Autor Tópico: Resenha do 13th Age  (Lida 8468 vezes)

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Offline Anand

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Resenha do 13th Age
« Online: Agosto 02, 2013, 03:25:53 pm »
Oi pessoal,

Chegou em casa o 13th Age, novo RPG do Rob Heinsoo & Jonathan Tweet, ambos designers da 4a edição do D&D. Jonathan Tweet também participou da 3a edição, e é um dos designers de um dos meus RPGs favoritos, Ars Magica.

Eu tinha feito o pre-order, e já tinha lido grande parte do PDF, mas ter o livro em mãos é outra coisa. Então, vamos pra resenha.

Primeiras impressões

O livro é super bem acabado. Capa dura, páginas grossas e brilhantes, 100% colorido. São 320 páginas. As letras são grandes, e o jogo apesar de completo (temos monstros, armadilhas, NPCs e todas as regras aqui) não é muito extenso comparado ao Core Rulebook do Pathfinder, por exemplo. Gostei bastante do livro não ter sido impresso na China, como muitos livros mais indie recentes. A impressão lá nunca fica com as cores bem feitas.

A capa (ao lado, clique para ver com detalhes) não é exatamente a minha ilustração favorita, mas evoca o estilo tradicional de matar e pilhar do Dungeons & Dragons (o que é um ponto positivo e característica do jogo).

O que é o 13th Age?

Esse RPG da Pelgrane Press é sobre personagens icônicos de fantasia e suas interações com os clássicos NPCs de histórias fantásticas. As regras ficam bem no meio da 3a e 4a edição do D&D, pegando pontos positivos dos dois, e adicionando uma bela dosagem de técnicas de narração. Nesse ponto, me lembrou até o nacional Ohmtar, mas menos pretensioso (não como uma crítica ao jogo do Alexandre Sarmento, mas dizendo que o 13th Age claramente se propõe como um jogo mais leve). O meu ponto favorito do jogo, no entanto, é o fato dele se adaptar muito bem aos mundos de campanha dos mestres espalhados por aí. Chegaremos lá.

Ícones

O jogo usa frequentemente o conceito de ícones, NPCs importantes e clichês de cenários de fantasia. São figuras como o Alto Druida, o Lich (aqui do lado), a Rainha Elfa, o Aqui-Mago, e por aí vai. Normalmente você não identifica todos num cenário padrão, mas metade você vai facilmente encontrar, independente de você analisar Forgotten Realms ou a Terra-Média. Esses ícones são customizados pelo GM (que pode dar nome e contexto para os NPCs) e usados pelos jogadores como inimigos, aliados, patronos e outras relações.

Regras

O jogo tem regras para jogar com Bárbaros, Bardos, Clérigo, Guerreiro, Paladino, Patrulheiro, Ladino, Feiticeiro e Mago. As raças são Humanos, Anões, Meio-Orcs, Elfos, Gnomos, Meio-Elfos e Halflings. Nessa parte, bem tradicional.

O jogo também usa hit points, os seis atributos clássicos, AC e iniciativa da mesma forma (em geral) que está no D&D desde o original. Usa também os feats da 3a/4a edição, e o conceito de poderes diários, at-will ou com chance de recarga após cada encontro (similar aos poderes por encontro, mas um pouco mais restritos), inspirado na 4a edição.

O 13th Age usa um combate estratégico, mas sem o uso de miniaturas obrigatório (mesmo!). Ele usa o conceito de posicionamento e engajamento abstrato, que parece funcionar bem, sem ficar solto demais como era antigamente (old schoolers, estou falando com vocês!), mas sem ficar preso num grid e diminuindo a imaginação como da terceira edição em diante (com D&D Next incluso).

Equipamento é simplificado, e seu dano depende mais da classe do que da arma, o que é simplificado demais para algumas pessoas. A mesma coisa para armaduras.

