Antes de dar sugestões, uma duvidazinha: porque julgam cinemática "não essencial"?

Antes de dar sugestões, uma duvidazinha: porque julgam cinemática "não essencial"?

Porque pouca gente quer ser cineasta.

Realmente, acho que Física foi o meu ponto fraco do Ensino Médio.

Tenho ainda bons conhecimentos em Química e Biologia, mas Física sempre foi o meu fraco. O pouco que conheço de Física é mais da parte atômica, mas aprendi isso mais em Química do que em Física.

Acredito que deveriam tentar elaborar umas ideias de exemplos práticos da aplicação da Física. Um pouco menos de conteúdo matemático e cálculo e um pouco mais de teoria e formas práticas de aprendizado.

Ótica sempre foi um assunto que me interessou, visto que sempre gostei de telescópios, microscópios, binóculos e etc. Mas nunca tive um estudo aprofundado sobre a luz por isso.

Magnetismo também sempre me interessou, e ainda hoje não lembro ao certo sobre tal.

Ah tá, achei que não achavam essencial o estudo de nada referente a movimento!
Eu não acho que MRU seja essencial, mas como todos os outros movimentos citados são apenas casos específicos da mesma fórmula (tratando aceleração = 0, ou a 9.8), acho interessante a resolução de alguns problemas. Acho importante passar para a gurizada a ideia de como tais conceitos podem ser usados na prática para prever coisas (comportamentos, estados, etc).

Além disso, acho que aulas de laboratório devem ser tanto para a visualização de fenômenos quanto para validação de teorias. Eu costumava absorver menos dos laboratórios que eram puramente demonstrativos, mas quando tinha que fazer cálculos e comparar com valores medidos, aí a coisa funcionava melhor. Mas claro que a minha opinião é meio tendenciosa.

Mas se é para limar algo, que sejam os cálculos. Para o ensino médio, entender a teoria é mais importante do que aplicá-la.

calcular a altura máxima e o tempo de vôo de uma pedra arremessada nós não achamos essencial. 

Eu não sei como está o ENEM, mas acho que os problemas matemáticos devam se basear no tipo de coisa que cai nos vestibulares...

Na boa, eu até hoje não sei como eu passei em Matemática, Física e Química no 2º grau. São matérias chatas para caralho.

Pra vocês terem noção, eu me formei mal faz 1 ano e nem lembro o que é Derivada/Integral/Limite... =p

agora sério, aulas de laboratório em física na rede estadual, onde?

É verdade, atualmente as escolas públicas que tem aulas de laboratório são excessões (por sorte fiz meu ensino médio numa destas). Mas não é preciso muito não... com algumas roldanas, balanças e cronometros (e todo aluno tem isso no seu celular) já dá para fazer bastante coisa de mecânica, por exemplo.

Física é um troço que sempre tive facilidade (exceto na faculdade. Estudar Leis de Maxwell é complicado!).

Talvez por minha mãe ser professora, talvez por eu sempre ter tido admiração por físicos.

Depois que entrei na faculdade eu vi o quanto saber derivar e integrar facilitou o aprendizado de muita coisa. Pra quê decorar s=so+vo*t+a*t²/2 quando você sabe que o espaço é a integral da velocidade?

Mas acho que sonho alto demais se eu dissesse que cálculo fosse assunto de Ensino Médio.

Limite, DErivada e Integral é algo que vi (e muito mal, tive o pior professor de cálculo do planeta) somente na faculdade. Acho que é essencial ter isso na escola, já que todos os professores acham que você sabe isso antes de entrar no Ensino Superior.

Se serve de consolo, também não sei qual a utilidade prática disso.O VA falou algo sobre calculo de aerodinamica usar derivada meiésima ou algo do tipo, mas eu mesmo só usei isso em prova da faculdade.

Eu gostei de tudo que aprendi no ensino médio de física. (E atualmente faço Direito)

Pra vocês terem noção, eu me formei mal faz 1 ano e nem lembro o que é Derivada/Integral/Limite... =p

Wtf, você deu cálculo no ensino médio?

Eu me formei em uma ETE (hoje ETEC) e tínhamos várias daquelas matérias tipo "perfumaria" que o ensino médio tem. Ao invés de filosofia e sociologia, por exemplo, tínhamos "ações e cidadania", uma matéria de meio ambiente, "sistemas de informação e comunicação" e uma matéria indefinida chamada PTC ("projetos técnicos científicos).

Essa matéria contribuiu muito para nosso aprendizado de física e química, pois fazíamos muita coisa das matérias titulares em laboratório, e aprendíamos muita teoria e fazíamos muitos exercícios em PTC. O que era legal mesmo eram os professores que davam PTC, pois eles vinham do ensino técnico (eletrônica e mecatrônica, principalmente) e tinham outro viés: eles ensinavam fórmulas, mas também falavam muito de aplicabilidade prática dos conceitos.

