Antes de chegar na resenha propriamente, vamos a um pouco de background. Logo após o lançamento da edição revisada de Mago em 2000, foram feitos uma série de livros detalhando cada tradição do Conselho das Tradições. Contudo, jogadores entusiastas da Tecnocracia viram apenas o lançamento de um livro de Convenções , lidando com a Iteração X (IT-X) – e esse livro foi publicado em 2002 para demonstrar os elos que o Mundo das Treva tinha elos com a linha Exalted (que foi lançada no mesmo período), mostrando como o Computador na verdade era o que restou de Autoctonia – e quando outros foram anunciados, eles logo foram deixados de lado devido a fim do Mundo das Trevas em 2004
Contudo, por uma série de acidentes e mudanças administrativas que não tenho espaço para detalhar, a Onyx Path (editora formada por ex-funcionários da White Wolf e que agora é responsável pela publicação de livros da White Wolf) anunciou que terminaria de publicar os livros de Convenções nada menos que uma década depois da lançamento do Iteração X e oito anos depois do “Fim” de Mago. E nesse fim de ano saiu o Convention Book: New World Order.
Aos entusiastas do metaplot de Mago, devo dizer que esse livro progride a cronologia do Mundo das Trevas para 2012, mas supõe uma continuidade levemente diferente – não incluindo os eventos ligados ao Rogue Council e Panopticon (Manifesto: Transmissions of the Rogue Council) e deixando a Estrela Vermelha como apenas uma anomalia espacial ainda não explicada. Em termos simples, o mundo não acabou e os sinais dele eram um alerta falso. Chorem por isso, Transgressores da Realidade. A Realidade ainda é tecnocrática e não será hoje que seus mumbo-jumbos afetarão as Massas.
O que não implica que eventos interessantes deixaram de ocorrer – a União Tecnocrática está uma pequena bagunça devido a quebra de linhas de comando depois da Anomalia Dimensional (Tempestade de Avatares), as Massas não estão mais tão entusiasmadas com a promessas da Hiperciência, fazendo com que Inevitabilidades Estatísticas (o que alguns místicos chamam de Paradoxo) sejam mais comuns. A Reorganização já ocorreu (não entendeu a maioria dos novos termos? O jargão tecnocrático evolui, não viu novo Dicionário da Novilíngua?) e nesse momento, a NOM está mais ativa do que nunca – ainda mais quando seus colegas do Sindicato estão entre os responsáveis pela Crise Econômica de 2009 e vozes dissidentes ou simplesmente diferentes em todas Convenções clamam mudanças no modo de ação, nos objetivos e na estrutura da União. Assim como já mostrado no Guia da Tecnocracia e continuado no It-X, o Monólito tem suas rachaduras, peculiaridades e estruturas que não se conformam com as demais.
Nesse cenário, alguns eventos são introduzidos – o Incidente Greylocke, onde a IT-X e NOM agiram em conjunto para lidar contra uma Capela Hermética, mas devido a um efeito de Forças que fugiu do controle graças a ação imprudente de Armaduras da IT-X, centenas de agentes não-Iluminados e dezenas de Iluminados morreram ou foram severamente feridos, fazendo com que uma cisão entre a liderança NOM e IT-X e a confiança nos cyborgs e agentes cyberneticamente aumentados decaiu consideravelmente (algo que já era mostrado no IT-X). No lugar dos HIT-MARKs e Armaduras, a NOM passou a desenvolver sua própria versão deles, as Tropas de Choque Iluminados (Illuminated Shock Troops).
E o mais peculiar, foi o aumento imprevisto e súbito no número de Cidadãos Extraordinários (Feiticeiros para os Tradicionalistas), que dodecuplicaram durante o século XXI, contrariando a redução do entusiasmo com a Hiperciência. Esse aumento não foi ainda explicado, mas tanto Tecnocratas como Tradicionalistas tentam compreender suas causas.
Minha representação favorita da NOM.