Aproveitei o feriado do Jesus zumbi... Digo, o feriado da páscoa para começar e terminar o Bioshock Infinite. Jogo curtinho, deu 15h de jogo quando acabei.
O Infinite, na minha opinião, é um dos maiores casos de "prometeu e não cumpriu" do mundo dos games nessa época: grande parte do que foi dito e mostrado em trailers, entrevistas, demos e afins não chegou no jogo final, que trabalha temas, personagens e storylines bem diferentes daquelas que foram expostas anteriormente - por conta disso, recomendo que vocês baixem MUITO a expectativa de vocês em relação ao jogo, para não se frustrarem ou se sentirem (muito) enganados. Dá a impressão que o atraso pra lançar foi muito mais para dar um jeito no "Ih, vamos mudar a história, não está legal assim" que levou à discrepância entre o que se vê nos trailers e o que se vê no produto real do que para dar uma polida e melhorada no jogo.
Afora isso, observando só a parte "gamística" da coisa, é um jogo muito pouco original e que inova muito pouco sobre a fórmula dos bioshocks anteriores: ainda é um shooter "arminha e poderzinho", com uma ou outra inovação (como a mascote-protagonista Elizabeth, que é bastante útil e pra felicidade geral da nação não é um sidekick burro e suicida, e os combates meio frenéticos com trilhos aéreos) e alguns dos problemas mais básicos do estilo (algumas partes são a modalidade mais descerebrada e pouco criativa de "vamos encher esse espaço com inimigos; te vira aí pra matar todos"; os inimigos não são muito variados e a AI é extremamente básica; a maior dificuldade dos combates vem da escassez de munição e "mana" para matar os inimigos, o que vejo como um dos piores tipos de dificuldade falsa/forçada que se pode colocar em um jogo).
Dito tudo isso, ainda que o jogo seja bem medíocre nessa parte das mecânicas e desafios, ele é MUITO bom em criar personagens carismáticos, dar material suplementar o suficiente da história para você querer investigar cada canto e aresta de Columbia para descobrir mais sobre a história dela e de seus personagens, criar tensão nas cutscenes e surpreender bastante nos plot twists obrigatórios dos jogos do Ken Levine. Esse capricho na parte mais narrativa é o que salva o jogo, na minha opinião.
Recomendo o Bioshock, mas diria para vocês esperararem a edição especial com todos os DLCs e cerejinha em cima. Não vale a pena comprar agora.