O problema da 4e não é diversidade, é percepção de diversidade. O maior problema da 4e é que ela teve uma apresentação horrenda.
Era muito mais fácil perceber a diversidade em D&D 3e devido ao uso de classes com sub-sistemas diferentes, multiclasse e classes de prestígio não-obrigatoriamente ligadas a classe alguma (ou melhor, isso era melhor camuflado na 3e) e sem níveis pré-determinados (diretamente) para seu acesso, além do sistema de perícias e também devido a grande lista de magias.
Na 4e, onde está a diversidade? Poderes. Que são adquiridos em momentos similares, em quantidades similares, usam o mesmo formato de descrição, de escrita totalmente sintética e onde uma palavra (digamos, Close Blast 3 para Close Burst 3. Ou nas keywords) faz uma grande diferença em seu uso em jogo. Não é surpresa que muita gente acha que a diversidade sumiu - ela está camuflada atrás de tudo isso
A diversidade existe entre papeis diferentes, e no sistema como um todo, foi aumentando com o decorrer do tempo, principalmente com o lançamento dos essentials.
O meu problema é com todas as classes de um determinado papel terem os mesmo tipos de poderes, e todos os poderes do sistema terem o mesmo descritor ou efeito.
Todos os leader tem obrigatóriamente um poder de cura, que o alvo pode gastar um healing surge e curar mais um bônus. Existem minimas diferenças de um para outro, como dar um bônus extra pra determinado teste, mas no geral são iguais. Não consigo ver diversidade ai.
O que mais me encomoda na verdade é os efeitos serem sempre os mesmos: ongoing, dazed ou stunned, com raras excessões, o que, para simplificar, acabou travando o sistema.
Toda classe tem poderes que utilizam estes efeitos, independente dos papeis. É a mesma formula, o poder causa dano X, a X criaturas, e geralmente faz um dos três efeitos acima descritos.
Outra questão é uniformidade das unidades de tempo. Os efeitos tem somente três durações, rodada, encontro ou "save ends". Esse engessamento acabou prejudicando aqueles efeitos que antes eram interessantes fora do combate, como por exemplo invisibilidade.
Existia grande margem pra abuso, mas da forma como a 4e colocou, o efeito se tornou simplesmente inútil. Uma poção de invisibilidade, por exemplo, ti deixa invisível por apenas uma rodada.
Quero deixar claro que sou ferrenho adepto da 4e, preferindo ele, com larga vantagem, a qualquer edição antiga ou os novos genéricos, tipo Pathfinder, mas não consigo gostar de certas coisas no sistema, que eu espero que mudem na 5e.
Tem sido assim nas edições de D&D, mas eu concordo em partes. Ainda acho que tem como melhorar esse "nicho". Não me convence simplesmente supor que "porque não deu diferente antes" tudo ou é versátil de mais ou é tão específico que é inútil.
Compartilho deste entendimento. Não é por que deu errado antes que não pode dar certo no futuro, claro se bem planejado.