Acho que a gente deveria simplesmente deixar esse assunto morrer, mas *questão biológica* era um argumento usado contra negros, também. Se os negros REALMENTE fossem uma raça diferente dos humanos, geneticamente falando, isso justificaria a escravidão?
Mas não estamos usando o argumento para defender a escravidão de gatos. E também não to falando de genética, onde as diferenças entre um macaco e um homem são bem menores do que as "diferenças práticas" entre eles. To sim é repetindo com o Anelo: pessoas são pessoas, animais são animais. Não é falta de esclarecimento ou preconceito considerar o cachorro uma outra raça, como era o caso com os negros.
Claro, é difícil que algum dia cachorros venham a ser considerados pessoas, mas quem garante que com o tempo não vai surgir um novo termo, para uma nova concepção de "animal que merece respeito" e veremos gente usando o argumento "repitam comigo: cachorros são poliformatistascaranguanos, robôs não são!" para não dar direitos a robôs?
Isso se aplicaria pro caso de quererem dar os direitos dos cachorros pros robôs. Mas ambos vão continuar não sendo pessoas
Aliás, falando nisso: vai ser mesmo uma questão moral bem complicada quando a inteligência artificial chegar ao ponto em que seres artificiais puderem sentir dor.
A questão que ela aborda no livro não é nem que os robôs podem sentir, porque neles é tudo programado. A mudança real vem ocorrendo nas pessoas, que consideram a simulação de afeto como "afeto suficiente" para manter uma relação de carinho com um robô. Ou com um avatar de internet, já que nos metemos nisso.