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Posts - Sampaio

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Off-Topic / A Fantasia Medieval é menos fantasiosa do que imaginávamos
« Online: Novembro 28, 2012, 09:23:06 pm »
Olá, pessoas do meu coração!

Seguinte, vi agora esse vídeo e achei que aqui seria um lugar bacana para compartilhar ele. Se alguém já fez isso, FODA-SE ENTÃO ENFIEM ESSE TÓPICO NO C sinto muito, basta trancá-lo. Eis o vídeo (está em inglês e sem legendas):



Então, se você assistiu esse vídeo e não teve vontade de jogar com arqueiro, está morto por dentro. Achei muito massa isso e lembrei que vi em algum lugar que o mesmo se aplica à luta de espadas (eles eram realmente bem melhores do que imaginamos).

Crio o tópico tanto para falarmos sobre a fantasia medieval não ser lá tão fantasiosa assim como imaginávamos, como também para compartilharem mais vídeos, artigos, etc., de temas afins.

Beijos no mamilo

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Off-Topic / Re:Curiosidade: Área de Formação/Atuação dos Membros
« Online: Novembro 28, 2012, 09:16:33 pm »
Filósofo, psicólogo, especialização em Psicologia Clínica, pós-graduado em Análise do Comportamento Aplicada e um monte de cursos (de Psicanálise, Psicopatologia, Neurociências, até de Hipnose, de 400 horas, tem).
Sou psicólogo clínico da UNIMED-BH, atendo também em consultório particular e rodo o Brasil dando palestras, cursos, aulas, principalmente sobre temas diversos que tenho estudado, pensado, produzido e, felizmente, ganhado notoriedade na área, como Filosofia da Ciência e Comportamento Religioso.

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Difícil não concordar com quem diz que isso era insignificante para quase a totalidade das pessoas e apenas tomou alguma importância justamente após pedirem a retirada. A maioria nem sabia que tinha isso lá.

Mas ser insignificante para a maioria das pessoas talvez seja um motivo a mais, e não a menos, para a retirada. É um gesto simples, porém importante para o laicismo. Que bom que a maioria das pessoas nem sabia que tinha isso e eram indiferentes; quer dizer que isso é mais uma herança de um pensamento que (espero) estamos destinados a superar do que um reivindicação da população. Só não é sem importância. Se fosse "Seja heterossexual", mesmo que ninguém nunca tivesse notado, poucos iriam ser contra a retirada.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Maio 05, 2012, 12:03:28 pm »
É, eu também tava gostando. Apenas apontei o que apontei por realmente prever que o tietismo em debates tende a prejudica-lo. Depois só ignorei o piti mesmo.

E aguardo o Draco, pra ver se ele entendeu e concorda com o que apontei, o Lanzi ou qualquer outro pra opinar, contribuir.

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Off-Topic / Re:Spell Pipoca
« Online: Maio 03, 2012, 01:20:56 pm »
Eu juro que era só uma piada. Só uma desculpa pra fazer o trocadilho do "Spell Piroca" - bravamente complementado pelo Madruga e o "Spell Popica".

Eu confesso que nem gostaria que isso existisse. Tenho até medo de saber o que os spellianos gostam sexualmente e prefiro não saber. Atrapalharia a relação, sabe?

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Off-Topic / Re:Religião - Tópico Permanente
« Online: Maio 02, 2012, 10:49:37 pm »
Citar
Pouco a pouco faz-se um esforço cada vez maior em se "provar" que o ateu é melhor que o religioso.

Concordo com o Lanzi. Essa notícia (e essa pesquisa) foi muito divulgada, principalmente a partir do Paulo Lopes.

Mas a pesquisa é bem fraquinha, metodologicamente falando.

O pior é que o povo acha uma pesquisa que sinaliza o que querem e soltam foguetes. Em contrapartida, ignoram as dezenas que apontam para coisas que não querem saber. Por exemplo, a abundância de estudos que apontam que religiosos vivem mais e melhor:


http://www.webmd.com/balance/features/spirituality-may-help-people-live-longer

http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/magazine/7250675.stm

http://www.sciencedaily.com/releases/1999/05/990517064323.htm

Como vcs estão carecas de saber, sou ateu. Inclusive bem distante daqueles que o Dawkins (outro que imbecilizou bastante o debate sobre temas religiosos e ateístas) chama de "ateus que acreditam na crença", já que quero e almejo colaborar para o fim do pensamento religioso.

