Unidas por uma longa história que data desde antes da fuga dos Elfos de Xen’drik e da fundação de Aeranal, por laços de sangue e compartilhando uma cultura de esplendor artístico e vastos segredos, as Casas Phiarlan e Thuranni vivem uma curiosa situação – ambas compartilham a mesma Marca do Dragão – a Marca das Sombras.
Ao cidadão comum, ambas Casas apresentam uma imagem similar: a de artistas, geralmente itinerantes, se apresentando desde pequenas trupes circenses em vilarejos esquecidos de Aundair até elegantes companhias teatrais cujos ingressos e convites são disputados pelas elites de Metrol e Sharn. Seja a Rede das Sombras Thuranni ou a Guilda dos Artistas e Artesãos Phiarlan, ambas Casas vendem seus serviços nas mais diversas áreas artísticas.
Um dos motivos de eu adorar a Casa Phiarlan. Entre elas existe certa animosidade e forte espírito de competição, que felizmente tem sido restrita à esfera profissional. Afinal, quem se preocuparia com a jovem elfa de sorriso largo que desenha caricaturas nas feiras de rua em Fairhaven ou com aquele grupo de elfos com roupas extravagantes e coloridas que todos jovens de Sharn adoram?
Sim, Motley Crue. Esperavam que eu colocasse o quê?Como esperado pelo tipo de Marca que portam, tanto os Phiarlan quanto os Thuranni utilizam suas Guildas para fins mais sombrios – coleta de informação e espionagem. Como seus agentes se misturam com facilidade com diversos grupos sociais e circulam entre eles, acabam aprendendo muito sobre relações sociais e pequenos segredos. Alguns tipos de informações sigilosas podem ser extraídas através de infiltração e extorsão, e quando os meios mundanos são esgotados, ambas as Casas possuem afinidade com práticas divinatórias. Esse tipo de atividade é especialidade da Távola Serpentina da Casa Phiarlan, um grupo de elite de espiões cujo conhecimento é restrito a figuras de grande poder (como agências de inteligência nacionais e altos escalões das Casas Marcadas pelo Dragão), enquanto a Casa Thuranni, com números limitados, transforma cada um dos seus artistas da Rede das Sombras em um espião.
Se espionagem em larga escala e à venda para qualquer pessoa muito bem informada e disposta a pagar o preço cobrado por ambas as Casas já não fosse algo assustador o bastante, há uma última atividade que ambas as Casas oferecem para um número incrivelmente seleto e limitado de clientes – assassinato. A Casa Thuranni em especial tem em sua organização aqueles que são provavelmente os melhores assassinos de Khorvaire, misturando os poderes sombrios e ilusórios da Marca com um treinamento implacável e uma das melhores fontes de informação do Continente. Curiosamente, o único alvo proibido para os assassinos Thuranni são suas contrapartes na Távola Serpentina da Casa Phiarlan, e a recíproca é verdadeira.
Elar Thuranni d'Phiarlan, futuro Barão Elar d'ThuranniNão se enganem que essa restrição de alvos em ambas Casas servem para manter a civilidade e competição entre elas. Não é por cortesia ou respeito que isso é feito, mas sim pelo profundo temor em recriar o evento mais notável e perturbador na história recente dos portadores da Marca das Sombras:
O Cisma das Sombras (Shadow Schism).
A história compartilhada das Casas Phiarlan e Thuranni até o momento do Cisma das Sombras e como esse evento transcorreu são o tema do próximo tópico.