O jogo só tem 10 níveis, mas o nível máximo do 13th Age é equivalente ao nível 20/30 das edições anteriores. A cada nível, você ganha +1 em tudo, pode ter um item mágico por nível, ganha um feat, aumenta suas relações com seu ícone, e por aí vai. Não existe XP. Passamos de nível quando o grupo acha que está na hora (com algumas alternativas propostas). Níveis 5+ são “paragons”, chamados de champions, e 8+ é épico. Esses traits turbinam quase todos os poderes e feats do jogo.

Os monstros são extremamente simples, e adorei isso neles. Tem personalidade (em termos de regras) o suficiente para serem diferentes, sem complicar a vida do mestre, melhorando ainda mais as fichas de oponentes da 4a edição. Os itens mágicos são limitados e sempre com personalidade, o que também é algo positivo.

Cenário

O jogo vem com um cenário padrão, o Império do Dragão. Ele parece mega genérico, e isso é de propósito. A idéia é ser um cenário template, onde o mestre, junto com os jogadores, vai customizando os lugares, NPCs, e por aí vai. Uma característica importante do 13th Age é que todo personagem tem algo único: ele é o chosen one, é o último de sua raça, é o herdeiro do rei, é o único com um artefato, seja lá o que for. E isso vai influenciar o cenário, por isso é importante que o cenário não seja muito escrito em pedra.

Outros comentários

Uma coisa que gostei muito é o fato do livro estar recheado de comentários dos autores, muitas vezes explicando porque decidiram deixar as regras daquele jeito, ou dizendo que preferiam de outra maneira, mas concordaram dessa forma. Isso dá base para entender as “intenções das regras” versus as “regras como escritas” (RAI vs. RAW), e é um prato cheio para desenvolvedores de jogos. O jogo também abusa de caixas de texto, seja para dar dicas para os mestres (em laranja) ou para os jogadores (em verde).

Outra coisa que me animou é o fato de muitas regras, feats e poderes terem efeitos que são efeitos diretamente na história e narrativa, e não só em dano e efeitos de regra. Por exemplo, com Thievery Épico você pode roubar algo que não seria normalmente roubado, como um sonho ou a esperança de alguém. E você nunca pode roubar a mesma coisa duas vezes. Muito legal.

Considerações finais

Me parece um jogo muito massa. Se você está desanimado com os caminhos do D&D Next, acha 3E ou Pathfinder muito complexo (e já meio obsoleto), e não quer ficar só no aspecto tático do D&D 4E, o 13th Age acerta em cheio. Ele também vai agradar aos jogadores mais narrativistas, sem tirar o aspecto de fantasia medieval clássico que deixa 9 em 10 jogadores felizes e com vontade de jogar RPG.

Se eu conseguir jogar esse cara, deixarei meus feedbacks por aqui. Se algum de vocês já leu ou já jogou esse RPG, deixe aí seus replies!

Original (por mim) em http://www.rolando20.com.br/13th-age/

Offline Arcane

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Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #1 Online: Agosto 02, 2013, 04:26:47 pm »
Eu estava esperando algum tipo de motivação para comprar o 13th Age... acho que agora já posso fechar o pacote lá na Pelgrane.
Somos todos bots!

Offline AKImeru

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Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #2 Online: Agosto 04, 2013, 01:37:01 pm »
Realmente soa como um sonho. Pois pega os conceitos ao qual meu grupo aprecia e adiciona elementos de criação conjunta que já fazemos, mas de uma maneira mais quantificada.

Uma pena o livro estar um tanto caro para mim. Talvez mês que vem eu consiga encomendar.

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #3 Online: Agosto 06, 2013, 11:51:39 am »
Esperando que a RetroPunk traduza este também...

Offline Atmo

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Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #4 Online: Agosto 06, 2013, 01:17:36 pm »
Esperando que a RetroPunk traduza este também...

Ai eu mudo de editora! E será que eles aceitam traduzir o OVA Revised também?
Narrando:
OVA: The Anime Role-Playing Game, 3D&T, Double Cross.

Jogando:
D&D 5e T.T

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #5 Online: Agosto 06, 2013, 03:32:11 pm »
Acredito ser improvável que a Retropunk faça uma versão nacional desse jogo num futuro próximo, visto que o Guilherme anda atolado de trabalho com o Savage Worlds - não está sendo nada fácil para ele gerenciar aquela editora sozinho. Mas quem sabe outra editora não se interessa né...