Mas mais importante que isso é a honestidade intelectual. Se é fato que religiosos vivem mais e melhor (este segundo existem pesquisas opositoras, mas no geral, as que comparam inter-populações, inter-classes, etc., indicam que religiosos têm menos depressão, patologias ansiosas e estresse) nos resta compreender por que.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Maio 01, 2012, 05:37:32 pm »
Eu acho que essa postura de torcida ("fulano, você está arrasando!", "get him, tiger!", etc) não contribui para o debate. Frequentemente produz o efeito contrário, fazendo com que o debatedor elogiado insista em um erro por orgulho, por querer manter o status com o torcedor, para vencer o debate; e, da mesma forma, que o outro debatedor pode fazer o mesmo, por se sentir confrontado. Pode colocar o debate como um confronto, coisa que não é, e ideias que não são opositoras como sendo.

Não há nada de errado em elogiar as pessoas, mas não me parece ser apenas o caso. E um debate precisa de argumentos, ideias, pessoas pensantes, não de cheerleaders.

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Off-Topic / Re:Spell Pipoca
« Online: Maio 01, 2012, 04:03:15 pm »
Legal esse tópico.

Agora que a Spell não responde mais a nada nem ninguém, poderíamos também criar um tópico pra sugerir e comentar filmes pornôs: o Spell Piroca.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Maio 01, 2012, 01:52:23 pm »
Draco:
Citar
Sr. Elfo?

Yep.

Citar
Eu não entendi por que você saiu do debate epistemológico e entrou no debate político. Eu nunca disse que "um grupo de pessoas que pratica ciência" deveria nos dizer o que é certo ou errado, aliás, eu não acho isso. Quando eu falei de ciência, falei sobre o conjunto de conhecimentos, não sobre os cientistas.

E eu não entendi como você entendeu isso. Não fui pra debate político algum, apenas apontei a impossibilidade da exigência que faz. E o conjunto de conhecimentos que chamamos ciência é fruto do que dizem e fazem os cientistas, a não ser que haja alguma outra fonte mística que desconheço.

Citar
Sendo analiticamente chato, você está pulando uma parte importante aqui. Não é apenas "Você deve fazer X porque é a vontade de deus.", é "Você deve fazer X porque é a vontade de deus. A vontade de deus é boa. (valoração)". Uma pessoa não pode seguir a religião e dizer "ah, tudo bem, eu topo peitar deus, não me importo de ter problemas depois", pois no conjunto de valores da religião, "A vontade de deus é algo bom", portanto "A vontade de deus deve ser seguida".

Exatamente por essa razão ela não está fazendo mais que a ciência, em termos de solução dos dilemas morais. Porque a vontade de Deus é boa apenas se a pessoa concorda que é e há um motivo pelo qual as pessoas acreditam que seja.

Nossos conceitos de "bom", "ruim", "certo" e "errado" são baseados em nossas experiências (e, como já descrevia em meu primeiro post no tópico, talvez haja um quê filogenético, mas é uma especulação). Ninguém nasce com uma chave que diz "opa! Se a pessoa disse que é boa, usou essa palavra, esse conjunto de sons "boa", então é algo que devo fazer!". Esses termos morais não são entidades, não são absolutos metafísicos que brotam no ser humano e faz com que queiramos perseguir aprioristicamente aquilo que tem sua essência. Isso simplesmente não existe.
Isso é aprendido, pois "bom" e "certo" passa a ser associado com consequências desejáveis; "mau" e "errado" passa a ser associado com consequências indesejáveis (e por consequências desejáveis, entenda como "consequências aprazíveis", produz coisas e sensações "agradáveis" para a pessoa).

A vontade de Deus só é boa por que sinaliza, por exemplo, que seguir sua vontade implicará em consequências desejáveis para nós, já que ele nos quer bem, está "cuidando" de nós; ou por que evita irmos por um caminho do mau, cuja consequência é produzir sofrimento aos outros (que a maioria de nós considera algo ruim, se sente mal com isso) e para nós mesmos (sermos torturados eternamente no inferno). Ou qualquer outra razão que podemos levantar pela qual a vontade de Deus é "boa".

Logo, quando dizem que devemos fazer a vontade de Deus pois ela é "boa" ou "a coisa certa a fazer", estão dizendo "devem seguir a vontade de Deus pois ela produzirá consequências desejáveis para você". Estão descrevendo ações e consequências, que não é mais do que a ciência faz, com a diferença que as descrições científicas são melhores, mais bem fundamentadas, englobam também uma compreensão das causas e contextualizará as consequências no presente, não no que julgavam ser desejável na Idade do Bronze.

Citar
Não conheço os autores, mas....Hein? Conhecimento é ação?

Sim! É um modo bem diferente mesmo de encarar o problema, mas acredito que seja, de longe, o mais preciso, correto, menos ingênuo. Só que iríamos desviar imensamente do nosso ponto explicando tudo isso. Se não se importar, deixemos para outra oportunidade.

