E falsa propaganda. Ele esquece de falar que seu RPG é um "D&D indiano", incluindo raças similares as básicas de D&D usando como nomes delas as castas da sociedade indiana. O que seria tudo bem se o sistema de castas não fosse ultrapassado, preconceituoso e estabelecesse um nível exclusivo para pessoas "intocáveis". Adivinha quem é que representa os meio-orcs no cenário?
O Pundit é um imbecil maluco e conspiracionista, do tipo que faz o Limbaugh parecer são. Ele defende, entre outras coisas, que existe um grupo dedicado a destruir ou corromper o RPG para um modelo menos machista e mais inclusivo.
Não sei se notaram, mas saiu um artigo apontando uma série de episódios passados onde Pundit e outro consultor (Zak alguma coisa) agiram de forma preconceituosa e depois assumiram um comportamento obsessivo de perseguição a pessoas que os irritaram (ou apontaram estas pessoas para que seus fãs atacassem).
Entre eles, mostrava como o Mike Mearls recebeu um alerta sobre os dois consultores e se comprometeu de investigar. Ele não só acabou por ignorar os fatos apontados, como discutiu com os dois consultores sobre o assunto. O que você NÃO faz quando existe uma indicação de assédio no assunto, porque pode levar ao reinicio da perseguição das vítimas. E depois ainda defendeu os dois consultores, dizendo que não encontrou nada que indicasse que eles tiveram um comportamento inapropriado.
Após o artigo, o assunto sobre a escolha dos dois consultores voltou a incomodar a WotC. O Mearls tomou a pior atitude possível nessa situação, ele iniciou um discurso sobre inclusão lançando uma série de tweets pra ninguém, falando como ele era a favor de jogos que não representassem um único ponto de vista, que existe preconceito sim e que isso deve ser combatido. Só que em nenhum momento ele criticou ou assumiu que o Pundit e amigo estavam errados em suas atitudes.
Ou seja, ele voltou atrás na opinião porque percebeu que o fiasco de incluir dois consultores conhecidamente problemáticos não iria ser esquecido tão cedo. Só que ao mesmo tempo, não teve coragem de assumir seu erro ou reprovar a atitude dos dois.
Não que fosse difícil de prever que esse fiasco ia acontecer. O Pundit criticava abertamente o Monte Cook na época que ele era designer da nova edição. Não em reuniões internas, ele fazia isso abertamente para todos os seus fãs lerem no blog.
Algo básico sobre profissionalismo, é que um bom profissional não critica um colega numa comunicação aberta. Você conversa com teu superior e (se possível) com a pessoa envolvida e tenta resolver a situação. Você não lava roupa suja na frente de todo mundo.
Qualquer bom profissional teria se livrado do Pundit naquela hora. Mas, ou o Pundit era considerado importante demais na sua capacidade de influenciar o movimento OSR, ou as reclamações dele quanto ao caminho do Cook fecharam com o caminho que o Mearls queria levar o jogo. Seja o que for, o Pundit continuou.
O fato do Mearls ter feito um discurso pró-inclusão e logo depois o Pundit fazer o mesmo (e o Zak também, que eu lembre), me fazem pensar que a WotC resolveu tentar conter a impressão negativa que o assunto todo gerou tentando fazer parecer que as pessoas estavam enganadas quanto aos dois.
O problema é que é preciso de mais que meia dúzia de tweets do Mearls e dois posts de blog, um de cada consultor, pra fazer esquecer anos de práticas preconceituosas e inapropriadas.
E enquanto a WotC ia de novo afundando em má administração, saiu um artigo de um fã transgênero que estava com medo em se assumir e que entrou em contato com a Paizo sobre o assunto (já que a empresa é conhecida por ter uma atitude inclusiva). Resultado: ele recebeu uma série de livros gratuitos, incluindo com autógrafos, mensagens de incentivo e marcações indicando passagens onde seus livros tratam do assunto como forma de encorajar a pessoa.
Isso é ser inclusivo. Não colocar dois ou três parágrafos num livro e depois contratar um cara que usa "gay" como forma de insultar alguém.