É, o cara tem que se declarar negro e assinar um termo de "autodeclaração etnico-racial" junto a comissão de graduação da universidade. Mas não sei detalhes do processo...
Só sei que na ufrgs muitas poucas vagas reservadas para cotistas autodeclarados negros são preenchidas (exceto nos cursos mega procurados, como medicina). Nos cursos em que eu observei estas quantias, estava normalmente em 3 a 5 vagas ocupadas de cada 15 reservadas. Isso porque existe uma nota de corte (o que não é o caso no ingresso de indios) geral, e mesmo que só tenha 10 candidatos para 15 vagas, o vestibulando tem que ir minimamente bem nas provas. Além disso, acredito que tenha bastante aluno negro que prefere não concorrer a estas vagas.
É bem engraçado a diferença das cotas sociais para as raciais: aqui na ufrgs, o negro tem que ser egresso de escola pública (além de ser negro). Ou seja, ele merece uma ajuda ainda maior para entrar na universidade que todos seus colegas do ensino médio, que tiveram um ensino da mesma qualidade que ele, e têm as mesmas condições que ele de cursar uma particular. Isso acaba com toda lógica usada para justificar as cotas raciais, e no mínimo dá a entender que negros são mais burros que pessoas de outras etnias.