Citar
Eu não estou negando a importância desse tipo de pesquisa, pelo contrário, eu considero interessantíssimo. Estou apenas questionando a possibilidade da ciência dar respostas morais (e por respostas morais, estamos falando de valores) por si mesma. (Ou seja, se fazem sentido frases do estilo "A ciência já descobriu que X é bom")

Pois então, acredito que o problema seja novamente essa visão metafísica do "bom", quando este é apenas o significante que utilizamos para se referir a coisas que julgamos desejáveis para nós e/ou para o outro. É uma descrição de contingência implícita.

*Nota: Contingências são relações de "Se..., então...". Ou seja, se X, então Y; se eu faço isso, então ocorrerá aquilo.

Citar
Ou então pense no exemplo do "e daí?".
Informação: A gera apenas B.
Pessoa: E daí?
Informação: B gera apenas C.
Pessoa: E daí?
Informação: Tudo que C causa é a morte de criancinhas.
Pessoa: E daí?

E daí que a morte de criancinhas produz consequências indesejáveis a curto, médio e longo prazo, para você e para todos.

A pessoa ainda pode perguntar "e daí?", mas também poderia perguntar - e, aliás, seria até bem mais cabível do que na descrição da consequência da morte das criancinhas - se alguém dissesse "e a morte das criancinhas é errado" ou "ruim". Aham. E daí?

Percebe que isso só tem algum valor se o "ruim" está associado com coisas que ele deseja evitar e o "bom" com coisas que ele almeja?

Citar
O valor "morte de criancinhas é algo ruim" não é algo que a ciência pode dar.

Pode nos dar muito mais do que qualquer outra fonte, como apontei.


Não vou comentar o que os demais disseram, pois acho que o apontado acima cobre o que abordaram. Mas se eu estiver equivocado, me apontem.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Abril 30, 2012, 02:54:56 pm »
Lanzi: Quando falo da ciência, contudo, estou falando de uma linguagem racional, empírica e objetiva, de tendência totalizante.

A diferença entre ciência e filosofia é tênue e tem um bocado de gente que tentou traçar essa diferença. Todas são, como não poderiam deixar de ser, arbitrárias. Afinal, são definições, recortes.

Eu estou entre os que vêem a ciência como filosofia + empiria. O processo científico é invariavelmente filosófico: tem um problema, hipóteses são levantadas, verificadas sua coerência interna, sua coerência com o que mais tende a ser aceito, verificado o quão bem essa hipótese nos permite prever e controlar o problema e... é testado, depois ajustado de acordo com os testes, re-testado, etc. Tudo isso dentro de uma visão de mundo específica, uma concepção específica sobre o que é conhecimento e como é possível obte-lo.

Chamei de empiria e não de empirismo porque o empirismo, enquanto filosofia e justificação filosófica do conhecimento a partir da experiência, já está incluído na filosofia. A empiria é a ação mesmo, a prática de "sujar as mãos", fazer a experiência.

Não tenho certeza se entendo bem o que você concebe como ciência, mas acho que aos trancos e barrancos estamos nos comunicando bem, já que considera o exemplo que dei como científico.


Draco: Não entendi. Como algo pode ser prescritivo e responder questões morais ao mesmo tempo? A resposta a questões morais necessariamente possui um valor por trás, portanto prescreve algo

Acho que o que vc quis dizer é "Como algo pode NÃO ser prescritivo e responder questões morais ao mesmo tempo?", certo? Do contrário sua primeira frase estaria entrando em contradição com a segunda.

Vou citar aqui uma frase muito boa que li ontem, proferida por um pensador competente:

"Existem instituições seculares prescritivas: o Estado moderno. O que não existe são instituições seculares prescritivas de associação voluntária." - Nicolas Santos

O debate era sobre a proposta de Bottom, que mencionei no meu último post, e se deveriam existir instituições seculares prescritivas, já que a ciência é essencialmente descritiva. Eu acho que essa frase realmente resolve a questão.

Veja só, a ciência responde (mas não resolve por você - felizmente) questões morais ao descrever as causas e consequências de algo. Mas não prescreve. Isso o Estado já faz: não roube ou será punido; não mate ou será punido; não sonegue ou será punido; não discrimine ou será punido; etc. A descrição científica também pode/deve envolver a descrição das consequências que considere a possível resposta das pessoas e do Estado sob vc, mas não chega a prescrever. O Estado o faz.

Pois bem, por que precisamos de mais? É sério, pra quê precisamos de um papai-moral para nos dizer o que devemos fazer diante de cada dilema? Não basta a descrição das causas, das consequências, uma agência prescritiva e que pune as ações indesejadas, para que vc possa tomar sua decisão, baseado nas consequências que deseja para si?

