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Posts - Lanzi

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Off-Topic / Re:Você odeia argentinos?
« Online: Julho 02, 2012, 12:41:39 pm »
Já fui pra Argentina 4 vezes e não tenho nenhuma reclamação a fazer. Pelo contrário, adorei todos os argentinos que conheci e digo que até moraria neste país. Tanto é que me apaixonei pela literatura argentina e até tenho estudado isso.

Quanto à rixa: é uma invenção. Não faz o menor sentido. É lamentável que alguns brasileiros a levem a sério. Quando conversei com alguns argentinos a respeito disso nenhum deles possuía o menor problema com brasileiros, quaisquer fossem; a maioria deles, inclusive, já tinha visitado o nosso país e gostado muito. O mesmo não acontece com os chilenos. Conversando com um argentino uma vez ele disse que a rivalidade existente entre Brasil e Argentina era apenas algo caloroso, como algo entre amigos, exatamente o contrário do que eles tinham com o Chile, que era algo frio e hostil. Outros argentinos confirmaram essa rixa estranha que existe por motivos históricos.

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Eu estava lendo e achando a proposta boa e pertinente, mas daí vi o nome do Fernando Capez entre os palestrantes e desanimei. Não sei como é na área dos direitos dos animais, mas as propostas quanto à segurança são piores que as de um débil mental.

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Off-Topic / Re:Coisas que você não veria sem a internet
« Online: Junho 17, 2012, 11:18:02 am »
Que porra é essa?

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Off-Topic / Re:Distopias
« Online: Junho 13, 2012, 07:45:01 pm »
Madruga, do Fahrenheit 451 eu só vi o filme, que é do Truffaut. Confesso que não entendi direito qual é a pegada: se é uma declaração de amor aos livros e ao poder de liberdade que conseguimos através da imaginação, se é um exercício imaginativo sobre as possibilidades do presente, se é uma crítica a partir da subversão de um elemento da nossa realidade, ou se é tudo isso junto. Então acabei não gostando tanto. Você chegou a ler o livro? Qual é a ideia?

Do Ray Bradbury li apenas um: As Crônicas Marcianas, que é o meu livro de Ficção Especulativa favorito. É da década de 50, se não me engano, e narra, em capítulos curtos que levam o nome de datas e estão dispostos em ordem cronológica, a colonização de Marte. É fantástico, em todos os sentidos da palavra, e o autor não se preocupada em nada com o realismo, com a verossimilhança, com a cientificidade da coisa, preferindo construir imagens poéticas em aventuras impossíveis. É lindo, mágico. Recomendo pra todo fã do gênero. E não tem nada de distopia.

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Off-Topic / Re:Distopias
« Online: Junho 13, 2012, 06:38:11 pm »
Eu entendo o Madruga quando ele fala da pobreza da trama do Admirável Mundo Novo. Aquele discurso final, igual ao discurso do O'brien no 1984, é a típica síndrome do Scooby-Doo: sempre tem que vir um "vilão" pra esclarecer tudo.

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Off-Topic / Re:Distopias
« Online: Junho 13, 2012, 03:27:56 pm »
Mas eu costumo aceitar a ideia de que a crítica do Huxley é voltada para um alvo maior; o processo de racionalização da sociedade ocidental. Deste modo, como o acadêmico burguês que era, sua crítica até se encontra bastante assentada sobre o local social do qual ele fala.

Pelo que li a insistência do Orwell se deve à sua desilusão com o comunismo, uma vez que o cara teve ideais revolucionários, chegando até a ter lutado na Espanha. Então, descontente com os rumos das revoluções pelas quais ele mesmo havia lutado, mesmo que fosse um inglês, deve ter usado a literatura como instrumento crítico.

Acho que o recurso da distopia costuma ser usado, com poucas excessões, como uma forma de imaginar os problemas da sociedade contemporânea acentuados no futuro e a partir disso tecer uma crítica sobre os possíveis rumos do presente. Também pode ser usada como simples experimentação literária, já que a literatura é um exercício de imaginação. Esse segundo caso costuma se preocupar menos com a crítica, com a verossimilhança etc. Do primeiro sobram exemplos: Neuromancer, Laranja Mecânica, 1984, Admirável Mundo Novo, O Homem Duplo. Quanto ao segundo, estou tendo até dificuldade de me lembrar de algum, na verdade, mas sei que existem.

