Eu ia parar pra fazer uma prova de um concurso antigo pra estudar um pouco, mas ei, hoje é sexta aqui em Floripa. Então eu posso.
(...) maioria dos livros de Dark Sun e nunca notei nenhum estupro a mecânica de jogo como ocorreu a edição posterior.
As regras de DS no Ad&d reescreviam boa parte das regras originais de criação de personagens, alterando a forma de calcular atributos, os níveis iniciais, criação de um estábulo de personagens, mudança no funcionamento da magia, etc.
Na 4e, as únicas grandes diferenças foram um sistema para evoluir o personagem sem o uso de itens mágicos (que era opcional mas o sistema considerava que você estaria usando) e a não existência de usuários de magia divina. Só. O resto é material suplementar, que pode ser usado mas se for deixado de lado, não altera a experiência de jogo.
Outra coisa que os senhores não estão se lembrando (alguns pq são mto novos e outros pq são mto velhos) é que AD&D lançava pouco produto, pq era feita por jogadores e não por marketeiros...
Falso. Eles produziam muito material na época do Ad&d, tentando atender a todos os cenários ao mesmo tempo. Isso levou a uma fragmentação do mercado e nas vendas, o que acabou levando a venda da marca para a WotC. Isso é de conhecimento comum.
Além disso, o negócio não era 'from gamers to gamers' como você está dizendo. Novamente, essa é uma impressão que existe somente no Brasil pela falta de informação. Quem conhece a história do D&D, sabe que a TSR tratava os jogadores muito mal:
-No início da internet a empresa obrigou vários sites de fãs a fecharem, mesmo que não tivessem qualquer material pirata, simplesmente porque não queria ninguém disponibilizando material de D&D gratuitamente;
-Quando o Gygax saiu da empresa e tentou criar um novo jogo, a TSR fez de tudo para tentar fazer ele desistir disso, incluindo enviar em segredo gente para participar dos playtests para tentar fundamentar uma acusação de plágio;
-Aliás, as tentativas da TSR em usar de jogadas legais para conseguir vantagens, levaram a uma piada comum até hoje que a empresa tentava conseguir copyright sobre as coisas mais absurdas, como palavras comuns do dia a dia;
-Lorraine Williams, a presidente da empresa que terminou de afundar a TSR, era conhecida por dizer com orgulho que NUNCA tinha jogado um rpg e proibia que seus funcionários jogassem dentro da empresa. Adivinha o que acontece quando você começa a produzir jogos sem playtest?
Eu realmente me admiro que essa imagem que a TSR era a empresa perfeita ainda exista aqui no Brasil, considerando que vivemos numa época em que conseguir informações é algo tão fácil e existem dezenas de fontes de informações sobre a maioria dos tópicos.