A religião ou qualquer outra coisa que julgam resolver questões morais (mesmo que não achem que resolvam bem) não faz mais do que isso. Faz, na verdade, bem menos. Ela apenas descreve a ação e a consequência, de maneira explícita ou implícita: você deve fazer X porque é a vontade de deus (ou seja, se não fizer, terá problemas com ele). Se ela for além disso, como exemplificou o Lanzi, e disser algo como "você deve amar ao próximo porque isso fará você se sentir melhor, ser mais bem quisto, aumentará a chance de que as pessoas retribuam isso e odiar as pessoas aumenta a chance de que elas te odeiem de volta e blablabla", vc estará fazendo uma descrição secular, que independe do dogma religioso.

O que estou dizendo é que ninguém resolve, portanto, questões morais como vcs parecem acreditar que alguém resolva e exigem o mesmo da ciência. Só fazem prescrições baseados nas consequências que eles julgam mais desejáveis. A ciência faz uma descrição disso bem melhor, além de fazer uma descrição das causas (que também auxilia muito, como exemplifiquei nos posts anteriores), só não explicita o que vc deve fazer. Felizmente. Como diz Freud, eventualmente precisamos abandonar o conforto de um papai que responde por nós e partir pra vida hostil, para a autonomia. Ou, como coloca Sartre, estamos condenados a ser livres, o que quer dizer que estamos condenados a arcar com essas escolhas. Mesmo que a religião ou qualquer outro sistema moral nos dê a ilusão, por escrever de maneira prescritiva, de que estão escolhendo por nós, quando estão simplesmente descrevendo ações e consequências.

Apenas para confirmar que não estamos discutindo com conceitos distintos. Você concordaria comigo se eu complementasse sua definição com os elementos "busca pela descrição de como o mundo é, como funciona"?

Não. Acho a ideia de que estamos descrevendo como o mundo é, a realidade em sí, bastante ingênua e um salto de fé desnecessário. Em grande parte devido ao que vc mesmo coloca pouco depois:

Você continuaria concordando se eu dissesse que os fundamentos para a ciência, ou seja, aquilo no que podemos seguramente nos apoiar para construir o conhecimento científico, são: a) a lógica (incluindo aqui a matemática, abstração pura) ; b) as informações adquiridas pelos cinco sentidos (ainda que algum sentido falhe em certa situação, é sempre através dos próprios sentidos que percebemos que ele falhou) ?

Não acho que conhecimento seja uma posse, mas uma probabilidade de o indivíduo agir sobre o mundo de modos produtivos. Ou seja, tô com Peirce e Ernst Mach nessa.

Mach não se compromete com a dicotomia “verdadeiro – falso”, mas prefere trabalhar em termos de conhecimento e erro. Podemos dizer que, para Mach, conhecimento seriam maneiras eficazes de atuar sobre seu objeto de estudo – teórico ou prático – que permitam alcançar certos objetivos, e erro seriam maneiras ineficazes, ou menos eficazes, desta abordagem ao objeto de estudo. Proposições, teorias e conceitos verdadeiros nada mais seriam que aqueles que produzem conseqüências efetivas para quem as formula, e, falsos, apenas na medida em que não produzem conseqüências efetivas.

Sou, portanto, agnóstico com relação à existência de uma realidade externa, imutável e apreensível ou não por nós. Para mim estes são pseudo-problemas, já que não são passíveis de serem respondidos: se tudo que apreendemos tem como intermediários nós, nossos sentidos, então sempre será possível questionar a existência da realidade per se – independente de nós – e igualmente em que medida ela é apreensível. A distinção, portanto, entre a realidade em si e o que apreendemos dela é inútil, porque, falando em termos práticos, tudo que a ciência tem como suporte são aparências – isto é, observações ou experiências a partir de nossos orgãos do sentido.

Elas são muito parecidas e possuem resultados iguais, mas não são a mesma coisa, certo?. E o ponto de partida da sua argumentação foi "Por que valoramos como diferentes se elas são iguais?".

Não foi não, o que eu disse foi: "Por que há respostas tão diferentes, quase espelhadas, se a consequência é a mesma?" e, em outro momento, disse que "em termos estritamente lógicos, S1 e S2 têm a mesma resolução: morre um para salvar cinco.".

Você concorda que S1 não é perfeitamente igual a S2 no sentido de "1+1=2", certo?

Sim. Não vejo sequer o objetivo desses questionamentos, já que quaisquer duas situações que eu puder citar serão perfeitamente iguais. Isso é impossível.

Em que achar a razão pela qual a maioria das pessoas não adotam o critério consequencialista daria uma resposta para nossas questões morais?