Dei uma lida superficial no 13th Age e gostei bastante de sua proposta. Apesar de possuir um estilo mais informal e possuir uma estrutura menos rígida do que a D&D 4ed, o sistema me parece muito bem balanceado. Sem falar que as inovações dele são muito bem vindas, como é o caso do escalation die.

Também achei muito divertido o fato de certas habilidades necessitarem de um resultado par no D20 para serem ativadas. Isso gera maior expectativa nas jogadas, o que é bem divertido.

As raças são Humanos, Anões, Meio-Orcs, Elfos, Gnomos, Meio-Elfos e Halflings. Nessa parte, bem tradicional.

Lembrando que também estão disponíveis o Dragonic, o Aasimar, o Tiefling e o Forgeborn como raças opcionais.

O 13th Age usa um combate estratégico, mas sem o uso de miniaturas obrigatório (mesmo!). Ele usa o conceito de posicionamento e engajamento abstrato, que parece funcionar bem, sem ficar solto demais como era antigamente (old schoolers, estou falando com vocês!), mas sem ficar preso num grid e diminuindo a imaginação como da terceira edição em diante (com D&D Next incluso).

Particularmente gostei muito dessa solução que eles trouxeram para quem não deseja utilizar miniaturas/marcadores para o seu jogo.

Equipamento é simplificado, e seu dano depende mais da classe do que da arma, o que é simplificado demais para algumas pessoas. A mesma coisa para armaduras.

Pra mim isso é mais uma qualidade do que um defeito. Prefiro esse tipo de abordagem que deixa o jogador mais livre para usar a arma que estiver interessado, do que diferenciar individualmente cada arma em uma tabela, pois a experiência me mostrou que nesse último caso os PCs tendem sempre a usar as mesmas armas e várias opções acabam servindo apenas como enfeite naquela tabela.
 
Uma coisa que gostei muito é o fato do livro estar recheado de comentários dos autores, muitas vezes explicando porque decidiram deixar as regras daquele jeito, ou dizendo que preferiam de outra maneira, mas concordaram dessa forma. Isso dá base para entender as “intenções das regras” versus as “regras como escritas” (RAI vs. RAW), e é um prato cheio para desenvolvedores de jogos. O jogo também abusa de caixas de texto, seja para dar dicas para os mestres (em laranja) ou para os jogadores (em verde).

Gostei muito disso também, pois além de esclarecer bastante a proposta por trás do sistema de regras, ainda torna a leitura de um livro como esse mais interessante.

Tenho que admitir que não tinha me empolgado muito com o 13th Age durante a sua fase de playtest, pensava que ia ser uma espécie de Pathfinder da 4E, com mudanças mais cosméticas do que relevantes, mas essa impressão mudou depois que tive acesso ao produto final. O sistema tem inovações relevantes que mudam a experiência de jogo o suficiente para que valha a pena migrar de sistema, além de ser eficiente para o que se propõe.

Só não está completo ainda. Faltam as regras para personagens multiclasse e classes clássicas de D&D, como o druida por exemplo, ainda não apareceram. Espero que os suplementos com essas regras não demorem muito para aparecer. Alguém tem alguma informação a respeito?

Offline Torneco

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Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #6 Online: Agosto 06, 2013, 04:03:06 pm »
O monge já está em playtest e está com uma cara ótima. Agora, para ficar perfeito mesmo, eu queria um Artifice.

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #7 Online: Agosto 06, 2013, 06:34:09 pm »
Os primeiros suplementos só devem sair em 2014, infelizmente :(

Talvez saia esse ano ainda uma aventura e o bestiário. Mas acredito que é mais provável no começo de 2014.

Lembrando que o 13th Age é publicado pela Pelgrane mas são poucas pessoas trabalhando nele. Eu não esperaria um ritmo de lançamentos 'oficiais' rápidos, mas sempre tem a esperança de mais gente se interessar e começarem a usar da licença do jogo para publicar mais suplementos 'não-oficiais'.

