Seu otimismo com Next é muito maior que o meu, Lunguinho.
É pra contrabalancear que esse fórum inteiro está pessimista em relação ao Next!
Mas esse meu otimismo não é em vão, eu tenho motivos para ter interesse nele que muitos aqui não compartilham.
O principal motivo desse meu interesse se dá pelo fato de eu ser um fã do sistema vanciano de magias de D&D. Senti falta dele na 4E e se eu fosse como muitos jogadores, que o destestam, eu não estaria nem aí para o Next; afinal já existem ótimos sistemas por aí que servem bem para fantasia medieval e se utilizam de outros sistemas de magias -um exemplo é o Savage Worlds com seu sistema de magias baseado em Pontos de Poder e na vantagem Antecedente Arcano.
Atualmente, eu estou jogando com um mago em uma campanha de fantasia medieval no sistema de Savage Worlds e tudo está funcionando muito bem: estamos em estágio veterano, não vi desequilíbrio considerável entre os personagens (mesmo o grupo sendo um misto de casters e não casters), as batalhas não estão cansativas e o jogo está bem divertido. Ainda assim, me desanima um pouco que meu mago lá só conheça 8 magias -embora possa conjurá-las numa boa frequência- enquanto que na penúltima campanha de D&D 3.x que eu joguei, meu mago de 7º nível tinha acesso a mais de 50 magias no seu grimoire.
O sistema vanciano me atrai por isso: gosto muito de jogar com um personagem que tem um arsenal enorme, mesmo que para isso ele tenha que ter pouca munição. Eu não me importo de só ter 5 usos de magias por dia se eu tiver umas 25, pois esse gerenciamento de recursos é uma das coisas que me diverte no D&D. E pra minha sorte, isso também vale para os meus jogadores (na minha mesa, quem mestra D&D normalmente sou eu, os outros jogadores geralmente mestram outros sistemas).
O problema é que esse sistema vanciano depende de um bom gerenciamento do mestre e de diretrizes claras no sistema para que a limitação no número de slots compense o acesso à grande variedade de magias poderosas que os conjuradores têm acesso. Só dessa forma é que existe equilíbrio entre casters e não casters em um sistema desses.
O Next deu um passo na direção certa quando diminuiu consideravelmente a quantidade de slots a que os conjuradores têm acesso (full casters podem lançar um total de 19 magias no 20º, sendo 15 delas de 1º a 5º nivel). Some a isso a regra de concentração e o fato das magias de nível baixo não progredirem mais com o aumento do nível do conjurador (para isso você tem que gastar slots maiores ao utilizá-las), e já dá pra vislumbrar uma campanha em que os casters não ofusquem os meros mortais.
Claro, existe o problema dos itens mágicos também, que permitem aos conjuradores driblar a restrição de slots diários de magias. Infelizmente o Next foi conservador por causa dos grognards e deixou os itens mágicos quase iguais às suas contrapartes de AD&D (tem a regra de attunement, mas aquilo ali não é suficiente!).
Mas não é de hoje que eu venho pensando em house rules para contornar esse problema: na minha mesa, pergaminho, varinha ou cajado não vai conceder magia de graça pra ninguém - o conjurador vai ter que gastar seus slots para conjurar as magias desses itens. Há outros detalhes e regras, mas já deu pra vocês pegarem o espírito da coisa: O mago fodão só valoriza o guerreiro que está ao seu lado quando não tiver magias sobrando para escapar da confusão.
Portanto, se esse novo D&D for um jogo equilibrado (pressupondo o gerenciamento do número de encontros pré-descanso prolongado) sem o uso de itens mágicos na campanha, ele já valerá a pena para mim. Já me conformei que eles nunca vão fazer as mudanças que eu quero nos itens mágicos por causa da fan base/grognards, então pode deixar que eu mesmo as faço. Agora claro, só vou me dar a esse trabalho porque sou fã do sistema vanciano. Se não fosse, eu deixaria o D&D de lado e mestraria feliz em outros sistemas, pois opções boas não faltam.
PS: E antes que alguém venha falar que o 13th Age também usa uma versão modificada do sistema vanciano de D&D, saibam que eu tenho ciência disso e essa foi uma das coisas que eu mais gostei nele. Porém, as magias em 13th Age são quase sempre combativas, da mesma forma que acontecia na 4ª edição de D&D. Já no D&D Next, as magias combativas dividem mais o espaço com contrapartes não combativas, o que já representa um apelo maior para mim. Só resta aguardar para ver se isso vai ser bem executado ou não na versão final. Caso não seja e consequentemente eu não goste do Next, a tendência é que eu fique com o 13th Age mesmo.
Bom, eu tenho alguma noção do que tem ocorrido graças aos entusiastas do Candlekeep (eles conseguem ler as novels intragáveis dos Reinos). Mas caso queira mergulhar nisso, os eventos em aventuras se passam:
Ghost of Dragonspear Castle é o começo de tudo, praticamente. Seguindo os eventos dela tem a antiga temporada do D&D Encounters, que é Scourge of the Sword Coast e a atual dela, Dead in Thay. Ao mesmo tempo, tem uma série de 6 novels que está sendo publicada.
Caso se interesse, eu posso discutir isso com mais detalhes, seja nesse tópico, seja revivendo algum de FR/The Sundering.
Tenho interesse sim, especialmente em saber as mudanças que já aconteceram nos reinos. Vou dar um up no tópico de FR para dar continuidade a esse assunto.