Não lembro nem da 3e nem da 4e explicitamente dizendo que tinha que ter potencial pra combate, e sim que ganharia XP por um desafio onde houvesse possibilidade de falha (com consequências). Ou seja, a filosofia de premiação de XP do sistema funcionaria muito bem mesmo com um foco menor em combates.
Se estou errado, me corrijam.
Eu não entendo porque essa tentativa de recusar a idéia que em D&D a principal forma de premiação de XP é batendo nos monstros.
Mas vamos lá. Livro do Mestre, 3.5:
"When the party defeats monsters, you award the characters experience points (XP). The more dangerous the monsters, compared to the party´s level, the more XP the characters earn."
Essa é a primeira frase na parte de premiação por XP. O livro trata a possibilidade de ganhar XP lutando com os monstros como a principal forma de avanço. Tanto que quando ele lida com encontro sem combate para dar XP, ele limita o nível do encontro a, no máximo, o nível do grupo e sugere evitar recorrer com frequência a isso, a não ser que você queira uma campanha bem diferente do padrão.
Ele abre a possibilidade de ganhar também por missão cumprida, mas mesmo nesse ponto ele limita o ganho a nunca algo superior a soma de todos os encontros ocorridos ao longo do jogo e define isso como algo fora do padrão.
A 4e não é muito diferente. É possível passar vários níveis sem encontros que envolvam combates, usando premiação por missões e skill challenges para avançar os personagens. Mas é claro que o padrão esperado pelo jogo é vencendo monstros (tanto que a forma de cálculo desse XP é feito usando o padrão de experiência para monstros daquele nível).
Nota que eu não estou dizendo que D&D é 'só combate' ou qualquer daquelas bobagens que algumas pessoas falavam nos anos 90. Estou dizendo que o foco do jogo são cenas de combate. Por isso, a maior parte do XP ganho durante as sessões vem de enfrentar monstros (ou pelo menos, é isso que o sistema espera). O Mestre e os jogadores podem tentar fugir disso, mas o jogo não espera que isso aconteça com frequência e existem jogos melhores para jogar campanhas assim.
O que de novo, não torna D&D ruim ou algo do tipo. Ele é muito bom para o que ele pretende ser (nas últimas edições): jogo de ação medieval, com cenas de combate contra monstros.
Kimble, você está pulando o foco do meu post, que é mostrar que perícias não são o suficiente porque elas geralmente não lidam com coisas mais fantásticas cmo o Fey Step. Por isso estou apontando que poderes utilitários e rituais seriam a fonte mais adequada pra esse tipo de coisa na 4e. Na 3e isso era mais comum de achar nos poderes mais exóticos de algumas classes de prestígio (já que vêm "de brinde" - aspas bem grandes pelo opportunity cost - ao invés de serem "comprados" no lugar de algo de combate), e em magias utilitárias de nível baixo (já que geralmente os slots de nível menor não compensavam o uso de uma ação dentro do combate.
Eu estava tentando demonstrar o que você acabou comentado na tua resposta. Os dois ofereciam habilidades para uso em situações fora de combate. A diferença é que na 3e, elas vinham presas a classe e você não tinha escolha quanto a elas (até as regras de substituição de níveis surgirem). Na 4e, elas estão disponíveis para o jogador escolher. Só que como elas estão num mesmo pool que habilidades de combate, muitas vezes acabam sendo deixadas de lado.
Mesma coisa, só que feita de formas diferentes e com suas próprias vantagens e desvantagens.