Porque a maioria das justificativas morais envolvem regras, como "não mataria alguém" ou "só mataria se fosse para salvar outras mais". Nesse caso, colocamos um sujeito diante de um dilema cujas consequências são as mesmas e queremos compreender o que motiva sua  escolha.

Ela dá uma resposta de caráter descritivo: "A maioria das pessoas não adota o critério devido a X", mas isso nada diz qual seria o melhor critério.

Não, ele também procura descrever o porquê.


Nihil: Oh, uh... Depois que eu perguntei, percebi que a pergunta era derivada da leitura da versão resumida do dilema. Obviamente a versão oficial deve ser mais extensa e específica. Deixa pra lá.

É um estudo bem legal, depois vejo se acho um link para ele completo, pra quem tiver interesse em ler e examinar melhor.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Abril 29, 2012, 10:10:55 pm »
VA: Valeu, cara. Também acho estes exemplos interessantes, por isso mesmo quis compartilhar.


Lanzi: Primeiro eu gostaria de questionar a sua afirmação de que a religião é imposição ou que a ciência é mais persuasiva que a Religião (...)

Quando disse isso, eu não estava ignorando a Teologia e todos os debates que teólogos promoveram (alguns até muito bons). Mas quando um teólogo argumenta sobre a moral, sobre a justificativa moral ou analisa sua origem, sem remeter a deus enquanto dado ou ao dogma, ele está fazendo filosofia, mesmo sendo um teólogo. Isso porque ele está utilizando argumentos seculares, que independem da crença em deus ou não, da Bíblia como verdade revelada ou não. Então, se ao invés de falar "por que devemos amar ao próximo? Por que a Bíblia mandou" e argumenta a respeito, sustenta essa postura filosoficamente e até com argumentos práticos, ele é um religioso ainda, mas utilizando argumentos seculares.

Eu chamo uma postura de dogmática e outra de persuasiva porque você precisa pressupor a autoridade (infalível ainda por cima) da Bíblia, mas não precisa pressupor a autoridade da ciência. Mesmo.
Se você acredita em algo simplesmente porque é "científico" ou "comprovado cientificamente" você é um imbecil. E não está sendo um cientista. Você deve acreditar em algo porque ele traz boas razões para isso. Em ciência, teoricamente, a autoridade tem pouco valor. Não importa se o melhor pesquisador do mundo disser que conseguiu "provar cientificamente" algo se ele não trouxer o porquê. Ele tem que mostrar o que ele fez, como ele fez, quais os resultados, pra gente avaliar aqui se isso realmente indica o que ele conclui ou não.

Claro que a exposição é racional, objetiva e empírica (e esses critérios parecem ter adquirido um valor em si)

Que pode não persuadir as pessoas, mas não há um "você deve acreditar porque estou dizendo que é verdade" ou "você deve acreditar porque fulano (ou Fulano) disse que é assim".

É possível, contudo, nos livrarmos da roupagem religiosa e esses casos continuarão sendo problemas morais.

Claro, eu mesmo disse isso mais de uma vez, como quando coloco que se fossemos o rapaz que faz a eutanásia teríamos uma chance maior de sentir remorso (ou um remorso maior) do que o da ortotanásia. Meu ponto não era ciência x religião, era apenas "a ciência pode responder questões morais?".

A dúvida que tenho, contudo, é a possibilidade muito frequente que a ciência tem em fechar os olhos para questões morais (a religião também tem esse problema, mas não estou dizendo que prefiro um ao outro, só acho que a religião, devido ao seu poder simbólico, deixa menos espaços para dúvidas e é portanto mais eficiente em fornecer respostas às questões morais) que envolvem o seu próprio método porque isso pressupõe a adoção de certos limites para o seu funcionamento.

Concordo plenamente.

Há propostas de que isso mude. O filósofo Alain de Botton, em seu livro "Religião para Ateus", diz que temos muito que aprender com as religiões. Ele é ateu, e argumenta que junto à proposta de uma sociedade secular (sem religião), cabe a incumbência de oferecer suporte às exigências humanas que, até então, só as religiões se dispuseram a atender. Não precisamos, por exemplo, ser judeus para instituir um “Dia do Perdão”; templos temáticos e seculares podem ser levantados para propiciar reflexões, relaxamento e insights; “Restaurantes Ágapes”, inspirados em certos elementos missais, proporcionariam a dissolução de tribos e preconceitos; e os museus e as universidades poderiam ser rearranjados, respectivamente, em salões e departamentos dedicados a aspectos primordiais da existência humana, como ao “autoconhecimento”, ao “amor” e ao à “morte.” Tais sugestões poderiam ser implementadas com facilidade, e seus possíveis benefícios poderiam ser avaliados na prática.

O livro é cheio de problemas, mas essa parte da proposta dele eu acho interessante.

