Autor Tópico: [WIR] Where I Read: Pendragon 5.1  (Lida 12438 vezes)

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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #30 Online: Abril 03, 2013, 10:41:39 am »
[CONTINUANDO]

Tópico: Injury and Health

Blablablá violência deve significar algo blablablá por isso o melhor jeito de representar essa importância em jogo é fazer os ferimentos demorarem para serem curados. Eu... discordo bastante disto.

Eu entendo que diminuir a taxa de recuperação faz com que os jogadores queiram evitar o combate, mas também incentiva a tomar atalhos e realizar atitudes anti-heróicas para evitar o perigo.

Para ajudar a evitar mortes, o autor colocou uma regra de inconsciência: ao alcançar 1/4 dos pvs totais, o personagem automaticamente desmaia. Isso ajuda a evitar combates até a morte, apesar de ser uma regra perigosa quando numa batalha campal.

A regra por morte por pvs negativos é interessante. Em vez do personagem morrer em X turnos, como ocorre em vários outros jogos, ele precisa ser curado em algum momento até a meia-noite daquele dia. Se isto não acontecer, ele morre em algum ponto daquela noite. Isso dá mais tempo para os outros membros do grupo reagirem e faz sentido dentro do tipo de história que se propõe.

Segue explicação sobre ferimentos. Resumidamente, quando o personagem sofre um golpe cujo dano seja inferior a sua CON ele sofre um ferimento leve, igual a sua CON um ferimento grave e igual a seus pontos de vida totais um ferimento mortal. Ferimentos leves e graves podem ser tratados normalmente, mas mortais seguem um modelo diferente: outro personagem precisa realizar um teste de First Aid e conseguir fazer os pvs do aliado ferido subirem acima de 0, ou o paciente morre. Como ferimentos mortais ocorrem quando o dano é pelo menos igual ao total de pontos de vida do personagem e First Aid só permite curar 1d6 pvs, é fácil perceber como a maioria dos personagens que sofrem um ferimento mortal tem poucas chances de sobreviver.

Personagens feridos tem que descansar ou podem sofrer mais dano. Existe uma tabelinha indicando o que pode ou não ser feito. Um personagem com ferimento grave fica realmente imprestável, já que mesmo conversar ou discutir com alguém provoca perda de pontos de vida.

Seguem as regras para skirmish, batalhas com número pequeno de pessoas e que não podem ser consideradas batalhas campais. É simples, um teste oposto da perícia Battle é feito pelos líderes de cada exército. O resultado gera um bônus ou penalidade que é aplicado a todos os ataques na primeira rodada de combate. Depois dela se torna um combate comum, com personagens enfrentando um cavaleiro adversário cada um.

Ao final da batalha, cada personagem-jogador que estiver liderando um grupo de soldados faz outro teste de Battle. Ele determina se eles conseguiram capturar alguém e quantos homens foram perdidos na batalha.

É interessante um poema da época que o autor incluiu numa caixa lateral, sobre o orgulho que os cavaleiros sentiam em participar destas coisas e o tipo de comportamento que os jogadores devem representar:

Citar
My heart is filled with gladness when I see
Strong castles besieged, stockades broken
and overwhelmed,
Many vassals struck down,
Horses of the dead and wounded roving
at random.
And when battle is joined, let all men of
good lineage
Think of naught but the breaking of
heads and arms,

For it is better to die than be vanquished
and live…
I tell you I have no such joy as when I hear
the shout
“On! On!” from both sides and the neighing
of riderless steeds,
And groans of “Help me! Help me!”
And when I see both great and small
Fall in ditches and on the grass
And see the dead transfixed by spear shafts!
Lords, mortgage your domains, castles,
cities,
But never give up war!
—Bertrand de Boron

Classy!

