles até tenham visto um personagem desses bem feito, mas tenham achado que o mérito foi do jogador e não das habilidades da classe do personagem - sim, jogador preguiçoso e que não se interessa pelas regras tende a pensar dessa forma.
O Clérigo e o Druida antes do D&D 3.X tinham (e ainda tem, fora da camarilha de Powergamers) a reputação de serem classes relativamente fracas e/ou maçantes ("Healbots"), só servindo para o papel de Suporte. Por isso quanto D&D 3E saiu, os autores decidiram conscientemente aumentar o poder e versatilidades dessas classes, para que alguém jogasse com elas por outros motivos além do "Precisamo de alguém para curar".
Em analogia, o Bardo Next parece que está seguindo uma trilha similar.
Exatamente, parece que estamos vendo o mesmo filme de novo.
Uma das maiores dificuldades em game design passa por tornar uma classe com papel de suporte atraente para os jogadores, pois a grande maioria deles não aceita bem servir "de escada" para os seus companheiros.
Foi por esse motivo que o clérigo e o druida vieram muito fortes na 3ª edição e agora o bardo veio com tudo nessa 5ª, pois na dúvida do que fazer para torná-las mais atrativas, os designers tendem a aumentar as suas opções e capacidades.
E de certa forma, tornar essas classes melhores deu um pouco de resultado. Hoje eu vejo mais gente que curte o clérigo e/ou o druida do que na época do AD&D, onde quase todo mundo jogava com eles na marra. Essa 5ª edição deve trazer mais popularidade ao bardo em algum grau. Mas não acaba com o preconceito que muito jogador -daquele perfil que não se interessa muito por regras e mecânicas de jogo- tem com elas.
Ainda hoje tem MUITO jogador por aí que acredita que "jogar de clérigo, druida, ou bardo é um saco porque tem que ficar curando e bom mesmo é jogar com o guerreiro que dá crítico se tirar 18-20 no dado". Mesmo quando aquela "classe chata" contribui bem mais dentro do jogo do que a sua.