Lembrem que um dia a civilização islâmica foi a mais liberal e avançada, pelo menos em comparação com o Ocidente. (Já que obviamente é preciso deixar a China fora dessas comparações...)
É fato que o fundamentalismo aumentou muito desde essa época. Daí eu dizer que o problema não é a religião em si (veja quantas tralhas temos aí no AT, e que ninguém liga) e sim os fundamentalistas.
E isso me faz lembrar um exemplo histórico: recentemente andei lendo sobre o domínio dos Mughal sobre a Índia. Dificilmente haviam disputas religiosas sangrentas na Índia, antes da chegada do Islamismo. Ateus e seitas hindus, shivaístas, vedantistas blah blah blah conviviam mais ou menos em paz. Um dos imperadores mughal foi o Akbar (que quer dizer O Grande), que chegou a criar uma religião própria tentando ser tipo uma meta-religião, para unificar todas as outras e propor tolerância religiosa... ele admitia budistas, hindus, cristãos e maometanos em sua corte, etc. etc. era um filósofo, blah blah blah, seu reinado foi uma dádiva para as porções do subcontinente indiano que dominou, blah blah, até ele morrer, e algumas gerações depois vir um fanático muçulmano seu descendente, Aurangzeb, e acabar de destroçar o clima mais ou menos benevolente que o seu ancestral havia estabelecido. Não que o seu pai e avô fossem boa gente, mas Auranqzeb eliminou todas as medidas liberais que Akbar havia criado.