Próximo Capítulo: Ambition and Faith

[CONTINUA]
Lido esse ano:
Feng Shui, Wu Xing, Blowing Up Hong Kong, MHRPG Civil War: X-Men, Shadows of Esteren, Dungeon World, 13th Age (Draft), Night's Black Agents, Pendragon 5.1, Legends of Anglerre, Hollowpoint, Planescape (caixa básica), Monsterhearts, Werewolf: DA, Player's Handbook Races: Tieflings, Apocalypse (WtA), Dragon Magazine Annual Volume 1
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Offline Lumine Miyavi

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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #31 Online: Abril 03, 2013, 10:52:58 am »
O valor de Glória não tem como afetar exércitos com moral, ou gasta-se pontos dela pra isso?

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Offline Agnelo

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  • O que se escreve num campo desses?
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #32 Online: Abril 03, 2013, 11:11:46 am »
Eu imagino o sufoco deve estar sendo ler esse livro, Kimble.

Mas não desista, está realmente divertido de acompanhar.
Eu amo você. Tenho orgulho de você. Você trouxe à sua mãe e a mim mais alegria do que eu achei que houvesse. Seja bom pra ela e cuide bem dela.

Seja um dos mocinhos. Você tem que ser como John Wayne: Não aguente merda de nenhum idiota e julgue as pessoas pelo que elas são, não pela aparência.

E faça a coisa certa. Você tem que ser um dos mocinhos: Porque já existem Bandidos demais.

Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #33 Online: Abril 03, 2013, 11:32:37 am »
O valor de Glória não tem como afetar exércitos com moral, ou gasta-se pontos dela pra isso?

As regras para combates em maior escala estão num apêndice, então talvez tenha algo lá. Mas nestas regras para combates menores, não.

Eu imagino o sufoco deve estar sendo ler esse livro, Kimble.

Mas não desista, está realmente divertido de acompanhar.

Eu termino a maioria dos livros que começo (mania minha), então vou ir até o fim. Mas agora até que não falta tanto, o texto principal acaba lá pela página 160-170 e depois são só apêndices com detalhes. E eu já estou na pág 133.
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #34 Online: Abril 03, 2013, 09:28:02 pm »
Citar
Em caso de falha, ele fica "abalado" e sofre de penalidade nos testes de perícia até o fim da cena, quando então fica "melancólico".

The traditional playstyle is, above all else, the style of playing all games the same way, supported by the ambiguity and lack of procedure in the traditional game text. - Eero Tuovinen

Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #35 Online: Abril 09, 2013, 11:13:09 am »
Penúltimo Capítulo. Faltam dois capítulos e seis apêndices. Os apêndices me pareceram mais gerais, então vou conseguir passar rapidamente.

[CONTINUANDO]

Chapter Seven: Ambition and Faith

O capítulo começa explicando como os personagens devem ter ambição por glória e status e como eles já são parte de uma elite privilegiada, já que menos de 2% dos habitantes da Bretanha na época tinham terras. O capítulo trata então da nobreza, status e ambições que os personagens podem buscar.

Uma caixinha lateral tem um texto educacional interessante sobre a visão da época quanto a democracia. Ele fala sobre um rei que decidiu elevar dois camponeses ao status de cavaleiros e o que aconteceu com ele depois.

Give a churl rule and thereby he will not be sufficed; for whatsomever he be that is ruled by a villain [peasant]born, and the lord of the soil to be a gentleman born, that same villain
shall destroy all the gentlemen about him: therefore all estates and lords, beware whom ye take about you. And if ye be a knight of King Arthur’s court remember this tale, for this is the end and conclusion.

—Malory X, 61

Coisas que aprendemos com esse texto:
a) Camponeses também eram chamandos de villains;
b) Democracia  :nao:

O jogo então explica quanto aos cuidados ao conceder terras aos personagens. Só existiam 100 earls (condes?) na Bretanha da época. E de cada 10 earls, um deles era um duque. E 25 reis (lembrando que por existirem vários, existe o termo High King).

Algo que isto me fez perceber é que nunca vi um mundo de fantasia medieval estilo D&D onde existiam vários reis servindo a um High King. Imperador sim, mas nunca uma nação quebrada em vários reinos com seus próprios governantes (reis) e um rei maior, que governava tudo.

