Sem ofensa pretendida, mas vamos lá.
Sem problemas, Lu.
Silva, cê já leu Planescape?
Sim, claro. Li o Box original, os boxes "planes of..", a trilogia de Sigil (In the Cage, Uncaged, Factol Manifesto), o Planewalker Handbook, On Hallowed Ground, o Box "Blood War", os módulos Dead Gods, Tales from the Infinite Staircase, The Great Modron March, e finalizei Torment duas vezes.
Vamos ao checklist sobre o que você precisa saber:
Ok.
• [ ] Sabe que ele não é um hub esotérico para que a máxima "crer é poder" seja usada na resolução de tudo. Isso é a maior inverdade que você fala
Poxa, mas eu não falei isso. Volte lá atrás e releia o que eu disse: a máxima "crer é poder " é
um dos temas centrais ao cenário, não o único, e nem o mais importante. Tem também o philosophers with clubs/meaning of the multiverse, a regra de três, a máxima dos anéis, o centro do multiverso, e outros temas mais.
• [ ] Sabe que ele é um SUBcenário de AD&D, brincando com a cronologia / cosmologia planar
Não sei o que você quer dizer por "Sub-cenário", mas ele é um cenário full, ou seja, feito from the ground up para ser perfeitamente jogável independentemente de outros cenários de D&D, se os jogadores assim desejarem. Isso está explícito no Box original.
• [ ] Sabe que por mais que você pregue, ele não é um experimento indie-narrativista, e sim uma série de ideias (como o próprio Smaug mencionou) que podem ser encaradas como você faz... só não foram feitas pra isso.
Aqui é que a coisa fica nebulosa. Antes de mais nada, não, eu NÃO o considero um experimento indie-narrativista. Porém, considero que há uma certa esquizofrenia/crise de identidade óbvia nele: (simplificando) ele ora quer ser Mago, ora quer ser D&D, tanto a nível conceitual como de jogo em si.
Esquizofrenia a nível conceitual pois no Box original coloca explicitamente que os planos NÃO são mega-dungeons glorificados pra servirem de playground de hack-and-slash pra personagens de 20º nível. Pelo contrário, ele explicita que esse modo de jogo não é desejável no cenário, e dá várias dicas de como botar os personagens em seus devidos lugares caso tentem tratá-lo como tal. PORÉM, eis que surgem as boxes “Planes of..” e os módulos de aventuras e.. TCHAZAM! Os planos acabam sendo estruturados
mais ou menos como “mega-dungeons”, com “níveis”, ecologias de monstros, etc. Se isso não é esquizofrenia eu não sei o que é.
Esquizofrenia a nível de jogo exatamente pelo motivo que o Smaug apontou: de que adianta gastar páginas e mais páginas com ideias metafísicas surreais se o sistema não é capaz de abordar isso ? Masturbação mental ? Um cenário pra ser ter discussões a respeito, ao invés de ser jogado ?
Concedo que essa “esquizofrenia” pode ser vista como benéfica, de certa forma, já que acaba atraindo os dois tipos de jogadores (Mago e D&D) para o cenário.
• [ ] É algo que se leva tão a sério quanto Spelljammer.
Bah, spelljammer é um pedaço de bosta fumegante.