Pra mim isso é mais uma qualidade do que um defeito. Prefiro esse tipo de abordagem que deixa o jogador mais livre para usar a arma que estiver interessado, do que diferenciar individualmente cada arma em uma tabela, pois a experiência me mostrou que nesse último caso os PCs tendem sempre a usar as mesmas armas e várias opções acabam servindo apenas como enfeite naquela tabela.

Isso foi algo que eu sempre quis no D&D. No instante que sua classe define o dano da arma, você ganha mais liberdade para escolher o que vai usar.
« Última modificação: Agosto 06, 2013, 06:37:36 pm por kimble »
Lido esse ano:
Feng Shui, Wu Xing, Blowing Up Hong Kong, MHRPG Civil War: X-Men, Shadows of Esteren, Dungeon World, 13th Age (Draft), Night's Black Agents, Pendragon 5.1, Legends of Anglerre, Hollowpoint, Planescape (caixa básica), Monsterhearts, Werewolf: DA, Player's Handbook Races: Tieflings, Apocalypse (WtA), Dragon Magazine Annual Volume 1
Atualmente lendo:
Dresden Files (FATE), Fantasy Craft, Mage 2e, In Nomine
Na fila:
REIGN, MHRPG: Annihilation, GoT RPG

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #8 Online: Agosto 06, 2013, 11:52:15 pm »
Só não está completo ainda. Faltam as regras para personagens multiclasse e classes clássicas de D&D, como o druida por exemplo, ainda não apareceram. Espero que os suplementos com essas regras não demorem muito para aparecer. Alguém tem alguma informação a respeito?

As regras para multiclasse saem no 13 True Ways, assim como as classes Monge, Druida, Chaos Shaman, Necromancer, Battle Captain e Ocultista. Mas, como o kimble notou, é muito material para playtest. Se eles fizerem um consistente, não espero que chegue antes de 2014 (embora o KS indicasse que a entrega do material fosse em abril de 2013).

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #9 Online: Agosto 07, 2013, 08:07:16 am »
Hum, agora talvez eu volte a jogar RPG, após séculos. :)

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #10 Online: Agosto 07, 2013, 01:45:24 pm »
Acredito ser improvável que a Retropunk faça uma versão nacional desse jogo num futuro próximo, visto que o Guilherme anda atolado de trabalho com o Savage Worlds - não está sendo nada fácil para ele gerenciar aquela editora sozinho. Mas quem sabe outra editora não se interessa né...

Minhas esperanças eram pelo fato deles já terem trabalhado com a Editora do 13th Age, que fosse mais fácil e barato comprar a licença.

Seria uma boa também para ter um título bom em português sem ter de depender da Devir que demora muito e as vezes nem lança.

Ou Jambo que prefere dar suporte ao Tormenta em vez de alguns outros títulos.

Seria bom para a Retropunk pegar este nicho que ficou vago por falta de publicações da Devir com o D&D.

Offline Anand

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Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #11 Online: Agosto 07, 2013, 03:07:37 pm »
Mas agora com as informações do Pathfinder... será que não rola?

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #12 Online: Agosto 07, 2013, 06:27:10 pm »
Mas agora com as informações do Pathfinder... será que não rola?

Estou por fora das últimas notícias do Pathfinder... O que está acontecendo?

Offline Malena Mordekai

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Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #13 Online: Agosto 08, 2013, 12:38:53 am »
Forgeborn é o quê?

Gostei da quantificação dos roubos abstratos...
DEVORAR PARA DECIFRAR
DEVOUR TO DECIPHER

https://www.furaffinity.net/user/transphinx/

interesses rpgísticos atuais: FATE, DnD 5e, GUMSHOE System, DnD 4e, Storytelling System (CoD), Powered by the Apocalypse, UNSAFE

Re:Resenha do 13th Age
« Resposta #14 Online: Agosto 08, 2013, 12:44:46 am »
Forgeborn é a versao do 13th age pra warforged.