Autor Tópico: Baderna na USP  (Lida 25694 vezes)

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Offline Madrüga

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Re:Baderna na USP
« Resposta #90 Online: Novembro 13, 2011, 11:34:31 am »
Desde quando o fato de uma pessoa nunca ter pisado na USP, ou pagar uma faculdade, anula os argumentos utilizados pela mesma? Uma pessoa não pode refletir no que não acompanha com os próprios olhos por causa de informações tendenciosas?

Magyar, eu acho que o bairro onde você mora é inseguro. A solução certamente é construir guaritas, colocar uma unidade móvel da PM e tirar todos os cachorros da rua. E digo isso sem nunca ter estado lá, sem ter informação nenhuma, sem pesquisar e sem nem ouvir os moradores, que estão tentando me contar como o bairro é. Quem reclama das minhas soluções é vagabundo.
"If there are ten thousand medieval peasants who create vampires by believing them real, there may be one -- probably a child -- who will imagine the stake necessary to kill it. But a stake is only stupid wood; the mind is the mallet which drives it home."
-- Stephen King, It (p. 916)


Offline Magyar

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Re:Baderna na USP
« Resposta #91 Online: Novembro 13, 2011, 01:06:45 pm »
Claro, principalmente porque é perda de tempo vc se informar sobre o assunto, falar com amigos e conhecidos que moram e estudam no local, ler tudo o que aparece sobre o assunto em todo tipo de mídia, caso você não esteja acompanhando com os próprios olhos, no local.

Isso sem contar que polícia no campus de uma universidade é algo raro e que nunca mais acontecerá com outra Universidade, e buscar por soluções é inútil se você não está sofrendo pessoalmente com as consequências. :duh:

Obrigado por elucidar isso para mim, Maddie. Creio que agora o pessoal que não é da USP já pode sossegar. Vocês tem tudo sob controle.
"Babuínos balbuciam balbúrdias banais, bêbados, em bando."

Offline Madrüga

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Re:Baderna na USP
« Resposta #92 Online: Novembro 13, 2011, 08:36:09 pm »
Claro, principalmente porque é perda de tempo vc se informar sobre o assunto, falar com amigos e conhecidos que moram e estudam no local, ler tudo o que aparece sobre o assunto em todo tipo de mídia, caso você não esteja acompanhando com os próprios olhos, no local.

Se você não sacou a ironia, é exatamente isso que a galera NÃO está fazendo. Exatamente, deve ser perda de tempo, porque ninguém está querendo ouvir quem mora e estuda no local, por exemplo, preferindo latir contra os maconheiros e baderneiros e repetir opiniões alheias sem procurar o mínimo de informação.
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Offline Magyar

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Re:Baderna na USP
« Resposta #93 Online: Novembro 13, 2011, 09:55:03 pm »
Eu saquei a ironia e rebati com outra.  :bwaha:

Mas não da para falar que ninguém ta fazendo isso, porque há quem procure se informar. Talvez esteja aí o problema: não basta as pessoas quererem correr atrás dessas coisas, é interessante ver a opinião de quem não estava envolvido diretamente, mas é estudante ou trabalha na USP, para melhorar a percepção das pessoas sobre o que aconteceu, o que acontece e o que está acontecendo.

É evidente que a abordagem escolhida pelos manifestantes foi deveras horrível. Critico tanto o estopim escolhido, como as invasões desnecessárias e tudo o mais. Mas como tudo tem seu lado positivo, assim fica possível buscar por alternativas mais eficazes para solucionar o problema. Creio que todos aprenderam como uma manifestação não deve ser feita. rs

Um pouco mais do mesmo, acabei de ler isso: http://www.brasil247.com.br/pt/247/brasil/23494/Muita-rebeldia-para-pouca-causa.htm

A questão que fica para os USPianos e demais que estão por dentro do assunto (estar por dentro = ir além de fontes e opiniões tendenciosas): como melhorar a segurança no campos, de imediato, sem remover a PM?

Só espero que as pessoas não continuem achando que mobilizar tudo sem uma solução plausível é algo justificável. Foi na busca de tapar um buraco que toda a besteira foi feita, não é destampando ele que será desfeita.
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Offline Ciggi

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Re:Baderna na USP
« Resposta #94 Online: Novembro 13, 2011, 11:49:49 pm »
Passou no Fantástico agora a pouco uma materia sobre a ocupação. Pelo que vi a PM agiu direito, e embora não tenha visto agressividade dos alunos (alem de arrombar o portão) não vejo como isso ajude a manifestação.