Essa divisão é meio confusa; claro que isso não é o desejável, mas poder ter bastante tempo de laboratório melhorou muito nosso aprendizado e mesmo eu que não era muito bom com números conseguia ir bem em física.

Tudo que eu lembro de física (e já faz uns bons 10 anos desde que eu vi isso pela última vez) são as coisas mais práticas, como alguns conceitos e leis.

Qualquer coisa que eu não visse atuando eu descartei na minha vida. Assim, conceitos como inércia e atrito estão seguramente gravados na minha cabeça. Agora fórmulas e termodinâmica escorreu tudo pelo ouvido.

Minha ideia do ideal seria trazer mais a física pra realidade, seja através do dia a dia, seja através de laboratório.

Jamais vou mexer com hardware. xD

Sou da opinião de que o ensino médio deveria sofrer um reboot para incluir pelo menos 3 novas matérias (ao custo de diminuir a carga de matemática e excluir besteiras como ensino religioso e filosofia e sociologia), uma que seria um tipo de "Tópicos de administração e direito", para o formado no E.M. tenha mais noção de leis, suas responsabilidades, e como cuidar de seu dinheiro. Tentar deixar o adolescente menos ingênuo nessas questões que exigem mais responsabilidade.

Ugh, diminuir a carga de matemática me parece algo extremamente delicado. O problema que eu vejo está em pessoas que não tiveram uma base boa de matemática e aí tem problemas nela para o resto da vida (o que é uma lástima, porém uma realidade), não no quanto aprendemos de matemática (que é interessantíssimo para o desenvolvimento de raciocínio abstrato, lógico, etc).

Tenso isso de chamar filosofia e sociologia de besteiras.
De qualquer forma, essa sua primeira idéia de disciplina é interessante. Tem coisas que estou aprendendo agora na faculdade de direito que acho básico, todo mundo deveria saber.

Outra seria um amálgama das boas intenções de Filosofia e sociologia e ensino religioso, em que fossem passados conceitos seculares de moral e ética, com um pouco de antropologia para conhecer outras culturas e como interagir com elas

Apesar das idéias serem interessantes, chamar de "disciplina" ou mesmo dar misturado com as matérias "normais" é complicado: misturar conhecimento com "incentivos às pessoas agirem de determinada forma"/dogmatismo é algo que não acho legal (Não que isso seja incomum até mesmo nas universidades, talvez principalmente nelas). Deixar de "ensinar religião" para passar a ensinar "conceitos seculares de moral e ética" me parece hipócrita, ainda é um dogmatismo (apesar de eu certamente preferir os conceitos seculares ). Por isso ensinar filosofia me parece mais interessante (até por ter uma abordagem de diferentes autores, de idéias conflitantes).

E além disso, o que é essencial para ambos, que é a capacidade de abstrair, usar lógica, trabalhar com objetos mentais, formalizar provas, etc, não recebe o devido foco. Da forma que eu vejo, a matemática como está sendo ensinada no ensino médio só ensina um monte de fórmulas (que são úteis em vestibulares e concursos), desperdiçando o tempo de mais da metade dos alunos (já que só a minoria que faz um curso superior em ciencias ou tecnologias).

Bom, na minha experiência pessoal, aprender matemática desenvolveu as habilidades que você disse (aprender entendendo, evidentemente, não simplesmente decorando as fórmulas - por vezes eu simplesmente esquecia algumas e as "rededuzia" nas provas). É comum essa crítica de "ensinar só fórmulas" e coisas assim, mas eu não acho que o problema esteja no conteúdo e sim no aprendizado em si. Se o professor não explica bem e não permite que a turma acompanhe o raciocínio, sendo rápido demais ou não explicando coisas por achar que "todos já devem saber isso" (o que acontece com professores que sabem bastante o conteúdo mas são incapazes de ensinar devidamente), evidentemente a turma não entenderá nada, porém o problema nada tem a ver com o conteúdo ou sua quantidade.

Eu digo que filosofia e sociologia é besteira porque (pelo que eu soube de pessoas que fizeram tais disciplinas --eu não sou dessa época--) as aulas eram mais exposições da biografia de filósofos do que debate de ideias. Além disso, discussões existencialistas (a parte mais atraente da área) não chegam em lugar nenhum. Já a discussão de moral, esta sim útil, seria incluída na outra disciplina lá.

Sociologia eu acabei não tendo por infortúnios (um de um colégio que estudei, - colégio militar e sua brilhante organização - em que filosofia era dada em um ano e no ano seguinte, sociologia, porém foi justamente quando eu passava de um ano para o outro que isso aconteceu, e aí eu tive filosofia duas vezes, lol; e depois por troca de colégio), porém filosofia de forma alguma foi o que você disse. As aulas que tive ensinaram sobre idéias de autores ou até idéias sem personalizar muito. As aulas de filosofia incluíram epistemologia, filosofia moral e filosofia política. Não foi uma análise super profunda, mas foi interessante.

