Eu posso falar sobre essa questão de decisão paterna, de um ponto de vista pessoal.
Perdi a possibilidade de ter um irmão (sou filho único) justamente por isso. Noiva de meu pai. Ela disse a ele que estava grávida e que iria retirar a criança porque não queria nada dos problemas relacionados à gravidez, enfatizando os problemas estéticos que podem decorrer da gravidez. Ele foi terminantemente contra, disse que se fosse o caso assumiria em cartório toda e qualquer responsabilidade financeira e daria apoio à criança, mas mesmo assim ela à revelia foi e fez o aborto.
Ele sentiu como se ela tivesse lhe assassinado o filho (meu possível irmão; e na verdade era simi meu irmão que não nasceu, quando a criança na barriga é aceita é normal o irmão se referir como "meu irmãozinho") e se separou dela.
Eu tenho um certo "trauma" com o tema aborto por causa disso. Cheguei a ganhar um prêmio (embora não muito concorrido) da Devir por ter escrito uma aventura pronta de Vampiro que incluía aborto no tema, com direito à aparição de uma fantasma de uma moça que morreu de complicações em aborto, com a visagem mostrando o bebê não-nascido dentro da barriga translúcida.
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Também outro caso pessoal meu, que ajuda a me informar a opinião. Não vou falar "um amigo meu me contou do amigo dele", odeio essas coisas.
Uma vez uma menina com quem tive caso achou que estava grávida e cogitou o aborto. Normalmente eu seria contra, mas acontece que ela tinha uma filha pequena pra criar, e o filho seria um terrível estorvo pra esta e pra mãe, inclusive, que não tinha boas condições financeiras.
Em prol dessa menina eu aceitei o aborto, mas no fim das contas ela não estava grávida.
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Então eu acho que sempre trata-se de uma decisão arbitrária, ou melhor dizendo, algo a ser visto caso a caso, só que os casos podem ser tão diferentes que o melhor seria legalizar o aborto para que as mulheres que assim decidissem pudessem receber adequadamente a assistência médica.