Não vi nada alem de um grupo radical de manifestantes tentando se aproveitar de um movimento. Mas sei lá, ainda me parece que falta muita coisa nesse quebra cabeças.

E sério, a guria que foi entrevistada praticamente tinha um "Sou extremista e faço arruaça" estampado na testa!

Offline Dragão de Bronze

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Re:Baderna na USP
« Resposta #95 Online: Novembro 14, 2011, 01:14:17 am »
Mas é basicamente isso, Ciganoso.

Aliás, pra quem duvidou da coisa dos molotovs, uma amiga apontou uma coisa interessante. Repare que dentre as pixações nas paredes da reitoria, uma delas tem um manifestante segurando um molotov... por quê?

http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/5316-reintegracao-de-posse#foto-98800

Offline stinger957

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Re:Baderna na USP
« Resposta #96 Online: Novembro 14, 2011, 09:22:19 am »
A questão que fica para os USPianos e demais que estão por dentro do assunto (estar por dentro = ir além de fontes e opiniões tendenciosas): como melhorar a segurança no campos, de imediato, sem remover a PM?

Um projeto de iluminação DECENTE já ajudaria horrores. Deixar de lado as limitações de entrada do público também ajudaria, já que aumenta a circulação de pessoas no campus e torna mais difícil para assaltantes e afins escolherem vítimas solitárias para atacarem. O ideal seria ter uma guarda universitária bem-treinada, mas o Rodas já sinalizou que esperar isso é utopia.

Offline Dragão de Bronze

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Re:Baderna na USP
« Resposta #97 Online: Novembro 14, 2011, 11:08:38 am »
Deixar de lado as limitações de entrada do público também ajudaria, já que aumenta a circulação de pessoas no campus e torna mais difícil para assaltantes e afins escolherem vítimas solitárias para atacarem. O ideal seria ter uma guarda universitária bem-treinada, mas o Rodas já sinalizou que esperar isso é utopia.

Eu tenho minhas dúvidas se aumentaria mesmo a circulação de pessoas, já que só há alguma restrição à entrada de pessoas a partir da meia noite.

E a guarda não pode fazer as vezes de polícia por uma questão de atribuição legal. Ela não passa de uma guarda patrimonial.

Offline Smaug

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Re:Baderna na USP
« Resposta #98 Online: Novembro 14, 2011, 12:05:09 pm »
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Eu tenho minhas dúvidas se aumentaria mesmo a circulação de pessoas, já que só há alguma restrição à entrada de pessoas a partir da meia noite.
Se em Rio Claro, uma cidade muito menor que São Paulo, isso não funciona na UNESP, onde a entrada é permitida pra qualquer um em qualquer horário sem nenhum tipo de identificação sendo obrigada (sério, eu já entrei e sai da UNESP em horários bem hereges como as 3:00 am). Imagina na USP que é muito maior que a UNESP...
This happens all the time. No matter how epic the battle, once begun, the thing sounds more or less like a bingo game: People shout out numbers and other people get excited about them.

Re:Baderna na USP
« Resposta #99 Online: Novembro 14, 2011, 03:14:41 pm »
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E ele não ofendeu ninguém diretamente.

O que é isso, então?
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E se fizer, não me venha com a cara de pau e a hipocrisia de dizer que quer diálogo ou democracia.
Desculpe a intromissão VA, mas o DdB falou "Fazer isto é anti-democrático por causa disso, logo, quem faz isso e diz que é por democracia está sendo hipócrita". Se é ofensivo ou não eu não sei (talvez a parte do "cara-de-pau", que vamos combinar, é uma ofensa extremamente leve), mas demonstrar falácias no argumento do outro lado é parte essencial de um debate.

Offline stinger957

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Re:Baderna na USP
« Resposta #100 Online: Novembro 14, 2011, 07:37:21 pm »
Deixar de lado as limitações de entrada do público também ajudaria, já que aumenta a circulação de pessoas no campus e torna mais difícil para assaltantes e afins escolherem vítimas solitárias para atacarem. O ideal seria ter uma guarda universitária bem-treinada, mas o Rodas já sinalizou que esperar isso é utopia.