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Off-Topic / Re:Distopias
« Online: Junho 13, 2012, 12:20:05 am »
Ótimo tópico. Tenho um amigo que está se formando em História e a tese dele é sobre o Aldoux Huxley. Não sei ao certo qual é a tese. Depois vou perguntar pra ele e trazer aqui pra enriquecer a discussão.

Vi o Vincer ali falando de "Ficção Especulativa" e fiquei feliz com o uso desse termo. É muito melhor do que "Ficção Científica", que não quer dizer nada e ainda trás alguns problemas de classificação; distopias pra mim nunca poderiam ser consideradas ficções científicas.

Também acho que um romance distópico não deve ser avaliado pelo seu potencial profético, mas pelo seu conteúdo dramático. É impossível uma distopia que não projete no futuro problemas que já encontramos no presente. Por exemplo, eu poderia considerar muito melhor um livro distópico que apresente um futuro completamente impossível de acontecer, mas que produza, dentro desse esquema, metáforas, tramas, dramas e personagens com riqueza, do que um que apresentasse isso em menor escala com mais chances de ser verossímil.

Isso nos leva pra dois debates bem interessantes: o primeiro é sobre 1984 vs. Admirável Mundo Novo. Não faz o menor sentido a gente começar a debater qual é melhor, ou qual é mais rico, mas poderíamos analisar os pressupostos de cada um. Um amigo certa vez escreveu um artigo em que ele sustentava a ideia de que no futuro do 1984 a sociedade humana era oprimida pelas coisas que, no presente, são vistas como terríveis, desumanas, obstáculos à liberdade: a opressão, a censura, os estados totalitários, a violência etc. Em Admirável Mundo Novo o pressuposto é exatamente contrário; a sociedade futurista é oprimida pelas coisas que facilitam a vida: a razão, a ciência, a tecnologia etc. Acho que nesses termos a gente pode considerar a sacada crítica do Huxley mais original, mais precisa e mais necessária do que a de um Orwell que escrevia dentro de um contexto mais específico, com alvos certos.

O outro ponto do debate já foi sugerido, em outros moldes, pelo Vincer: por que a ficção especulativa sofre tanto para ser aceita para dentro da crítica? Eu arrisco uma resposta: acho que o conteúdo das obras hoje em dia pouco importa; interessa à crítica literária o que o autor e a obra trazem de novo em termos de linguagem. E poucos - quais além de Neuromancer? - são as obras de ficção especulativa que inovaram em termos de linguagem, muito embora a linguagem seja uma das coisas mais fascinantes de se trabalhar em um universo distópico.

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Off-Topic / Re:Religião - Tópico Permanente
« Online: Junho 06, 2012, 04:43:33 pm »
Citação de: Dr. Strangelove
Que curioso, Lanzi. Eu realmente nunca me atentei a esse detalhe, mas é algo que realmente faz sentido. Tem como expandir mais isso, eu estou genuinamente curioso.
No catolicismo acredito que isso seja mais evidente, porque não tenho conhecimento nenhum de Islamismo, Budismo ou Judaísmo. Mesmo com todo o esforço da teologia em decifrar os desígnios de Deus e do Universo, a maioria dos filósofos cai prostrado diante dos limites da apreensão humana. A própria palavra "homem" que vem de "homus" (terra) em contraposição à palavra Deus, que quer dizer celeste, é um indicativo de como o homem sempre esteve, dentro dessa doutrina, alienado daquele que o criou. Chesterton, na Ortodoxia, descreve como o ato da criação divina pressupõe sempre a separação, ou alheamento, de uma coisa que antes lhe pertencia. Com o Dionisio Aeropagita essa alienação (elemento central do mistério) se transfere pra linguagem, ainda que a ideia de linguagem esteja restrita aos seus moldes medievais porque o homem e Deus, enquanto possuem naturezas distintas, estarão sempre separados, e Deus será sempre insondável. Dante, na Divina Comédia, é uma das tentativas literárias de aproximar o esforço da palavra escrita em direção ao Divino, talvez por isso os últimos capítulos do Paraíso, diante do vislumbramento total de Deus, estabeleçam uma relação da palavra em direção ao silêncio. Mas até São Paulo já havia percebido que nesta vida os homens estavam condenados a obter uma imagem das coisas divinas através da obscuridade de um espelho.

