Eu já expliquei parcialmente a história das linhagens que apresentam a Marca das Sombras em um texto anterior, então caso queiram uma versão curta,
leiam sobre os Elfos de Eberron.
De volta a um passado distante onde diversos grupos de elfos ainda habitavam Xen’Drik e lutavam por sua liberdade contra nações de gigantes e seus lacaios, diversos elfos viajavam entre essas tribos e grupos tanto para compartilhar notícias, como também para aprender seus costumes e crenças. Esses elfos acreditavam que era preciso haver um motivações e elementos costurais em comum entre as tribos que se rebelavam, e por isso clamaram a si o nome de
phiarlan (“Guardiões dos Espíritos”). Naturalmente, os phiarlan seguiram a profetisa Aeren em sua fuga de Xen’Drik e lamentaram sua morte ao se estabelecer nas ilhas que hoje recebem esse nome em sua homenagem, Aeranal.
Unindo diferentes culturas élficas... espera aí, cenário errado!Em Aeranal, os phiarlan mantiveram sua antiga tarefa de mediar diferentes grupos e culturas que se estabeleceram em Aeranal, agora sob a autoridade dos Reis Irmãos e da nascida Corte Imortal. Nesse novo lar, os phiarlan não só eram mediadores e diplomatas, como também os novos tempos de paz permitiram que eles se tornassem artistas buscando preservar a beleza em formas imortais – e também assassinos, quando algum grupo ameaçava a união entre aqueles que viviam nessa ilha. Também em Aeranal os phiarlan provavelmente estabeleceram suas linhagens, tornando sua tarefa algo hereditário.
Contudo, mesmo na Ilha onde o passado e presente se misturam, mudanças ocorrem. A primeira das Marcas do Dragão, a Marca da Morte, apareceu nos elfos da linhagem Vol. Quando união dessa linhagem marcada com dragões foi revelada, todo o poder da Corte e dos Dragões, talvez uma das mais improváveis alianças em Eberron, se virou contra eles. Alguns phiarlan também passaram a manifestar uma estranha Marca, a Marca das Sombras nesse período, mas mantiveram relativo segredo desse ocorrido. Quanto o extermínio da linhagem Vol ocorreu, aqueles que portavam a Marca da Sombras decidiram abandonar Aeranal e migrar para Khorvaire.
Para esse continente migraram não apenas as linhagens phiarlan, assim como sobreviventes da linhagem de Vol ou seus aprendizes também fugiram de Aeranal e se estabeleceram em Lhazaar e Karrnath, além de outros elfos no que foi provavelmente a maior migração élfica depois do estabelecimento de Aeranal e antes do surgimento de Valenar. Adaptando-se rapidamente a sua nova situação, os phiarlan logo descobriram a existência de outras Marcas e se aliaram com os portadores da Marca do Escriba para formar a estrutura básica das Casas Marcadas pelo Dragão, tornando-se agora a Casa Phiarlan, separada em ao menos três grandes linhagens: Phiarlan, Thuranni e Paelian.
Utilizando a Marca das Sombras em conjunto com Magia Arcana.
Em Khorvaire, a agora Casa Phiarlan se estabeleceu como uma rede de artistas e patronos de todos os domínios das artes através de seus Domínios, cada qual localizado em um Enclave da Casa em uma das futuras Cinco Nações. Nesses locais a Casa ensinava e formava novos artistas, exibia suas criações e centrava suas informações coletadas por agentes itinerantes. O legado Aereni da Casa foi mantido na busca pelo “equilíbrio” e “ordem” em relações diplomáticas. Secretamente a Casa Phiarlan buscava manter o
status quo onde se estabelecia, especialmente na Era de Galifar.
A Última Guerra é provavelmente vista como um grande fracasso e uma grande oportunidade pelos Phiarlan. Por um século Galifar esteve às bordas da ruína e o que antes era um único Império unido por costumes e tradições comuns se fragmentou em Cinco Nações e outras terras outrora anexadas a Galifar, mas que adquiriram sua independência por meios diplomáticos ou militares. Contudo, não foi o caos e o conflito externo que afetou seriamente a Casa, mas sim algo que ocorreu em seu interior: O Cisma das Sombras.