Se um personagem alcançar o status de Barão, ele automaticamente se aposenta. Além disso, seu primeiro filho NÃO pode ser um personagem jogador, porque se aventurar por aí é perigoso demais. Nestes casos, o jogador monta a ficha do segundo ou terceiro filhos, já que eles normalmente podem correr estes riscos por não serem tão importantes para a continuidade da família.

O jogo então explica que é possível jogar com nobres importantes se o grupo quiser. Isto se torna um exercício de contabilidade, pois ele deve se preocupar com uma série de fatores como gastos com eventos, administração das terras, organização de casamentos, pagamentos para seus cavaleiros, manutenção de um exército para ser utilizado pelo seu senhor, etc. e etc.

Além disso, em campanha onde o grupo joga com nobres importantes cada jogador se torna um "GM de Meio Expediente". Como é esperado que seus personagens organizem eventos como parte de suas obrigações, seus jogadores são responsáveis por mestrar durante estes eventos.

Essa sugestão de "Meio Expediente" têm dois motivos. Primeiro, permitir que o GM seja um jogador de vez em quando, diminuindo a carga em cima dele. Segundo:

(...) part-time gamemastering helps train new Gamemasters by illustrating just how fun and manageable the responsibility really is when using the straightforward mechanics of the Pendragon game.

Ceeeerto. Não que a idéia de variar o Mestre seja ruim, mas não acho que dar um sistema cheio de detalhes e exceções seja uma boa idéia para treinar um novo GM.

Além disso, ele também sugere que jogadores podem mestrar quando a aventura se passa nas terras de seu personagem. Eu gostei dessa sugestão, é uma boa para quem quer uma campanha mais variada e onde ninguém quer mestrar todas as sessões.

O livro passa então a explicar os diversos níveis de nobreza, começando com os Vassal Knights. Como tinha sido explicado antes, Vassal Knights são cavaleiros que tem posse de terra. Eles também recebem alguns benefícios, como uma esposa indicada pelo seu senhor (pra que a "tabela de casamento aleatório" então?), dinheiro e recursos para manter seu estilo de vida. Personagens jogadores começam neste nível.

Depois vem os Banneret Knights, que são os cavaleiros que tem várias terras e comandam de 8 a 12 vassal knights. Eles tem mais posses e riquezas, mas normalmente não possuem um castelo. O hall da moradia deles também é bem melhor que o de um vassal knigh, indicando que eles não são um zé ninguém (  :victory: )

Depois vem os Barões, que são um título um pouco vago: todos que possuem uma terra recebida de um rei são barões. Em teoria duques e earls são barões, mas como as pessoas usam o título de posto mais alto entre os que possuem, a maioria prefere não se intitular Barão. Aqui começa também o papel de "GM em Meio Período": durante caçadas e eventos nas terras do personagem, seu jogador deve assumir o papel de GM.

Também é a partir do posto de Barão que os personagens podem começar a usar coroas!  :dança:

Depois vem os Earls/Counts, que segundo o livro são termos intercambiáveis. Earls são nobres que possuem terras no seu condado e terras também em outros condados.

E depois deles vem os Dukes, que são nobres que comandam diversos condados e possuem terras em diversos reinos. A partir desse nível que o personagem passa a ter castelos!

E aqui entra outro título vago: Rei. Eles são os nobres que são independentes e não precisam servir a ninguém, comandando pelo menos 100 cavaleiros com terras. Além disso, durante a época de Arthur se cria o posto de High Rei (Alto Rei), a quem os reis da Bretanha juram fidelidade.

Termo confuso porque existe outro similar: Pennath. Estes são nobres com muitas terras e cavaleiros e que muitas vezes são chamados de Reis, mas por algum motivo não são considerados assim. Como o caso de um nobre que é dono de muitas terras dentro de uma região pequena mas que ainda não é reconhecido como governante pelos outros nobres.

E então o livro passa aos cargos menores, que ajudam os nobres a comandarem suas terras. A maioria desses cargos NÃO eram vistos como presentes, porque podiam ser retirados de acordo com a vontade do lorde e eram considerado passageiros.