Eu tenho minhas dúvidas se aumentaria mesmo a circulação de pessoas, já que só há alguma restrição à entrada de pessoas a partir da meia noite.

E a guarda não pode fazer as vezes de polícia por uma questão de atribuição legal. Ela não passa de uma guarda patrimonial.

A informação que eu tinha é que a USP está passando por um processo de "fechamento", no sentido de dificultar ou barrar iniciativas que façam gente que não é ligada à universidade entrar e circular nela (a última que lembro foi a proibição de ciclistas não-ligados à USP usarem o campus, e a que teve mais destaque na mídia foi a recusa da reitoria em deixar que uma estação de metrô da Linha Amarela fosse construída dentro do campus sob a justificativa que "exporia demais a USP"), mas vou pedir para você explicar isso melhor para mim, já que você é estudante de lá e conheço o campus só de ir em congressos e outras atividades acadêmicas.

Da circulação, a experiência do campus da Unicamp, onde estudei durante seis anos, mostra que os locais onde tem fluxo contínuo de gente são os mais seguros: os crimes acontecem normalmente nos períodos de esvaziamento do campus (i.e. madrugada), em locais ermos (o campus é ENORME, e não é em todo local que as pessoas passam o tempo todo) ou durante situações que fogem à normalidade do cotidiano e em que o caos acaba gerando alguns incidentes (festas, manifestações políticas, shows). Notem que a circulação grande de pessoas não é uma espécie de antídoto essencial para o crime: ela é só uma condição controlável que coíbe os crimes de maneira bem relevante ao fazer com que o criminoso fique exposto a muita gente caso decida fazer bobagem.

Sobre a guarda, a ideia é justamente que ela não seja polícia ou apele pros meios clássicos (i.e. voz de prisão, detenção e afins) para conter os crimes: ela é mais um "batedor" que fica de olho em gente suspeita do que um agente da lei "clássico", que é especializado em encerrar as ocorrências (com força, às vezes). Concordo que ela acaba falhando por não ter essa autonomia jurídica no que diz respeito à "destinação" dos infratores e afins por não ser a polícia, mas já é um começo para achar maneiras de combater o crime que não incidam necessariamente em brutalidade excessiva ou truculência, como se viu na usp ultimamente.

Offline VA

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Re:Baderna na USP
« Resposta #101 Online: Novembro 15, 2011, 02:57:38 am »
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E ele não ofendeu ninguém diretamente.

O que é isso, então?
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E se fizer, não me venha com a cara de pau e a hipocrisia de dizer que quer diálogo ou democracia.
Desculpe a intromissão VA, mas o DdB falou "Fazer isto é anti-democrático por causa disso, logo, quem faz isso e diz que é por democracia está sendo hipócrita". Se é ofensivo ou não eu não sei (talvez a parte do "cara-de-pau", que vamos combinar, é uma ofensa extremamente leve), mas demonstrar falácias no argumento do outro lado é parte essencial de um debate.

Entenda, Iuri, que eu não estou falando sobre regras ou como moderador. Só estou falando que, até então, o discurso do DdB estava agressivo.

Offline Ciggi

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Re:Baderna na USP
« Resposta #102 Online: Novembro 15, 2011, 12:07:15 pm »
Sei lá VA, mas tive a mesma impressão do Iuri. Não vi agressividade nos posts do DdB não, não mais que o normal em uma discussão!

Ele atacou argumentos como quase todo mundo fez aqui, e tentou mostrar o lado dele. Queria muito ouvir mais o outro lado, mas parece que a discussão morreu aqui.