O Cisma das Sombras foi o conflito que fragmentou a Casa Phiarlan em duas - Phiarlan e Thuranni –e levou ao quase-extermínio de uma das grandes linhagens no interior da Casa, a linhagem Paelian. No centro desse evento está a decisão de (agora chamado) Elar d’Thuranni em liderar uma série de ataques utilizando quase todo o contingente de assassinos da linhagem Thuranni contra os membros da linhagem Paelian. Como todo evento interno envolvendo a Marca das Sombras, nenhuma versão clara dos motivos para essa ação extrema pode ser encontrada – Elar pode ter agido sob manipulação dos Dragões para criar uma Décima-Terceira Casa, agiu em conluio com a Garra Esmeralda para evitar o assassinato do rei Kaius de Karrnath e lidou uma vendeta contra seus pretendentes assassinos ou a versão que veio do próprio, descobriu que os Paelian pretendiam eliminar não apenas o Rei de Karrnath, mas sim todos as grandes figuras de poder das Cinco Nações e temendo o caos que surgiria após tal evento, tomou a decisão extrema de eliminar os traidores da Casa Phiarlan e tomar toda a culpa pelas consequências desse ato. Ou talvez a verdade esteja além das Sombras.
Barão Elar d'Thuranni - Versão Pós-Cisma das Sombras.
Minha Versão da Casa ThuranniBy-the-books, não existem muitas diferenças entre a Casa Thuranni e Phiarlan, e elas podem ser resumidas em “Thurannis são assassinos, Phiarlans são espiões que contratam assassinos. Phiarlans são conservadores, Thurannis são pragmáticos”. Isso faz bastante sentido porque ambas as Casas se separam há pouco tempo, mas eu prefiro a abordagem onde cada Casa é bastante distinta (vide a minha versão dos Vadalis), e como os Phiarlan tem uma identidade bem clara, os Thuranni precisam ser diferenciados.
Pela região onde normalmente operam, os Thuranni estão no centro da atividade do Sangue de Vol, um ramo heterodoxo da crença da Corte Imortal que se diferenciou bastante dela ao longo do tempo. Não só isso, mas existem elos históricos entre a Marca das Sombras e a Marca da Morte.
Assim, a Casa Thuranni não é apenas um grupo de assassinos e espiões pragmáticos da Rede das Sombras. Isso é uma fachada para esconder seu principal objetivo – a coleta de almas. Camuflados em meio a Rede das Sombras se escondem os Espectros e Fantasmas (esses são título também encontrados na Casa Phiarlan), agentes de elite da Casa Thuranni capazes de capturar as almas daqueles que eliminam. O propósito dessa captura de almas nem sempre é claro, e raramente os agentes de campo da Casa são capazes de interrogar ou mesmo conversar com os recém-mortos. Essa tarefa é deixada a cargo da Mortalha, um conselho de necromantes e sacerdotes da Casa Thuranni que geralmente apresentam a Marca das Sombras.
Ser um membro da Mortalha é algo incrivelmente difícil, e boatos dizem que todos os membros dela estão ali antes mesmo do estabelecimento do Reino de Galifar, estendendo suas vidas por meio de práticas necromânticas. Outros boatos dizem que eles na verdade eles são vampiros ou alguma forma de morto-vivo incorpóreo capaz de possuir o corpo daqueles de linhagem Thuranni. Esse mesmo boato pode levar a uma outra perigosa possibilidade, que os Fantasmas e Espectros da casa sejam literalmente o que seu nome diz, possuindo o corpo dos melhores assassinos da Casa.
Um membro da Mortalha - Quem não confiaria em uma figura amável como essa?Notas: Para evitar confusões, eu grafei aqueles que portavam o título de phiarlan antes da Casa Phiarlan exisitir com letra miníúcula, enquanto quando menciono a Casa Phiarlan ou seus agentes, uso letra maiúscula. Embora Galifar seja no cenário um Reino, eu me refiro a ele como um Império por abrigar em seu interior diversos reinos, com várias línguas, raças e grupos étnicos.