Um aspecto da fala do Edu Falashi que poucos prestaram atenção, até mesmo pq ele enfatizou mais o caso das bandas brasileiras: o público não vai aos shows de bandas gringas, mas só aos shows das mesmas bandas gringas [Iron Maiden, Metallica, AC/DC, etc]. E quando bandas estrangeiras vêm, se há apresentações fora de São Paulo, raramente enchem [Ele citou o caso do Machine Head, mas poderíamos citar outros. Por exemplo: a última apresentação do Epica aqui no Rio de Janeiro].
Mas tb não devemos achar que essa é um problema específica da cena metal. Espetáculos de jazz, blues, música erudita, bossa nova, etc. muitas vezes tb não lotam.
Quanto aos cds, o cenário é: a internet aumentou a acessibilidade ao que produzido, sem ter um aumento concomitante à audição de cds inteiros. Baixar um cd é fácil, pois não dá trabalho e é gratuito. E faz-se isso em grande quantidade, tornando impossível que uma pessoa interessada em sons novos tenha condições de comprar tudo aquilo que lhe agrada e que gostaria de ver seguindo em frente. Em uma consulta a um fórum de downloads de música que fiz um tempo atrás [sob o nick Kriev], constatei ser comum que as pessoas tivessem mais de 20 gb de música, oq é muita coisa. Ao mesmo tempo, o público, em geral, não ouve um cd inteiro, mas só os hits.
Quanto aos shows, é mais simples: o preço dos ingressos, em geral, é caro ou o artista é mau pago [isso quando não ocorre as duas coisas ao mesmo tempo], dificultando que o público frequente vários shows ou que os artistas se sustentem somente dos shows. O Matanza, que faz trocentos shows, por exemplo, ao menos até pouco tempo atrás possuía membros que ainda possuem empregos que nada têm a ver com música, para garantirem a renda.