Acho que no meu caso é melhor torcer para que os conjuradores sejam bem menos poderosos e que os marciais ganhem algumas habilidades legais, mas mundanas.
Amém, cara. Amém.
Tem uma maneira de deixar equilibrado os dois lados, com magos refazendo a realidade através da magia e os guerreiros fazendo coisinhas comuns com suas armas.
Muda o equilíbrio de 'intra' para 'extra e intra' cenário. Explicando melhor:
D&D sempre segue o raciocínio que qualquer habilidade dos personagens deve ter alguma justificativa dentro do cenário e que essa justificativa deve ser visível. Pvs? Habilidade de evitar golpes, resistir a ferimentos, esquivas, etc. Magos sofrendo penalidade por usar armadura? Eles precisam ter o corpo livre para poder fazer os gestos complicados que envolvem usar a magia. Assim vai. É algo bem simulacionista, aliás.
Então a maioria das habilidades têm que existir e serem equilibradas dentro do cenário. O mago e o guerreiro tem que ser equilibrados dentro da ambientação.
Mas esse é um pensamento antiquado. Existem outras formas de fazer isso. Hoje em dia tem muitos RPGs que dão ferramentas para o jogador (e não o personagem) gerar alterações no cenário para favorecer seu personagem ou criar algo interessante.
Imaginando uma cena comum em histórias de fantasia. Guerreiro vai enfrentar criatura maligna que precisa de uma arma especial para ser ferida, mas o personagem está sem nenhuma arma que atende as condições necessárias. Como estar enfrentando um lobisomem sem ter uma arma de prata. Começa a luta. O personagem é jogado pra um lado, jogado pra outro... e então ele cai próximo de algo que pode ser usado como arma. Um candelabro de prata, uma faca de prata, o que for. Ele usa a arma para vencer a criatura.
Erroneamente muitos jogadores de RPG iriam ler isso e pensar
'Viu como o guerreiro foi esperto, ele usou o candelabro de prata que encontrou no chão por acidente para vencer o lobisomem. É assim que você consegue ser útil ao lado de um mago que faz tudo, você precisa ser inteligente!'Isso não é inteligência, isso é manipulação da trama. Quando um autor faz uma cena dessas, ele tem controle sobre os acontecimentos e pode moldar os detalhes da cena de forma a fazer com que o herói possa ser bem sucedido.
Se a única forma que os jogadores tem de alterar detalhes da cena é através das ações dos personagens, eles não tem a mesma a capacidade de um autor (ou do personagem de sua história preferida) para lidar com os problemas.
Uma opção para manter os combatentes e os conjuradores equilibrados, era aumentar a capacidade dos jogadores do primeiro grupo em influenciarem as cenas através de recursos que existem fora da ambientação mas podem ser utilizados para modificar ela. O mais comum hoje em dia é ter um pool de pontos que você gasta para fazer essas coisas.
O guerreiro está sem uma arma de prata pra vencer o lobisomem, enquanto o mago está disparando um relâmpago atrás do outro? Beleza, o guerreiro encontra algo próximo que é de prata e serve como arma.
O mago está usando sua magia para tentar enfeitiçar um membro da guarda para conseguir informações? Certo, o guerreiro vai procurar um conhecido na guarda que possa passar informações. Afinal, ele serviu nessa cidade faz alguns anos, não é?
Não dá pra igualar as funções dos dois (não consigo uma maneira do guerreiro ter acesso a teleporte, por exemplo), mas nem é necessário. O importante é dar mais possibilidades para os combatentes contribuírem no jogo, sem serem ofuscados pelas magias. Imaginando essa opção do pool de pontos, um guerreiro poderia não conseguir simular um teleporte ou outros efeitos mais poderosos, mas poderia ter uma lista de possibilidades mais ampla e facilmente adaptável a diferentes situações do que uma lista de magias memorizadas para aquele dia pelo mago (ou aprendida pelo feiticeiro).
O sistema da Buffy e Angel RPG faz isso. Você tem os Champions, que são personagens com melhores atributos, perícias, vantagens, etc. E você tem os White Hats, que são pessoas mais comuns, mas que possuem um estoque de pontos de narrativa que podem utilizar para modificar a cena, sobreviver a situações ruins, etc.
Tem várias formas então de equilibrar, uma seria então equilibrar as classes de acordo com sua capacidade de utilizar recursos 'intra' e 'extra' a ambientação para influenciar na história. Conjuradores tem mais recursos 'intra', combatentes tem mais recursos 'extra'.
Essa é uma idéia antiga, Buffy RPG é de 2002. Agora a questão é se os designers 'vivo com a cabeça enfiada na terra' do DDN fariam algo assim pro sistema. Eu duvido bastante.