Offline Dragão de Bronze

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Re:Baderna na USP
« Resposta #103 Online: Novembro 15, 2011, 04:24:02 pm »
A informação que eu tinha é que a USP está passando por um processo de "fechamento", no sentido de dificultar ou barrar iniciativas que façam gente que não é ligada à universidade entrar e circular nela (a última que lembro foi a proibição de ciclistas não-ligados à USP usarem o campus, e a que teve mais destaque na mídia foi a recusa da reitoria em deixar que uma estação de metrô da Linha Amarela fosse construída dentro do campus sob a justificativa que "exporia demais a USP"), mas vou pedir para você explicar isso melhor para mim, já que você é estudante de lá e conheço o campus só de ir em congressos e outras atividades acadêmicas.
Olha, a parte do metrô é verdade (não consigo enxergar fechamento nisso, mas é uma puta falta de sacanagem, já que essa linha de metrô facilitou horrores a vida de muita gente, e poderia ter facilitado ainda mais se ela estivesse lá dentro). Não houve justificativa razoável pra isso, mas houve um plano para o circular da USP (que é gratuito e roda o campus inteiro) sair da USP e passar até a estação de metrô. Quando a estação foi inaugurada, o que apareceu foi uma linha de ônibus municipal que sairia dela e circularia a USP, paga como qualquer outra linha municipal. Ou seja, um projeto que poderia ter sido ótimo se tornou medíocre, e certamente houve intervenção do reitor, que é amigão da galera do PSDB que governa São Paulo.


Quanto aos ciclistas, não saberia dizer, mas informando um pouco melhor sobre: esses ciclistas costumam usar o campus de manhã nos finais de semana. Também usam nos dias de semana, mas em bem menos quantidade. Há grandes reclamações do abuso dos ciclistas - não respeitam o trânsito, e como estão sempre em grande número, atrapalham consideravelmente. Tanto é que já teve aluno raivoso preso por estacionar, enrolar o tapete do carro e sair dando tapetada nos ciclistas que passavam (isso é motivo de piada até hoje na USP).

Eu estive lá num final de semana recente e não vi muitos ciclistas, de fato. Bom, eu os via o no sábado, e fui num domingo, e não sei dizer se isso faz diferença. Mas num feriado que fui também, esperando na porta por um amigo que me buscaria de carona, vi uns quinze ciclistas (não atletas como os que normalmente pedalam na USP, mas uns maninho da rua mesmo) pedindo pra três deles passarem pela USP pra cortar caminho pra ponte do Jaguaré. "É que quebrô o pedal dele, tá ligado, e ele só vai até ali só, nóis troxe ele do Ibira e tamo ino imbora". E o segurança deixou.

Da circulação, a experiência do campus da Unicamp, onde estudei durante seis anos, mostra que os locais onde tem fluxo contínuo de gente são os mais seguros: os crimes acontecem normalmente nos períodos de esvaziamento do campus (i.e. madrugada), em locais ermos (o campus é ENORME, e não é em todo local que as pessoas passam o tempo todo) ou durante situações que fogem à normalidade do cotidiano e em que o caos acaba gerando alguns incidentes (festas, manifestações políticas, shows). Notem que a circulação grande de pessoas não é uma espécie de antídoto essencial para o crime: ela é só uma condição controlável que coíbe os crimes de maneira bem relevante ao fazer com que o criminoso fique exposto a muita gente caso decida fazer bobagem.
Eu não questionei que aumentar a circulação de pessoas torna o local mais seguro. Eu questionei que parar de pedir identificação pra quem quer entrar sábado às 3 da manhã vai aumentar a circulação de pessoas por lá.

Sobre a guarda, a ideia é justamente que ela não seja polícia ou apele pros meios clássicos (i.e. voz de prisão, detenção e afins) para conter os crimes: ela é mais um "batedor" que fica de olho em gente suspeita do que um agente da lei "clássico", que é especializado em encerrar as ocorrências (com força, às vezes). Concordo que ela acaba falhando por não ter essa autonomia jurídica no que diz respeito à "destinação" dos infratores e afins por não ser a polícia, mas já é um começo para achar maneiras de combater o crime que não incidam necessariamente em brutalidade excessiva ou truculência, como se viu na usp ultimamente.
Mas como esse tipo de guarda combateria assaltos à mão armada, que acontecem?
I mean, mesmo em muitas das universidades conceituadas mundo afora, a polícia é quem faz a segurança.
http://sampa.if.usp.br/~suaide/blog/?e=227

Offline Ciggi

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Re:Baderna na USP
« Resposta #104 Online: Novembro 15, 2011, 05:45:31 pm »
Sobre a PM eu acho que com um efetivo treinado e grande o suficiente pra cobrir a areá da universidade (o que pelo que falaram é deveras difícil) a PM ia ser desnecessária. Mas não me ficou clara qual a posição da maioria dos universitários quanto a isso. Porque a todo momento parece que a maioria prefere a PM fora, mas eu também fico com aquela sensação de que existe um exagero/descaso da mídia nesse ponto.