Segue o link:

http://www.wizards.com/dnd/Article.aspx?x=dnd/4ll/20120716

O que dizer?

Se eu já estava muito desanimado com o D&D Next nos últimos tempos, esse texto acabou de me desanimar de vez.

O Mike Mearls começa o texto dizendo:

"Nós sabemos que a causa principal do dia de 5 minutos é o sistema de magia vanciano, e que ele é uma droga. Mas como nós usaremos ele de qualquer jeito, como resolveremos o problema?

Não resolveremos, nós apenas daremos algumas dicas para o mestre forçar a história e as aventuras de certa maneira de forma a impedir ou pelo menos desestimular os personagens a descansar."

Geralmente leio os comentários que o pessoal faz no post do texto, e sempre tem alguns que defendem o que foi escrito, mas nesse foi unânime que foi ridícula a proposta.

Pior que eu já tinha pensado até no subtítulo 

Eu achei engraçado o quanto isso parece conversa de político populista.

"Nós sabemos que o problema existe. Mas isso vai deixar de ser um problema quanto VOCÊ tiver em mãos um sistema que VOCÊ vai poder usar para corrigir isso, já que VOCÊ vai ter controle sobre a situação e VOCÊ vai conseguir resolver o problema e VOCÊ vai conseguir criar grandes aventuras!"

Ou seja, repita várias vezes uma afirmação que tente criar conexão e demonstrar admiração pelo espectador, desviando a atenção que nada está realmente sendo feito para corrigir o problema real.

Qual era o subtítulo, Kimble? 

Começo a achar que a hasbro quer parar com D&D e pretende usar o fracasso que vai ser a 5e como desculpa

Tem gente argumentando que dá pra evitar isso gerando situações onde o tempo seja sempre uma preocupação.

O problema (e várias pessoas já apontaram isso) é que não funciona em todo tipo de situação ou campanha.

Campanhas sandbox, por exemplo, funcionam com os jogadores direcionando e escolhendo o que querem experimentar em seguida. Mas se o Mestre está continuamente impondo limites de tempo, a capacidade de escolha some e os jogadores são obrigados a seguir a trilha definida pelo mestre.

Campanhas de intriga sofrem de problemas similares. Colocar limites de tempo empurram os jogadores em direção a lidar com as situações de forma mais direta ou realizarem certas escolhas, em vez de deixarem as opções abertas para os jogadores decidirem como resolver as situações.

São os dois problemas que primeiro me vem a mente, mas são só alguns dos tipos de campanha que não funcionam no modelo 'E você tem que resolver isso agora!'.

Notaram que o blog do D&D Next já está morto faz umas duas semanas?

Eu nem tenho vontade mais de comentar as notícias relacionadas ao DnD Next tamanho o desapontamento com o que vem sendo divulgado.

Mas especialmente hoje, eu li algo em relação ao 5-minute workday que me disse muito daquilo que perguntei há um tempo atrás quando as notícias sobre o design e o playtest do Next começaram a sair: que público é esse que eles tanto falam. Dado a grande animosidade que vejo contra as decisões de M.Mearls e cia - talvez mais pelos locais que frequento do que pela procura sistemática, obviamente - esse "público" sempre foi meio vago pra mim, folclórico até.

Mas aí, esse post: o dia de cinco minutos é uma falácia. Não é algo espetacular, estrondoso. Mas é sintomático de uma maneira de se pensar RPG que não é semelhante à minha. E o pior, ele é coerente dentro de sua lógica - por mais torta que ela seja. E, infelizmente, é a lógica que o time de designers da WotC seguem na composição do novo DnD.

E só pra avisar, o Rule of Three de hoje não chega nem perto de fazer menção a D&D.