Kinn, no oriente a pratica com arco e flecha não era restrita apenas aos samurais - embora houvesse um periodo que, por lei, só os samurais deveriam usar armas - incluindo o arco e flecha. Os monges guerreiros - os sohei, treinavam com qualquer tipo de arma, incluindo o arco e flecha, a filosofia do Kyujutsu de "seja a flecha" também era muito praticada por eles - incluindo no periodo de proibição.
De qualquer forma, usar história como argumento em um jogo onde prima a fantasia medieval é como usar o potencial interpretativo para defender o monge. The argument runs moot and dead in the beginning. Claro que usar o realismo histórico numa campanha seja muito divertido, pelo menos para mim (assim como imaginar "potenciais interpretativos" para certas classe devem ser divertido para algumas pessoas).
Eu falei dos samurais porque o monge japonês era o bonzo, mais como clérigo que não comungava diretamente com uma divindade, dependendo de seu houriki para expurgar o mal (Miroku do Inuyasha é um exemplo fácil). Ainda que houvesse períodos onde não samurais podiam aprender a kyujutsu ele se tornou um fato com a instalação do budismo no Japão, o que aconteceu tarde, suponho que já no meado da Era Tokugawa, onde kyujutsu já tinha deixado de ser apenas perícia de batalha de virado arte...
O que leva ao ponto de meu post:
Monge costuma referir ao shaolin e ele tem pouco a ver com arqueirismo, ainda que na prática ele seja o mestre de toda forma de combate.
Mesmo o combate desarmado nasceu na China como resposta a proibição do porte de arma. O mesmo de se aplica ao uso do nunchaku, tonfa, kama e demais instrumentos em batalha, queantes serviam a agricultura.
Mas quando a proibição caiu os monges voltaram a usar as espadas.
Então vemos aí o motivo dos lutadores chineses usarem tanto espadas, lanças e armas convencionais como armas esquisitas: prova que o mestre é mortal com qualquer objeto em suas mãos.
Isso criou no D&D o estereótipo do combate desarmado e da lista exótica de armas...
Mesmo não sendo muito acurado... independente disso, ligar a eles o arqueirismo zen foi outro salto lógico, mesmo que seja ainda menos acurado.
Observe que na hora de pegar o potencial interpretativo de associar monge = zen = arqueirismo zen vale.
Na hora de apontar a incongruência não vale? Não que o erro em fazer o kit seja seu... mas estudar um pouquinho antes de criar não custa... estive estudando meses de cultura e mitologia oriental antes de solidificar as bases de meu cenário oriental e ainda não me sinto plenamente seguro para delinear ele como um todo.
Fiz o país que equivale a China e já deu um trabalhão. Se eu que não sou ninguém no mercado de rpg tenho essa preocupação, eles que são profissionais deveriam ter um mínimo de cuidado para não usar tão somente o 'rule of cool' no design das classes ao invés do que é necessário para por exemplo ela ser eficiente no default...