Merlin poderia fazer várias coisas, mas deixava pro Arthur o trabalho pesado
Merlin raramente usava magia na maioria das versões mais antigas e funcionava principalmente como conselheiro. Quando ele usava, ele era tratado como personagem-ferramenta, pra avançar o plot.
Aliás, isso é algo comum em histórias de fantasia quando existe algum conjurador poderoso. A não ser que ele seja o protagonista da história, o conjurador só aparece na história na hora de resolver um problema que os combatentes não conseguem, pra então desaparecer até os combatentes precisarem dele de novo.
e Aragorn lutava no meio da galera e Gandalf se preocupava em conter ameaças maiores como os Nazgul.
A) Gandalf não era um mago no modelo D&D. Ele nunca foi um humano/elfo/etc. que aprendeu magia. Ele era uma criatura divina enviada para ajudar as raças da Terra Média. Ele é muito mais próximo de algum tipo de ser extraplanar bondoso, quando comparado com a mitologia de D&D, do que com um mago;
B) Ele é um exemplo claro de personagem-ferramenta que falei ali em cima. Basta ver a quantidade de vezes que ele some durante a trama, pra 'resolver outras coisas'. Leia-se, o autor afasta a criatura super-poderosa dos outros personagens, para que eles possam fazer coisas importantes.
CAda um no seu quadrado e essa parada de ficar disputando pra ver quem é mais forte é bobagem forte, afinal o rpg é um jogo de criação de histórias cooperativas e não competitivas.
O problema não é querer que guerreiros/ladinos/etc. sejam mais fortes. É que no modelo que foi mostrado no D&D Next até agora, certas classes tem mais ferramentas para influenciar a trama e conseguir tempo de spotlight do que outras. E isso é chato, pra muitas pessoas.
Ao que costuma vir seguido da resposta "É só o Mestre ser BOM e garantir que todo mundo tenha espaço e faça coisas legais". O problema é que:
a) Muitos Mestres preferem um sistema que não o obrigue a ficar criando formas de tornar todos importantes na história;
b) Muitos jogadores não querem ter a sensação que só estão sendo importantes porque o Mestre permitiu;
c) Muitos jogadores não gostam da sensação que precisam se segurar pra não tirarem espaço dos outros jogadores.
Aliás, a última opção era algo que me incomodava muito quando eu jogava com spellcasters certas edições do jogo. Ter que ficar olhando pro lado e pensando 'certo, se eu usar minha magia aqui, o ladino do grupo vai se tornar inútil numa cena em que ele deveria brilhar?' é algo bem chato de lidar.