A lista de cargos:

CASTELLAN: Responsável pela manutenção e defesa do castelo do lorde.
CHANCELLOR: Normalmente servem somente aos reis, eles guardam o Selo Real que marca todos os documentos oficiais.
BUTLER: Responsável por cuidar da comida do lorde, incluindo a aquisição e estoque.
SENESCHAL/STEWARD: Responsável por alimentar a corte, incluindo aí a administração da cozinha.
CHAMBERLAIN: Responsável por proteger os aposentos do lorde. Já que os aposentos de um lorde eram o local mais seguro que ele possuía, também era ali que seus tesouros eram guardados, fazendo o CHAMBERLAIN ser responsável por eles também.
CONSTABLE: Responsável por cuidar dos aposentos dos membros da corte.
MARSHAL: Comandante das forças do lorde durante a guerra.
JUSTICIAR: Responsável por administrar a justiça do lorde e supervisionar os SHERIFFS.
SHERRIFS: Responsáveis por administrar a justiça dentro do condado.
 
Próximo Tópico: Religion

[CONTINUA]
« Última modificação: Abril 09, 2013, 11:16:51 am por kimble »
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #36 Online: Abril 09, 2013, 09:48:49 pm »
Citar
Próximo Tópico: Religion

O ponto forte do Greg. A forma como ele integra religião ao jogo de modo intrínseco tanto a nível de fluff como de crunch, faz D&D, com sua "religião de munição pra clérigos", parecer coisa de criança.
« Última modificação: Abril 09, 2013, 09:50:32 pm por silva »
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #37 Online: Abril 09, 2013, 10:17:13 pm »
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O ponto forte do Greg. A forma como ele integra religião ao jogo de modo intrínseco tanto a nível de fluff como de crunch, faz D&D, com sua "religião de munição pra clérigos", parecer coisa de criança.

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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #38 Online: Abril 09, 2013, 10:40:18 pm »
Que porra eh essa, Lu ?  :sobrancelha:
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #39 Online: Abril 15, 2013, 03:27:42 pm »
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RELIGION

O livro explica que religião é importante, mas conflitos religiosos raramente fazem parte de histórias envolvendo o Rei Arthur. Além disso, conflitos pessoais assim podem gerar todo tipo de problema num grupo.

Tá tudo bem até aí. O parágrafo seguinte é que achei curioso:

Citar
In general, players have a wide variety of attitudes about Christianity, ranging from
ignorance and indifference through curiosity and willing acceptance to fanaticism or even
overt hostility. For the latter people, Paganism is provided as an option starting religion for player knights.

Tenho sérias dúvidas sobre a decisão do autor em acreditar que a melhor forma de lidar com pessoas que abominam uma religião a ponto de não conseguirem jogar com um personagem que segue ela (e se mantém indiferente na maior parte do tempo), é fazer o jogador escolher uma outra religião.

A atitude do personagem quanto a religião é medido pelo trait Pious. Personagens com valor superior a 16+ são fanáticos, 15-11 possuem interesse, 10-6 são indiferentes e abaixo de 5 odeiam a religião e muitas vezes atacam e saqueiam propriedades da igreja. A maioria das pessoas são indiferentes, mas considerando que Galahad (o "cavaleiro ideal" em muitas versões) é fanático, provavelmente a melhor situação seja ter 16+. O autor faz questão de definir Thomar Malory, o autor da obra onde o RPG se baseia, como exemplo de cavaleiro com Pious 5 ou inferior.

O livro passa então a tratar com mais detalhes os diferentes tipos de religião. Começando pelo Cristianismo, ele explica como a maioria das pessoas tem um conhecimento limitado sobre a religião e como ela é dividida em dois:
a) Cristianismo Britânico: Trazido para as ilhas com José de Arimatéia, trazido um século depois de Cristo;
b) Cristianismo Romano: Originário e centralizado em Roma.