Como você poderia resolver cientificamente este problema moral, uma vez que envolve uma petição de princípio?

Eu não estou dizendo que a ciência resolve problemas morais, pois não é prescritiva. Mas, como também argumentei, é bastante ingenuidade crer que a descrição que ela faz não está incluída no "responder questões morais", pois é isso que ela também está fazendo. E por que precisamos de alguém para nos dizer o que devemos fazer? Não será esse modo de encarar a questão todo o problema? Por que é insuficiente descrever quais as consequências e motivações de cada ação e deixar que a pessoa arbitre (e arque com as consequências de suas ações)?

Eu convivo bem com essa angústia, mas talvez - e apenas talvez - seja benéfico fazer como o Bottom propõe e começar a criar instituições seculares que também tenham caráter prescritivo.

Poderíamos dizer, portanto, que a ciência está além do sistema moral predominante? Uma vez que, através da sua sugestão, seria possível moldar a nossa moral conforme as descobertas científicas, teríamos uma moral absolutamente científica para o futuro. Isso me assusta principalmente no ponto em que qualquer explicação que não seja científica seria logo descartada segundo os critérios de correção. Isso seria um problema moral? Digo que sim porque como a ciência seria capaz de, por si só, levantar essas questões que são constantemente levantadas pela Filosofia e pela religião e, principalmente, pelo atrito que há entre eles?

É possível que o cerne do problema esteja aí: parece que você está partindo de uma concepção de ciência diferente da minha. Concepção, a sua, que considero equivocada.

Parece que você compreende a ciência como um método específico como, por exemplo, o método hipotético-dedutivo. Isso não é verdade. “Ciência” é apenas “conhecimento” e é o nome que adotamos para uma visão que envolve compreender e interrogar-se sobre o mundo de maneira cética. Ou seja, sempre norteados pela pergunta “temos motivos para acreditar nisso?” e “qual a melhor forma de investigar a respeito daquilo?”. Não poderia haver perguntas mais amplas.

O método que a ciência adota varia. Assim, se houver motivos para crer que os métodos e modelos que atualmente adotamos estão errados ou que existem formas melhores de abordar os fenômenos, descartaremos estes modelos atuais e adotaremos este melhor. Se, por exemplo, alguém conseguir demonstrar que o método hipotético-dedutivo tem sido insuficiente e que um método completamente novo, que envolve uma visão radicalmente nova de mundo e de conhecimento, consegue lidar melhor com os fenômenos, adotaremos este outro modelo. E ainda assim continuará sendo ciência. Complemento o que disse anteriormente, dizendo que ciência é apenas questionamento sistematizado: de por que deveríamos acreditar em algo e qual a melhor maneira de investigarmos a respeito de determinada coisa.

Isso torna sua crítica um pouco sem sentido. Afinal, qual seria o perigo? Questionar as coisas? Acreditar que apenas considerarei algo como verdadeiro ou correto quando houver bons motivos para isso? Por que isso é algo ruim? E, olha que coisa linda, mesmo se vc for capaz de apontar por que questionar as coisas desta forma é algo ruim e que há maneiras melhores de compreender, ainda assim será ciência! Pois esta será demonstradamente a melhor maneira de abordar os fenômenos ou a questão.


Draco: A) Isso significa que a ciência te dá informações para que você melhor realize julgamentos morais, mas não que ela te dá um julgamento moral em si mesma.

Questão já abordada acima. Se acha que abordei insuficientemente ou não peguei seu ponto, por favor me corrija e me explique melhor.

Só que espere, na situação do trem, dizer que as situações S1 e S2 são logicamente iguais é incorreto. (...)  Por exemplo, alguém poderia justificar que o homem amarrado já "estava envolvido" na situação, enquanto o homem gordo não, portanto este não poderia ser jogado.

Essa é uma justificativa moral, não lógica, para a ação de arremessar ou não, puxar a alavanca ou não. Agora, se vc acredita que nossas justificativas lógicas envolvem também a moral, é um outro ponto.
De qualquer forma, embora tenha achado seu questionamento bastante pertinente, isso que você inclui na lógica (o cara da S1 estava "incluido na situação", o do S2 não) está dentro da análise que faço - e que os pesquisadores também fizeram - do fenômeno. Ou seja, por que sentem isso, por que pensam isso.

Não está correto porque está implícita aí uma valoração moral conseqüencialista. Ou seja, dizer que S1 e S2 são iguais por possuirem resultados iguais é logicamente incorreto pois elege um único critério para a igualdade: a conseqüência.