O espiritismo funciona exatamente no sentido contrário na medida em que tenta trazer para uma linguagem humana e pseudocientífica toda a experiência transcedental rumo ao divino. É claro que é uma tarefa vã, mas, impregnados pelo cientificismo totalizante do século XIX, os espíritas se lançaram numa campanha contra o mistério. Por isso que qualquer centro espírita possui explicações pra todos os fenômenos paranormais, transcedentais, místicos, que qualquer pessoa já experimentou na vida, e até pra aqueles que a gente já possui explicações bem mundanas. Cito como exemplo meu tio, espírita fanático, que, ao ver minha avó de 93 anos pesando 30kg, se alimentando por sonda, e incapaz de andar, uma situação onde pudesse encaixar seu espiritismo alegando que ela estava passando por isso porque tudo fazia parte de um processo de depuração do seu espírito, e que aos poucos ela estava aceitando o fato de que ia morrer.


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Off-Topic / Re:Quase metade dos brasileiros apoia tortura para obter provas
« Online: Junho 06, 2012, 04:26:01 pm »
O sucesso do Cap. Nascimento pode ser entendido a partir da teoria da recepção, aplicável tanto à literatura quanto ao cinema. É meio óbvio pra qualquer um com o mínimo de capacidade intelectual que o José Padilha fez daquele personagem uma crítica ao discurso policial que legitima a sua violência. Transformá-lo num herói nacional não estava nos planos do diretor e talvez por isso ele tenha descontruído no segundo filme a imagem que construíu no primeiro.

Resumindo: interessa mais como as pessoas lêem a obra do que o conteúdo em si.

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Off-Topic / Re:Quase metade dos brasileiros apoia tortura para obter provas
« Online: Junho 06, 2012, 11:19:25 am »
Esse é o povo brasileiro: pacífico, feliz, hospitaleiro...

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Off-Topic / Re:Religião - Tópico Permanente
« Online: Junho 05, 2012, 11:17:32 am »
O que me incomoda no espiritismo, mais do que em qualquer outra religião, é que não há mistério dentro da doutrina. Pro catolicismo o mistério é quase fundante, no misticismo também. Essa mistura de pseudociência com religião fornece ao indivíduo praticante explicações pra tudo, até pra aquele sofrimento sem sentido pelo qual tem de passar uma criança com câncer. Se ela sofre hoje é por causa de algo que fez em vidas passadas, mas uma punição dessas é como punir um criminoso depois de ter apagado a memória dele.

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Hahahahaha, que da hora. Eu li isso há uns 2 meses, Assumar!

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Citação de: Rain
A verdade é que algumas discussões nem merecem ser debatidas, serio mesmo.

Eu adoro pessoas que entram na discussão falando que ela é inútil.

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Auhauahuahuhauhauhauhauhauhauhauhauhuahuahuah.

Ademais, a lei é boa e a discussão me lembra aquelas discussões que rolavam na Spell Forever sobre direitos dos animais, dos quais eu era um dos defensores. Acho que mudei de opinião, mas continuo achando triste o maltrato e a crueldade com os bichos. Uma coisa sobre a qual tenho me perguntado é sobre os rumos que estamos seguindo com essa sensibilização total em relação aos animais. Cito como exemplo disso o caso em que a mulher espancou o Yorkshire até a morte. A imagem dela foi exposta e divulgada na Internet e chamaram-na de assassina e tudo o mais. Claro que é uma covardia tremenda o que ela fez (muito embora eu já tenha tido vontade de matar alguns cachorros e gatos escrotos algumas vezes), mas até que ponto o crime que ela cometeu exige uma vingança virtual extremamente apaixonada? Também, vi pouca gente se referindo ao fato de que a vizinha filmando e denunciando através das divulgações do vídeo na Internet, estimulando o dever cívico da delação, também é, pra mim, algo condenável.

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Off-Topic / Re:[VIDEO] A ciência pode responder questões morais?
« Online: Maio 23, 2012, 09:42:08 pm »
Não entendi a relação entre problemas morais e qualidade de vida.

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