Não. O exemplo do storytelling é melhor no sentido de que você sente a diferença no mundo de jogo.
Explico: qual é a diferença entre um Carisma 18 de um Feiticeiro e um 16 de um, sei lá, Bardo? Basicamente, o feiticeiro vai ter +1 de ataque e dano na frente do Bardo e testes de perícias como blefe (caso ambos sejam treinados na perícia e caso não tenhamos nenhum fator externo envolvido, o que com certa frequência tem, o que diminui a influência do atributo). E o que esses dois valores significam do ponto de vista do mundo do jogo? Nada. No máximo um "ele tem mais carisma". Não existe um parâmetro de nada que te indique o que é um Carisma 14.
Antigamente (digo isso porque eu não lembro de ter lido isso explicitado na 4e) tinha-se o conceito de que 10 é o valor mediano de um ser humano normal e que o +2 racial representava uma natural aptidão e um capacidade acima da média. Isso significa que, uma vez que elfos tem +2 em Destreza, eles são bem mais ágeis que humanos. Mas agora, imaginando se carisma 12 já é acima da média, 14 é excepcional, 16, extraordinário, 18, surreal. No entanto, é impossível ser um aventureiro de D&D 4e sem um atributo primário no mínimo 16. Ok. Mas os heróis são muito superiores à média.
Certo, mas se um carisma 18 é excepcional, surreal, do tipo que te encantaria em 5 min conversa (supostamente), o que dizer de um personagem que atinge um Carisma 27? Ou seja, há um problema quando temos atributos excessivamente subjetivos e que inflam de mais. Sendo que a única diferença entre esses "níveis" de atributos é um mero +1 no teste, o que torna essa diferença muito questionável. E se a diferença entre um carisma 16 e um 12 for tão pouca quanto os números sugerem, é bizarro imaginar que o máximo que você pode ter é um 20 inicialmente, sendo você uma pessoa de destaque no mundo e tal.
Agora vejamos storytelling:
1- Fraco, inepto, abaixo da média;
2- Mediano. Não é a melhor coisa do mundo, mas dá pra viver;
3- Bom. Você tem uma aptidão natural ou treinou muito nisso;
4- Excepcional. Você é naturalmente bem dotado ou se esforça bastante nessa área em específico;
5- Máximo que um ser humano é capaz de conseguir. É simplesmente o limite extremo humano.
Diferença entre um nível ou outro: um dado, que pode ser uma clara diferença entre termos ou não 1 sucesso mínimo para a realização de uma tarefa, que quer que seja, mas sem desconsiderar o treinamento em específico (habilidades). Ou seja, o sistema dá uma ideia mínima de como seu nível de atributo é encarado no mundo de jogo e, numericamente, te dá uma diferença razoável, sem uma inflação exacerbada dos atributos (mesmo por meios sobrenaturais), te dando uma ideia muito mais razoável sobre o real significado das bolinhas que você pintou.
Mas claro, é ainda um conceito relativamente subjetivo e eu acho que deveria ser assim mesmo. A questão é que os atributos são traduzidos de uma forma um pouco melhor no mundo de jogo que os de D&D. Como foi dito, na 4e, você poderia ter atributos como Ataque, Iniciativa, Bônus de dano, etc, que não faria muita diferença. No Storytelling, faria toda a diferença. Eu sei que o foco dos dois jogos não é o mesmo, eu só tou dando um exemplo de jogo em que eu encaro a descrição dos atributos como algo um pouco melhor.