Mas é isso mesmo, e isso não é um problema. O que vc chama de critério consequencialista entra dentro da análise das respostas. Não acho que as situações sejam as mesmas, eu também me sinto diferente diante delas. Quem responde igual, poderia ter um critério moral consequencialista, o que responde que não, talvez não. É isso que estamos tentando analisar: por que a maioria das pessoas não adotam o que vc chama de critério consequencialista, mas se sentem diferentes nas situações em que a consequência é, em termos estritos, a mesma (que aqui chamei de serem logicamente as mesmas, para simplificar a questão). Sacou agora?

Você talvez tenha apontado um problema do mau uso da palavra lógica (mas eu não concordo com vc, mas não quis entrar nisso porque é desnecessário nessa questão), mas não um problema da pesquisa ou de suas conclusões.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Abril 28, 2012, 01:59:48 pm »
Deixa eu ir direto ao exemplo que queria dar. Isso vai ser um pouco longo, mas acho que vale a pena ler.

Há a seguinte situação: um trem vai atingir 5 pessoas que trabalham desprevenidas sobre a linha. Mas você tem a chance de evitar a tragédia acionando uma alavanca que leva o trem para outra linha, onde ele atingirá apenas uma pessoa. Você mudaria o trajeto, salvando as 5 e matando 1?
Chamarei essa de Situação 1 ou S1.

Outra situação:  um trem em disparada irá atingir 5 trabalhadores desprevenidos nos trilhos. Agora, porém, há uma linha só. O trem pode ser parado por algum objeto pesado jogado em sua frente. Um homem com uma mochila muito grande está ao lado da ferrovia. Se você empurrá-lo para a linha, o trem vai parar, salvando as 5 pessoas, mas liquidando uma. Você empurraria o homem da mochila para a linha?
Chamarei essa de Situação 2 ou S2.

(não se preocupem com as questões logísticas da situação - "ah, não tenho certeza se o trem pararia arremessando o cara" e coisas assim -, pois são irrelevantes para o caso. O que queremos avaliar é o dilema moral, não a coerência da circunstância criada. Considerem que todas as informações das situações são precisas e que vocês têm certeza disso.)


Num estudo realizado em Harvard, colocaram essa situação diante de diversas pessoas, de diferentes classes sociais, de diferentes culturas (contanto saibam o que é um trem).
Na S1, 97% das pessoas, sem diferença significativa entre pessoas de diferentes classes sociais, escolaridade, etc., responderam que puxariam a alavanca, salvando as cinco pessoas e condenando a outra.
No S2, 75% das pessoas, também sem diferença significativa entre populações, disseram que não empurrariam o rapaz, salvando as cinco pessoas e condenando-o.

É um dado interessante. Afinal de contas, em termos estritamente lógicos, não há diferença entre S1 e S2: ambos significam condenar alguém para salvar outras cinco pessoas. Mas as respostas a S1 e S2 são quase opostas. Por quê?

Sabe-se já há algum tempo que o ser humano (e os demais animais, mas com mais limitações) aprende pelas consequências de sua ação. Se eu jogo comida no chão e minha mãe me bate, diminui a probabilidade de que eu faça o mesmo em situações similares. Se eu tento abrir uma porta girando a maçaneta e não consigo, mas quando puxo ela abre, e assim sucessivamente, aumenta a probabilidade de que, se eu quiser abrir essa porta, nas próximas vezes eu puxe a maçaneta ao invés de girá-la.
Aprendemos através de nossas experiências diretas, através da experiência de outros (vejo alguém conseguindo abrir a porta puxando ao invés de girar, por exemplo) ou através de ensinamentos (alguém nos diz o que deveríamos ou não fazer em determinadas situações).

Pois bem, usualmente a ação "empurrar alguém da ponte, na frente de um trem" seria punida. Por isso e talvez por razões filogenéticas (aí estamos especulando, mas é possível), a maioria de nós sente um mal-estar tremendo com a ideia. Empurrar alguém da ponte, que parece que não tinha nada a ver com a situação, soa a nós, mesmo que inconscientemente, como assassinato. Um frio e cruel, ainda por cima.
"Puxar uma alavanca", mesmo que as consequências sejam as mesmas, não...

Em S2 temos uma participação ativa, estamos empurrando alguém da ponte em frente ao trem e isso está diretamente relacionado com algo ruim, moralmente reprovável. Em S1, temos uma participação mais indireta, mesmo as consequências sendo exatamente as mesmas, mas não nos soa tão "errado".

As muitas variações desta pesquisa confirmam essa hipótese ("e se você puxasse uma alavanca que fizesse cair o mochileiro?" e etc).

Agora vamos a um dos debates morais correntes: a eutanásia.

