Cara, tu fala em hipererotização e mons pubis e o escambau, mas me fala, quantas HQ's mainstream estão desse jeito?
Me mostra umas capas se for possível, porque eu não ando vendo muito disso não.
Aqui tem umas capas dos novos 52 da DC: http://omelete.uol.com.br/dc-comics/quadrinhos/dc-os-novos-52-veja-capas-do-relancamento-da-panini-comics/ até tem o que tu estás falando, mas gostaria de saber que nível te incomoda.
O mesmo pra essas mudanças de sexualidade de uma edição, porque a mais fora de contexto que eu vi até agora foi essa do wolverine e pareceu, por incrível que pareça, um bom gancho pra histórias (o Colossus Gay do universo ultimate, por exemplo é muito mais interessante que o hetero do universo 616, mesmo esse sendo um dos meus personagens favoritos).
Não é bem por ser mainstream ou indie ou qualquer outra medida de público não, já demonstramos que mesmo em mercados separados (mas não lá muito diferentes) há apelações de diferentes teores.
Fanservice, que é tão somente mostrar calcinhas e peitinhos sem motivo nenhum, é PRAXE em muitos animes e é até esperado, nem precisa ser hentai puro e tridestilado.
Vocês se agarram em um detalhe e acham que vão derrubar todo o argumento a partir disso... Lembra que eu falei da revista que foi feita pra vender a desgraça do 11 de setembro? Isso não tem a ver com sexismo mas é tão odioso quanto.
Eu não sou puritano, leio hentais que fariam você vomitar, possivelmente.
Eu só quero saber se você acha isso válido, já que a descartabilidade dos caráteres dos protagonistas, ou dos menorzinhos que nunca tiveram peso pra isso, me soa como simples apelo forçado pra vender e isso por si só, pra mim, é diferente de uma reformulação que prestasse mesmo atenção e não usasse estereótipos aguados pra fazer as vezes de algo que visasse realmente chocar, ou chamar a atenção de um público novo de maneira efetiva e bem pensada.
Não estou aqui pra vencer a discussão, e sim pra saber se isso é válido para vossas senhorias.
Pode ofender, chamar de retrógrado, de nostalgista, de purista pela enésima vez mas me diz, se possível, se vale a pena apelar! Seja pra sexismo, ativismo político, ETCETERA!
É subjetivo sim! Eu posso estar completamente errado, também! Mas quero esclarecer minha dúvida quanto a isso e não tenho lá muitos meios.
A impressão que dá é que você desaprova uma mudança apenas por ser "apelativa". Como o Agnelo apontou, elas podem trazer melhorias à trama. E é como eu falei, torna-se mais parecido com o mundo real, e pra mim o mundo dos Super-Heróis é um paralelo ao nosso.
Crude, o que é que você acha, também, desse tipo de mudança em outras franquias que não HQ?
Por exemplo, recentemente saiu 007 Skyfall; nele, Monnypenny, uma personagem que era mais coadjuvante dispensável ganhou força, histórico, mas agora é negra. O Agente Q, que chegou a ser interpretado pelo John Cleese (do Monty Python) num estereótipo de cientista maluco a serviço do governo, agora é um nerd hacker quase com espinhas. O vilão insinua-se como bissexual pra cima de James Bond e este vai na onda, "quem disse que seria minha primeira vez?" (embora me pareça que ele faça isso apenas pra desconcertar o vilão, como fez a piada do "coce meu saco" em Cassino Royale). O próprio 007 há três filmes está bem mais violento, chamam até mesmo de uma "bournerização", embora eu veja que ele ao mesmo tempo é exposto em situações como bastante vulnerável (e em Skyfall, mostra-se que ele está fora de forma e sofre de alcoolismo).
O que é que você acha dessas coisas? Eu achei que criaram novas tramas, deram mais substância a uma figura que se tornava cada vez mais estereotipada (eu RIA das presepadas dos Bonds anteriores). Você diria que e´só apelação?
Uma personagem que não era negra agora é, um cientista virou nerd espinhudo... Pô, mudança de linguagem visual. Atores morrem, figurinos mudam.
Bond alcóolatra e fora de forma? Bom, acho que todo mundo sabe que ele é humano.
A cena acidental onde ele seduz alguém por ser saradão serviu mais pra mostrar que o Daniel Craig é bonito do que o Bond é fodão, já que os atores que o interpretaram tinham de mostrar charme de maneira menos direta.
Não estou dizendo que o superhomem vai ser uma apelação escrota e babaca por deixar de usar cuecas por cima das calças como o Capitão EstadosUnidos, que ficou até bem legal sem as escamas e asinhas proeminentes.
Não vi ainda Skyfall pra saber se foi só cosmético, mas filmes a gente mede por outros parâmetros.
O James Bond sofre reformulações constantes, é um produto que como Batman, tem muito poucas coisas que façam dele o mínimo necessário para ainda parecer Bond, sem nostalgia vazia, uma estrutura que deve ser montada para que não seja um "Detonador em alta Explosão" e sim James Bond contra algum vilão que fala demais ou coisa que o valha.
Tanto que foi inventado o termo Bond Girl, pra descrever as mulheres que ele obrigatoriamente vai pegar no filme... Enfim.
Se subitamente o próprio Bond vira viado (ou bisexual, vá lá), como o Rei do Crime e o Nick Fury viraram negros e isso não tem o menor peso em seus personagens, ou vira piada de dois minutos, isso é aguado, falso, sem sentido, portanto apelativo, ou apenas ruim e apressado, mal pensado.
Se bem que ao menos com o Nick Fury, eu acho que o Samuel L. Jackson fez a cabeça dos caras.
Já o homem-aranha negro é um estereótipo ruim e nocivo ambulante, enquanto a versão japonesa é até engraçada de tão agarrada nos temas deles, tipo, o cara vai lá e pilota um megazord...
O Wolverine, que vive em conflito, não consegue fazer família, nem se relacionar com ninguém que não seja morto de maneira absurda para manter o status quo vira viado e namora outro herói que também é "suspeito" que seja homossexual... Se isso não é apelação pura e simples, que vai acabar sendo decalcada em menos de um ano eu não sei o que é.
Não é como se os personagens não fossem atores que podem ser mudados a um mínimo de caracterização para que ainda sejam reconhecidos como tais, mas quando são usados como fantoches na pior maneira possível não há jeito de eu achar que foi apenas um deslize.
Explicitem o máximo possível de detalhes, afinal estamos discutindo coisas bem subjetivas, gostos pessoais, impressões e como eu disse posso estar completamente errado, é pra ser assim mesmo.