A essência da religião é igual a de outros lugares no mundo, com algumas alterações:
a) Jesus teria visitado a Inglaterra em algum ponto entre sua infância e idade adulta;
b) Ele teria convivido e ensinado os druidas da região;
c) Esses druidas se tornariam os primeiros cristãos quando José de Arimatéia voltou para a Bretanha anos mais tarde.

Além disso, o livro fala sobre como a Bretanha foi dominada pelos Romanos e seu rei levado para o Senado Romano para falar suas últimas palavras antes de ser executado. Mas aparentemente ele era um bom orador e  os senadores ficaram tão impressionados que deixaram ele viver. Ele ficou em Roma, sem poder retornar a Bretanha, mas seus parentes (já convertidos) retornaram para difundir a nova religião.

Então é explicado a história do Imperador Constantinus. Nascido Bretão, ele era filho de um imperador romano morto pelos inimigos. Ele foi coroado imperador e foi aos poucos recuperando o império do pai. Inicialmente ele não era cristão, seguindo o Sol Invictus. Essa religião tentava absorver diversas seitas pagãs, apesar do autor não explicar direito acredito que fosse alguma forma de sincronismo religioso.

Constantinus teria se convertido depois de ver um sinal nos céus e ter feito uma promessa que iria virar cristão se vencesse a batalha de Milvian Bridge. Ele venceu e se tornou cristão (mas só foi batizado no leito de morte, anos depois).

Rapidamente ele passou a usar da igreja para ajudar a administrar seu império, o que foi tornando ela cada vez mais importante. Como a igreja romana também não era tola, ela se aproveitou disso para mudar o lema "Um Deus, Uma Igreja" usado pelos cristãos em geral para "Um Deus, Uma Igreja e Um Bispo", significando que somente a variante cristã profetizada pelos romanos era a verdadeira.

É importante lembrar que na época não existia O cristianismo, mas dezenas de seitas e variações do cristianismo. E que a Igreja Romana resolveu utilizar dessa validação por Constantinus para perseguir as "seitas hereges".

Assim, a Bretanha é dividida entre as duas formas de cristianismo, com a Igreja Romana tentando extinguir a Bretã.

FUN TIMES!

Existem várias diferenças entre as igrejas, mas a principal é que o Cristianismo Bretão é muito influenciado por antigas crenças druídicas. Assim, monastérios são associados a uma tribo ou clã e bispos são apontados pelos reis. E o dia da Páscoa varia para cada tipo de cristianismo, o que pode parecer pouco importante inicialmente, mas esse era considerado o evento religioso anual mais importante para as duas religiões. Logo, esse se torna outro ponto de atrito.

Para evitar ser polêmico, o autor oferece duas visões para a Igreja nesse período. Uma positiva, considerando que ela trouxe muitos benefícios para a sociedade, e outra negativa, considerando que ela só trouxe malefícios.

Sobre o conflito entre preceitos religiosos e a guerra, o livro apresenta 3 doutrinas que os cavaleiros deveriam seguir:

THE PEACE AND TRUCE OF GOD

Ela dizia que os religiosos, camponeses e comerciantes deviam ser protegidos, assim como suas propriedades. Ela também dizia que entre o pôr-do-sol de sexta-feira e o nascer do sol na segunda, assim como em feriados religiosos, qualquer tipo de combate deveria ser evitado. E que após o fim de uma guerra o cavaleiro deveria fazer penitência para expulgar seus pecados.

Obviamente, ninguém dava a mínima pra isso. O autor sugere que personagens que tentem seguir isso sejam recompensados com rolagens de experiência.

JUST WAR

Resumidamente, o que importa durante uma guerra é o que você tem no seu coração. Se você ama seu inimigo, matar não é pecado.

Não, não é piada. A frase exata do livro:

Citar
If they love their enemies as they slaughter them, anything is excusable.

