Emil, não vou colocar que sou contra greves, passeatas e invasões, só as acho ultrapassadas e, francamente, inúteis.
Bom, vão discordar de você as pessoas que só conseguiram aumentos salariais (merecidos, diga-se de passagem, previstos por lei e não cumpridos) só depois de fazer greve. Ou mesmo meu curso na faculdade, que não tinha contratações há muitos anos, conseguindo uma vaga suada de professor para desacossar os professores que estavam acumulando três ou quatro matérias.
Eu estive numa passeata quando era da faculdade, e não conseguimos o que queríamos. Claro, o estado deu um "cala-boca" que normalmente é o máximo que se consegue.
Agora, das trocentas greves que eu vi só esse ano, a maioria esmagadora deu com os burros n'água.
Uma pra mim que foi marcante foi a greve dos serventuários da justiça aqui no Rio de Janeiro que só conseguiu uma coisa: piorar o atendimento e andamento dos processos. Nenhuma revindicação foi atendida. A greve mingou até que silenciosamente retornaram ao trabalho. Ah, a Justiça Federal aqui do Rio tá de greve também, daqui a pouco a gente vê se trouxe algum resultado real.
Os bombeiros aqui do rio conseguiram o aumento depois de três meses de greve se não me engano. Foi preciso invasão de quartel, bombeiro preso e ocupação diária da alerj pra tanto. A população inteira estava a favor dos caras. Acho que teria sido muito mais produtivo se eles tivessem puxado a briga pro campo eleitoral, posta video no youtube, promete perda de voto pro governador e aliados, mobiliza a sociedade civil via mídias sociais, etc. Acho quer teriam conseguido a mesma coisa sem ninguém ser preso, além de demonstrar uma força ao governo muito maior.
E uma coisa que eu acho que você não percebeu: eu não sou contra manifestações e revindicações por salários mais dignos, só acho que existem outras maneiras mais inteligentes que fazer isso, não precisa ficar preso a um modelo ultrapassado.
O patético é achar que uma forma de manifestação do século passado berrando uma bandeira morta (revolta do proletariado) vai trazer qualquer tipo de resultado. Esse é meu ponto.
O seu ponto é patético, porque NINGUÉM está falando de "revolta do proletariado". Você está atacando um espantalho, e sua argumentação toda está baseada num fantasma que você inventou para você mesmo discordar. Ou seja, você está sozinho, argumentando contra sua imaginação.
Entendeu agora?
A frase "reforma do proletariado" é pelo típico pensamento de nós contra eles. Como se tivesse só o bem versus o mal e o "ou você está conosco ou contra a gente".
E na boa, não fui eu que inventei que alguns pensam que estão nessa luta de classes. Se eles consideram a imprensa "burguesa", eles só podem se considerar proletariado...