Tu provavelmente vai ter uma cadeira de Ética e Moral na tua graduação, né? Se não tiver, pelo menos na pós graduação da PUC-RS eu sei que essa matéria é ensinada. Então, se tu fizer ela tu vai ver que o conceito de ética e moral ensinado aí, puramente secular, não tem nada de dogmatizado. E é ponto pros filósofos, que chegaram em tal definição.

Não exatamente, tem até uma ou outra eletiva sobre, e no final do curso tem uma disciplina de Deontologia Jurídica, talvez seja o que mais se aproxima disso, fora as eletivas. Mas todo tipo de contato que tive com idéias de Ética e Moral de forma alguma incluiu um conceito único que é convenção entre filósofos sobre ética e moral. Tem linhas e opiniões, e no fim é cada um defendendo a sua visão. Dessa forma, é interessante aprender filosofia para aprender as diferentes visões e seus argumentos, mas de forma alguma vejo como teria algo uniforme para "passar conceitos" ou moralizar, apenas para o aluno refletir (o que é ótimo).

De uma forma geral o currículo de quase todas as disciplinas precisa ser reavaliado, e isso está sendo feito em vários estados. Inclusive com propostas bastante diferentes. Em Minas Gerais ou Paraná, não me lembro qual deles agora, os alunos tem um primeiro ano comum a todos e a partir do segundo ano eles escolhem turmas que dão prioridade a um dos campos do conhecimento. Por exemplo, se escolher Ciências da natureza e suas tecnologias ele terá uma maior carga horária nas disciplinas de Física, Química e Biologia.
Eu particularmente não sou fã deste modelo, prefiro o adotado no Rio de Janeiro, mas ele é válido.

Mas de um modo geral, as secretarias estaduais tem reformado o currículo das disciplinas e não a estrutura curricular em si, visando exatamente atenuar estes problemas relatados por vocês. Embora eu não faça parte da equipe de matemática, eu tenho certeza de que eles estão cientes destes problemas e buscam um currículo melhor. E mais, a Secretaria de Educação tem ido além ao oferecer capacitação remunerada aos professores para que eles consigam trabalhar de forma adequada com o currículo, embora esta parte em si ainda esteja deixando a desejar.

Tirar Sociologia e Filosofia do currículo eu acho um erro, na minha opinião elas deveriam ter a mesma carga horária que Biologia, História, Etc.

E obrigado a todos aqueles que estão participando do tópico, a discussão está sendo bastante relevante.

Infelizmente a pressão que os setores mais conservadores da sociedade exercem para manter o ensino nos mesmos padrões do passado é muito forte. Não seí até que ponto isso é questão de simples "neofobia", mas o velho discurso saudosista está sempre presente nos argumentos de quem quer deixar tudo como está.

Volta e meia eu converso com alguém mais velho que fala sobre como o ensino "era muito mais sério, no meu tempo", que as pessoas "estudavam pra valer" e os professores "não se escondiam atrás de teorias novas pra ficar de enrolação na sala de aula". Parece difícil para algumas pessoas reconhecer que os tempos mudaram, que o ensino agora precisa atender a uma quantidade maior de alunos, que há recursos tecnológicos que podem ser úteis em sala de aula, etc.

Prova disso foi a polêmica com o livro didático de português, no início deste ano. E, infelizmente, a própria imprensa parece se colocar contra inovações no sistema educacional

Nem os físicos entendem física quântica direito.

Temos que parar de ficar perguntando o tempo de queda de uma bolinha de papel.

Discordo. Muita gente que estudou comigo na época sequer conseguia calcular o tempo de queda da maldita bolinha de papel. Imagina se entrar em tópicos mais difíceis. Não dá pra jogar mais informação quando aquela que já é passada não é assimilada.

 

Discordo. Muita gente que estudou comigo na época sequer conseguia calcular o tempo de queda da maldita bolinha de papel. Imagina se entrar em tópicos mais difíceis. Não dá pra jogar mais informação quando aquela que já é passada não é assimilada.

E para que alguém vai querer saber o tempo de queda de uma bolinha de papel? Ensinar isto a partir somente da matemática tem um único objetivo. Preparar o aluno para prestar vestibular, o que acaba acarretando um grande desinteresse pela matéria e consequentemente na dificuldade de entendê-la.


Como Iuri citou, há várias possibilidades de como se abordar física quântica no ensino médio sem o uso de fórmulas.

 

Como tornar calculos e mais calculos legais? Pergunta quantos metros o coringa vai sair voando:

Já da uma boa ajuda

Considerando que o batman é esférico, rígido e que ele e o coringa estão no vácuo, obviamente.

Uma ótima premissa para um jogo em flash.