E os outros povos é que são bárbaros  :linguinha:

Para uma guerra ser considerada Justa, ela tem que atender alguns critérios aprovados pela igreja:
1) Sua causa é justa? Em caso de resposta dúbia, muitos nobres pagavam filósofos e teólogos para criar justificativas para suas causas.
2) Todas as outras formas pacíficas de resolver isso foram tentadas? Guerra é a última opção.
3) A guerra foi declarada por uma autoridade legítima? Normalmente reis, duques, bispos, etc.
4) A guerra será travada de forma honrada? Vide The Peace and Truce of God.
5) A guerra irá trazer danos menores do que a causa que a originou?
6) O sucesso é provável? Como a vitória tem origem divina, se ela não for garantida ou provável é porque a guerra não é Justa.

CRUSADES

Cruzadas eram guerras iniciadas pela igreja para recuperar a Terra Santa. A Igreja considerava isso útil pois fazia os nobres pararem de lutar entre si por algum tempo. E os nobres achavam isso útil porque era uma forma fácil de se livrar de vassalos problemáticos (*selo CKII de veracidade histórica nisso*).

Como é uma causa religiosa, certas coisas mudam. Primeiro, o cruzado é perdoado de pecados anteriores e futuros que venha cometer durante a guerra. Isso porque nada é pecado quando é feito contra um pagão.

Citar
Furthermore, dishonorable means are excusable against unbelievers. (A holy war exempts men from ordinary morality.)

O jogo então trata de cavaleiros malignos, passando as virtudes que eles devem seguir:
Evil (Anti-Christian) Virtues: Vengeful, Selfish, Deceitful, Cruel, Suspicious.

Enfatizando o lado simulacionista do negócio (porque, ei, esse capítulo foi quase só descritivo) para ser realmente considerado MAU você precisa ter 80 ou mais pontos nas virtudes malignas. Caso contrário, você só é... meio antipático?

Próximo tópico: CHRISTIAN PLACES OF INTEREST

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« Última modificação: Abril 15, 2013, 03:30:24 pm por kimble »
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #40 Online: Abril 16, 2013, 03:21:48 pm »
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CHRISTIAN PLACES OF INTEREST

Segue uma listinha de locais religiosos importantes, nada muito chamativo. E uma explicação das ordens da época. Em resumo, entrar numa ordem religiosa era uma forma dos camponeses melhorarem de vida, mas não espere chegar a liderança destes locais. Isso é pra nobres.

Uma listinha de postos dentro da Igreja. Não sabia que conventos juravam lealdade a algum monastério próximo. Também não tinha a mínima idéia que cenobita era um termo religioso para um monge que vive numa comunidade. Sempre pensei que fosse isto aqui. E depois uma lista de religiosos importantes da época. Sinceramente, nada que me chama muito a atenção.

E então o livro passa a discutir o Paganismo  :venera:

Como existiam várias seitas diferentes o livro se concentra na da região de Cymric, onde o jogo começa. A religião acredita em diversos deuses e espíritos poderosos, que vivem tanto no nosso mundo quanto no Mundo das Fadas/"Otherside". Ele também acredita em vida após a morte E reencarnação: ao morrer você vai para o Otherside, mas você também pode reencarnar no nosso mundo.

A tradição é repassada de forma oral, porque o paganismo defende a experiência empírica ao invés de educação teórica. Da mesma forma a hierarquia não é bem definida e não possui liderança central.

Começa uma explicação sobre os Pictos, o primeiro povo da Bretanha, e as fadas. Originalmente todos coexistiam, até que um líder Picto resolveu matar fadas. Isso provocou uma divisão entre os mundos, fazendo com que as fadas fugissem para o Otherside.

Para manter o equilíbrio do mundo, os Pictos tiveram que assumir as obrigações das fadas. Eu achei essa aqui interessante:

Citar
They practice the spiraling dance of the labyrinth to awaken the Sleeping God, Arktos the Seven-Starred Bear.

Quer dizer que os Pictos dançavam a "espiral" para acordar um deus preso num "labirinto"? Difícil acreditar que isso seja coincidência com um outro jogo famoso.

O druidismo nasceu da mistura da religião Picta com a chegada de Troianos liderados por Brutus. Ocorreu um sincretismo e uma passou a influenciar a outra.

