Acho que já podemos adotar o Xbox One como simulacro de toda a imundície capitalista e falta de carinho com seus consumidores. Tivemos, sim, uma apresentação totalmente voltada a jogos na E3 - muitos jogos, e BONS jogos, sobretudo os exclusivos como o promissor Ryse - e com um apelo à nostalgia dos gamers, trazendo Killer Instinct de volta. Sim, o do C-c-c-c-combobreaker. Sim, eles ligaram para as nossas emoções, eles nos fizeram um agrado. Nos deram uma barra do nosso chocolate preferido da infância.
Só que arrancaram o chocolate e trocaram por merda.Em resumo: Killer Instinct será free-to-play. O que por um lado é bom, porque bem, é de graça, mas por outro lado sabemos como funciona na prática: microtransações vitais para um bom funcionamento do jogo. O que não deixa de ser o caso aqui, já que SÓ UM PERSONAGEM (Jago) VAI VIR DE GRAÇA COM O JOGO, SENDO O RESTO PAGO INDIVIDUALMENTE.
Eu nem preciso dizer o quão injuriada a comunidade gamer ficou diante disto, principalmente tendo em vista a série de absurdos mercenários que a Microsoft está incrustando no X-One. Pode ser até que a soma de todos os preços dos outros personagens seja menor do que a de um preço de jogo completo (o que eu duvido: 5 dólares custa os personagens DLC em Mortal Kombat e MvC, por exemplo, bastando apenas 12 personagens para atingir o preço de um retail comum (60 obamas)), mas é um absurdo o quão desrespeitoso isso é para com a franquia. Colocaram o jogo no mesmo patamar que um jogo de Facebook; que um MMO antigo; que uma demo mal-acabada.
A M$ tem o Kinect; tem uma proposta multimídia no mínimo interessante não só para gamers como para qualquer público-alvo; tem uma série de títulos bacanas e interessantes; tem o SmartGlass que não deve deslanchar, mas ainda assim é melhor que o controle-tablet do Wii U. Mas ela está mostrando, cada vez mais, que não tem princípios; não tem moral; não tem ética; e, por causa disso, não terá a guerra dos consoles de próxima geração nas mãos.