Tem toda uma questão contratual tb...
Quando a WotC lançou a 4e, as publicações da 3.5 PT-BR devem ter sido canceladas por força de contrato;
Da mesma forma, quando a WotC parou de lançar material para a 4e (e começou o desenvolvimento do Next), a Devir pode ter sido obrigada a freiar lançamentos da 4e.
Lembre-se que apesar do Pathfinder se utilizar da OGL, ele é um produto de outra editora e com a sua própria licença inclusive, então a restrição de publicação de material 3.x não deve valer pra ele, mas apenas para os produtos da marca D&D 3.5.
Em outras palavras, ela deve estar proibida de lançar material da Wizards para as edições anteriores, mas isso não deve valer para o material de outras editoras que se utilizaram do selo OGL.
Por isso que falei em contradição. Se ela ainda for a representante exclusiva da WotC por aqui, não acho muito viável ela pegar o Pathfinder, mas ficaria feliz se for isso mesmo e houvesse lançamento de material.
Ainda existe a chance de lançar apenas um ou dois livros e depois parar. Só para manter o selo e impedir que outra editora tome a frente das publicações.
Não acho que a Devir pegue licenças para lançar dois livros e parar, apenas para frear a concorrência. A questão é que a política da editora é só publicar novos livros para uma linha
quando os anteriores se pagarem, e se possível, tenham gerado lucros.
Por isso que em certas linhas eles só lançaram os básicos e alguns poucos suplementos: os básicos se pagaram e geraram um lucro, que por sua vez foi usado para bancar o lançamento de alguns suplementos, mas esse material encalhou e nessa situação eles suspendem os lançamentos até que as vendas possam cobrir o que eles gastaram e novos investimentos se viabilizem.
Pode parecer uma atitude muito conservadora por parte da editora, mas só dessa forma ela conseguiu se manter no mercado de RPGs durante todo esse tempo. As outras que resolveram se arriscar mais e continuaram a investir antes de obter retorno com os primeiros produtos, acabaram não aguentando e estão hoje fora do mercado.
Já soube de vários livros da Devir que foram traduzidos, revisados e diagramados, mas não foram publicados por conta de prejuízos amargados por produtos anteriores da mesma linha.
Por isso, acredito que o maior cuidado que um editor dessas linhas de RPG da Devir precise, seja uma seleção adequada de produtos que serão publicados, visto que uma escolha errada pode pôr um ponto final em toda uma linha de RPGs da editora.
Se a Devir vai lançar apenas o básico do Pathfinder, ou se ela irá publicar todos os livros dessa linha, vai depender do desempenho em vendas que os livros terão no mercado nacional. Se ele for sucesso como foi o D&D 3.0 por exemplo (que vendeu o correspondente à soma das vendas do 3.5 e da 4ed. por aqui), pode ter certeza que lançarão muita coisa em português para esse sistema.
Qual material rival? O do sistema que ela abandonou faz tempo e provavelmente já esgotou, ou do sistema que talvez seja lançado em 2014 (mais provável 2015) e que então demoraria mais um ou dois anos para ela lançar aqui, se D&DN fizer tanto sucesso quanto PF?
EDIT: E se D&DN for um produto com mais potencial de venda, é só largar o PF com os livros principais já impressos. É a Devir, oras!
Exatamente. O D&D 4E já foi abandonado há uns dois anos pela Devir e ela não deve ter assinado com a Wizards pelos direitos do D&D Next, então o caminho estaria livre para ela investir em outra alternativa. E mesmo que tenha assinado, já se alardeou por aí que o lançamento do Next foi adiado para 2015, então mesmo que o Pathfinder traduzido saia em 2014 e a versão nacional do Next saia em 2016, ainda haverá dois anos para a editora recuperar o investimento em Pathfinder.
Além do mais, ninguém garante que o Next irá ser mais popular do que ele né (embora eu acredite que o adiamento do lançamento do Next foi uma boa jogada da Wizards, pois isso aumenta a expectativa em torno do produto final e de quebra, dá mais tempo para que os jogadores de outras versões de D&D saturem ou cansem dos sistemas atuais).
E convenhamos, que outra editora nacional conseguiria publicar Pathfinder, atualmente o RPG mais vendido nos EUA, senão a Devir - que não publicado nada de D&D há uns dois anos? A Jambô talvez conseguiria, mas eles já tem Tormenta RPG.
As outras editoras preferem investir em jogos mais indie, tanto pelo fato de possuírem licenças mais baratas e consequentemente exigirem menor investimento para serem publicados, como pela boa aceitação que esses jogos alternativos têm conseguido no Brasil.
Portanto, você está certo. Dentre as possíveis interessadas, só a Devir possui bala na agulha para viabilizar um lançamento desse porte por aqui.