Para a maioria das pessoas a eutanásia é moralmente condenável. Implica, pra eles, matar alguém. Já a ortotanásia, que é simplesmente suspender tratamento para deixar a pessoa morrer, é muito mais aceita e inclusive aprovada legalmente. A consequência de ambas é a mesma (a pessoa morre), mas na ortotanásia é talvez pior, já que prolonga a malograda existência da pessoa (que já quer morrer, o desejo tem que ser dela) até que a doença ou seja-lá-o-que-for a mate. Qual a diferença?

A diferença é essencialmente a mesma do S1 e S2. Na eutanásia, a pessoa participa ativamente da morte da outra, ela injeta uma substância (geralmente altas doses de morfina) para que a pessoa morra, como ela deseja, naquele momento e sem dor. Na ortotanásia ela participa passivamente: suspende o tratamento, o que inevitavelmente implicará também na morte da pessoa, mas não tá lá, injetando nada que ocasionará a morte dela. Essa última soa menos errada pra maioria de nós e a primeira parece algo mais próximo de assassinato, de imoral e provavelmente se fossemos a pessoa que faz um ou outro, sentiríamos mais remorso se fossemos o da eutanásia.
Pelo exato mesmo motivo: geralmente injetar algo em alguém, ocasionando a morte, é punido, nos soa como assassinato, causa mal-estar pensar em fazer isso com alguém; simplesmente suspender tratamento - mesmo que as consequências sejam bem mais nefastas, como descrevi -, não.

Mas isso é uma falha da nossa aprendizagem, chamada de generalização de estímulo. Situações com propriedades semelhantes ocasionam respostas semelhantes, mesmo que não seja o caso. É o mesmo que uma pessoa que (lá vem exemplo esdrúxulo, porque tô elaborando agora) apanha do pai e aprende que não pode enfrentá-lo, mas que agora está diante de um babaca que quer pegar sua mulher, mas não consegue enfrentá-lo porque ele se parece com o pai. Independente da nossa aprendizagem, essa simplesmente não é a resposta mais adequada a essa situação.

Essa compreensão, muito grosseiramente descrita aqui, implica sim numa mudança em relação ao dilema moral. Ora, se o que nos causa repulsa à eutanásia mas não à ortotanásia é uma falha do modo de aprendizagem do ser humano, uma generalização de estímulos, então, compreendendo isso, compreendendo a nossa motivação e o porquê do incômodo, estamos aptos a agir diferentemente. O que implica, inclusive, em tomar decisões legais diferentes. É algo imenso.

Claro, a ciência não está prescrevendo nada. Ela não está dizendo: "olha, isso ocorre devido a um problema de generalização de estímulos, que faz com que você tenha uma resposta disfuncional nessa ocasião, logo você deve tomar a outra atitude". O que ela faz pára antes do "logo" ali, ou seja, só descreve. Mas aquele que acredita que a descrição não implica na prescrição está sendo bastante ingênuo.

A religião diz "faça isso" e "faça aquilo" porque "é a vontade de Deus". A ciência diz "se você fizer isso, acontecerá aquilo", "se você fizer aquilo outro, acontecerá isso" e "você faz isso por causa de X, Y e Z". Pra mim, ambas têm implicações morais. A diferença é que uma é dogmática - e por isso mesmo tem de ser tão prescritiva - e a outra é mais bem fundamentada, sendo mais persuasiva do que impositiva (o que não quer dizer que ela esteja certa).

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Abril 28, 2012, 01:07:57 am »
Já havia visto o vídeo, não li o tópico inteiro, mas comentarei algo que parece que ainda não disseram: a moral é objeto de estudo da ciência também. O que chamamos de moral faz parte do escopo de atividades, sentimentos e pensamentos humanos, sendo objeto de estudo da Psicologia, Filosofia, Antropologia, Sociologia, Neurologia, Biologia e onde mais isso puder ser relevante. Assim, tentamos compreender o que é a moral, como e por que ela surge, se mantém, como se manifesta em indivíduos e culturas. A moral não é algo intangível e inalcançável (ao menos não mais do que todos os objetos de estudo da Psicologia) e muita coisa interessante já vem daí.

Se compreender a moral nos auxilia a responder questões morais, a ciência pode auxiliar sim. Pode ser decisiva, inclusive, tanto quanto ou mais quaisquer outras coisas que acreditem que sejam, estas sim, as determinantes da moral.

Mas amanhã acordo às 5:30 pra trabalhar. Vou só jogar a reflexão, talvez eu volte depois com um exemplo legal de como a ciência pode responder questões morais.

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Off-Topic / Re:De onde veio seu nick na Spell?
« Online: Abril 28, 2012, 12:53:40 am »
Vocês sabem.

Aliás, pensando aqui, curioso como nunca usei um NICK mesmo.

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Off-Topic / Re:Coisas que você não veria sem a internet
« Online: Janeiro 18, 2012, 02:47:22 pm »
Música maldita que fica na cabeça:


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