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Coisas MALFEITAS! ISSO VALE OU NÃO?"
A produção é grande, então é lógico que geraremos material discutível. E é indústria de ENTRETENIMENTO, se você se divertiu, tá valendo.
A conversa toda começou por causa do crude reclamando do Wolverine + Hércules. Independentemente de ser apelação para o público nerd homossexual, e para agradar os ativistas, achei uma releitura interessante. Eu gosto (você perguntou dos meus gostos) de releituras, não é à toa que eu adorava a Era do Apocalipse. E através dessas apelações a presença de personagens declaradamente homossexuais fica mais comum, o que é bom, já que no mundo atual pessoas declaradamente homossexuais são mais comuns.
Como o número de homossexuais não muda (sua proporção), é perfeitamente normal também que heróis antes tido como hétero saiam do armário. Exatamente como acontece no mundo real.
E aí quando na revista seguinte tudo volta ao status quo, onde todo esse grande público foi tapeado e não vai ser respeitado, como é que fica esse entretenimento descartável, a releitura saudável e o grande ciclo da vida de um escritor de sucesso?
"Wolverine não é mais viado numa relação estereotipada, caros homossexuais, podem esperar que vai ter outro viado na outra revista, continuem comprando".
Não me entenda mal, não foi exatamente porque o Wolverine virou viado não, esse exemplo é só uma gota no mar de mijo que são essas coisas extremamente apelativas.
Não é que o figurante ou o vilão sejam descartáveis e intercambiáveis, são os protagonistas que acabam o sendo.
Você sabe que por exemplo, o uniforme da Poderosa é a coisa mais sexista desde os anos dourados onde a obrigação de uma história da mulher-maravilha era que ela acabasse amarrada pelo próprio laço, indefesa e desmoralizada. Todo herói tem um símbolo, um escudo, uma logomarca, ela tem um par de peitos num maiô.
Os tempos mudaram mas o público ainda compra, é justo que continue sendo uma heroína que mostre os peitos, não há mais censura imposta pelo governo, só não vale mamilos; Mons pubis e glúteos avantajados estão liberados.
Mas imagine porque uma mesma apelação não funciona duas vezes? Vamos matar o superhomem? Vamos matar a Liga da Justiça inteira? Vamos transformar todo mundo em macacos, gorilas, micos e orangotangos? Batman com mamilos na armadura?
Se é tudo um mar de rosas de excelentes trabalhos e campanhas de maketing bem pensadas como o senhor vê deve haver alguma coisa errada com os produtores nesse mercado pra não aceitar as mudanças magistrais e soberbas de modo definitivo, vide os homossexuais que voltam pro armário, os heróis que desmorrem, os peitos e bundas e músculos que nunca estão nas mesmas proporções...
Se eu fosse um homossexual eu certamente ficaria ofendido com essa palhaçada caça-níquel, mas parece que o público estadunidense gosta desse tipo de coisa. Tipo, tem de ter um grupo étnico, tem de ter uma lésbica machona, um afrodescendente orgulhoso da raça, um latino que mora na porra de um Brasil onde se fala espanhol...
São estereótipos horrendos, coisas que perpetuam um tipo de pensamento que só aliena, e a mim não entretém, só demonstram uma ignorância insultante, a ponto de eu entender que realmente os caras não sabem nem mesmo das coisas do próprio país em que vivem, quiçá daquele lugar de onde vem o açúcar e nos Simpsons dizem que tem macacos nas praias e os taxistas são ladrões.
Talvez por isso sejam tão descartáveis, já que não são mesmo personagens com alguma história que precise ser respeitada ou mesmo resguardada com algo melhor do que "foi na Terra 456", apenas marcas de produtos que vendem bem.
Dá pra dizer do que você não gosta ou será que algo assim não existe?