Troianos, certo. Esse pessoal da Bretanha adora dizer que são descendentes de civilizações antigas.

Enquanto a religião Picta não defendia valores morais e tinha uma atitude de considerar a humanidade como uma extensão da natureza, os druidas defendiam a dualidade e a busca do bem comum.

Isto levou a proibição de algumas práticas antigas, como o sacrifício humano e a caça a cabeças. As pessoas que escolhiam continuar seguindo os deuses antigos MAS não realizavam as práticas proibidas podiam continuar, sendo tratadas pelos druidas como bruxas. Certo, DISSO eu nunca tinha ouvido falar.

E então os Romanos chegaram e passaram a caçar os druidas. É interessante que eles não caçavam os religiosos, mas os sacerdotes. Por isso o povo e os chefes tribais podiam continuar seguindo o druidismo, mas a maioria dos druidas foram mortos. Os bardos se tornaram os responsáveis por manter a religião, repassando tradições incompletas para a população.

E então os Romanos caíram com a invasão de conquistadores. Como os invasores vinham de terras onde o druidismo nunca foi perseguismo, as velhas crenças retornaram com força.

Segue uma lista de locais importantes e deuses antigos. O deus da Sabedoria se chamava Math e era adorado por pastores e astrônomos.

E uma pequena explicação sobre a hierarquia entre druidas: Bardo -> Ornate -> Druida -> Arquidruida. Nada daquele papo de desafios entre druidas porque "There Can Be Only One" do Ad&D.

Mulheres não podem ser druidas porque elas já dominam os Grandes Segredos naturalmente, sendo então bruxas ou feiticeiras.

[CONTINUA]

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Offline Smaug

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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #41 Online: Abril 16, 2013, 03:31:39 pm »
Citar
Quer dizer que os Pictos dançavam a "espiral" para acordar um deus preso num "labirinto"? Difícil acreditar que isso seja coincidência com um outro jogo famoso.
Lembrando que padrões espiralados são comuns e objetos artisticos e religiosos desses povos, não é dificl pensar que ambos os jogos beberam da mesma fonte sobre a religião dos pictos.
This happens all the time. No matter how epic the battle, once begun, the thing sounds more or less like a bingo game: People shout out numbers and other people get excited about them.

Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #42 Online: Abril 17, 2013, 12:01:54 pm »
So por curiosidade: que outro jogo seria esse que Pendragon teria copiado?

Eh bom lembrar que Pendragon eh de 1985, então esse tal jogo tem que ser anterior a isso.
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Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #43 Online: Abril 17, 2013, 12:05:18 pm »
Citar
So por curiosidade: que outro jogo seria esse que Pendragon teria copiado?

Black Spiral Dancers de Werewolf: Apocalipse. Contudo, eu não creio que tenha havido cópia aqui, ambos se inspiram em fontes similares.
« Última modificação: Abril 17, 2013, 01:59:09 pm por Stormbringer »

Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Resposta #44 Online: Abril 17, 2013, 04:33:39 pm »
Meu ponto na verdade era que a WW parece ter tirado a idéia dos Black Spiral Dancers da religião dos Pictos, já que essa é representada em Pendragon da forma como existia na época em que se passam as lendas do Rei Arthur.

O que aliás faz sentido, já que eu tenho impressão que o White Howlers eram daquela região.
Lido esse ano:
Feng Shui, Wu Xing, Blowing Up Hong Kong, MHRPG Civil War: X-Men, Shadows of Esteren, Dungeon World, 13th Age (Draft), Night's Black Agents, Pendragon 5.1, Legends of Anglerre, Hollowpoint, Planescape (caixa básica), Monsterhearts, Werewolf: DA, Player's Handbook Races: Tieflings, Apocalypse (WtA), Dragon Magazine Annual Volume 1
Atualmente lendo:
Dresden Files (FATE), Fantasy Craft, Mage 2e, In Nomine
Na fila:
REIGN, MHRPG: Annihilation, GoT RPG