@Mark Logan:
Teu exemplo do guerreiro 3eBom, é difícil debater algo assim porque isso tudo que tu disse (de ele ser striker ou defender) é algo que é mais teórico do que prático. Explico: ter defesa alta e PV alto não é garantia de ser defensor, ele precisa ter um mecanismo ótimo para impedir de fato que os inimigos cheguem nos mais "frágeis".
Mas claro, na teoria, era pra ser assim mesmo, tanto que na 4e, o guerreiro, desde que nasceu, sempre teve o pezinho no striker. =)
Quanto ao "malabarismo de classes"Eu não sei se tu tá se referindo especificamente ao meu debate com o Ferdineidos, mas, pra mim, malabarismo mesmo seria só se você tivesse que mexer na mecânica da classe (poderes, atributos, etc...), mexer nas perícias não vai tornar a classe diferente ou desbalanceada, nem coisa do tipo.
Nesse ponto, acho que o problema maior não é "classe X pode isso e não pode ser aquilo", o maior problema é a forma como cada classe é apresentada. É engraçado que, nesse tipo de discussão, quase sempre ela acaba se focando no que o guerreiro "era" e no que ele "é" agora, como se fossem duas classes que eram para ser identicas. A questão é que a 4e optou pelo design de "sua classe, seu role", ou seja, a classe definiria o seu papel de combate.
Então o guerreiro 3e não é o "equivalente" ao guerreiro 4e. O guerreiro 3e é "equivalente" ao Guerreiro, Ranger e Warlord 4e, entende?
O mesmo vai para o druida 3e, que acabou se dividindo em druida, xamã e warden. Outras classes 4e foram "misturadas" para emular certas classes de prestígio que (acho) eram frustrantes por forçar o jogador esperar pelo menos 6 níveis (e um certo malabarismo com níveis de classe) para ser, que é o caso do Swordmage, que nada mais é que um misto de guerreiro e mago 3e, que "destravaria" a CdP Cavaleiro Arcano.
Dito isso, pra mim o grande erro não foi "escorar" mecanicamente o arqueiro só no ranger, foi criar o ranger e colocar um fluff de "guarda florestal", quando ele pode assumir qualquer conceito de arqueiro mudano.
Quanto à tua lógica de classe "guerreiro" idealO que eu disse no ponto anterior é uma introdução ao que eu quero chegar: se o guerreiro chegar a esse ponto que tu idealiza, ele basicamente vai englobar o ranger e o warlord, pois são apenas outras facetas do "combatente marcial que luta de um jeito X". Nessa lógica até o próprio ladino pode ser englobado, afinal, ele é o "combatente marcial que luta de uma forma suja, covarde".
Mas que fique claro: eu não tenho nada contra classes que possam assumir mais de um role. O meu problema é com invasão de nichos. Eu não acho uma decisão de desing boa você deixar que uma classe possa assumir com facilidade 2 ou mais roles. Ele
flertar com um segundo role é uma coisa (Guerreiro 4e é defender, mas causa um bom dano, quase como de striker; Bárbaros são strikers, mas tem PV alto e vivem chamando a atenção para que os outros o ataquem, quase como um defender).
Agora assumir múltiplos roles torna tudo muito complicado, pois vai levar àquele problema do "Invasão de Nichos" vs "Personagens Focados". Se houver benefícios no enfoque, invadir nichos fica defasado e acaba por se tornar uma opção ruim (logo, um trabalho desnecessário). Se não houver benefícios no enfoque, invadir nichos fica muito bom porque não tem desvantagens e dá mais autossuficiência para o personagem, tornando a opção de enfoque ruim.
Em resumo, o meu problema está com adicionar complicações no sistema e na matemática do jogo que vão gerar conjuntos de opções boas e opções ruins. Aí, pra quem se preocupa tanto com iniciantes, a gente pode reclamar: o iniciante vai ser penalizado por acidentalmente escolher uma opção ruim. E se a opção existe, poxa, ela não deveria ser ruim.
"O guerreiro NÃO É, obrigatoriamente, um defender, como foi colocada na 4e, ele pode ser um, ao mesmo tempo que pode ser um striker, como era o caso das edições mais antigas. Os papéis sempre existiram, mas eu tinha uma liberdade maior em definir, após escolher a classe e o background que ela representa, qual deles eu iria me focar. Agora, na 4e, cada classe é um papel, e isso é algo que eu gostaria que mudasse na 5e."
Agora eu vou falar da minha preferência pessoal. Por mim a gente destituía esses conceitos "pesados" da classe e fazia uma classe para cada role de cada power source e pronto. No fim, você não escolhia "classe", você escolhia o role. Então, se você é o "defender marcial", a descrição da "classe" seria só: "você usa métodos mundanos para atrapalhar os inimigos e proteger seus aliados, você pode ser
qualquer coisa que não use poderes sobrenaturais e que luta na linha de frente". Se o nome dessa "classe" é guerreiro, por mim, pouco importa.
Mas eu não tenho nada contra classes que englobam vários papéis (com a ressalva de que isso possa tornar a classe complexa), o que eu quero mesmo é que tenhamos roles bem definidos, um grupo que, de fato funcione se cada jogador tenha um papel próprio.
E eu ainda iria mais longe: seria interessante se criassem mais dois roles "opcionais" que seriam diferentes dos quatros básicos, para quando o grupo fosse de 5 ou 6, os jogadores tivessem a oportunidade de não fazerem dobradinhas de roles. Mas como isso seria possível? Não criando roles completamente exclusivos, mas roles que seriam um certo "misto" de outros, como alguns arquétipos que o Lumine deu de exemplo em posts passados, como um Buffer/Debuffer (ou seja, dá bônus como um líder, mas não cura, ao mesmo tempo que dá penalidades pra geral, mas não mata minions a rodo ou controla o cenário como um controlador), ou um Skimisher/Healer (ou seja, corre e é "escorregadio" como um striker, mas não faz tanto dano e cura como um leader, mas não dá bônus nem as outras coisas), coisas assim. É claro que é só uma ideia rústica, mas difere do "classes que invadem nichos" porque são roles fechados e são facetas que são supridas por outros roles, mas a adição deles deveriam só variar o gameplay de grupo, sem entrar de cabeça em dobradinhas, ou coisa do tipo (esses "roles opcinais" poderiam ser, inclusive, meras "terceira build" das classes, sei lá).