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« Online: Fevereiro 24, 2015, 05:57:38 pm »
Li as 4 páginas. pretendo ficar longe das farpas trocadas.
Vou tentar contribuir.
"Como não criar um cenário" é meio dificil. você tem clichês usados demasiadamente.
Já pensou porque ninguem gosta?
Porque a idéia do cenário é fraca.
Você pode perder anos, décadas até. Criar toda a etiomologia e epistologia de todas as palavras e o cacete a quatro pra um cenário. Culturas mais ricas que qualquer outra que jamais existirá.
Desenhar bandeiras, desenhar mapas, desenhar fauna e flora.
A ordem de construção (em minha humilde opinião) está errada.
O cenário começa com uma idéia que pode ser descrita numa sentença e a idéia "vende" o cenário.
O que ocorre é quando se tem preguiça de compor o resto do cenário após desenvolver a idéia do cenário. Aí você preenche os vazios com os clássicos da fantasia medieval batidos e já era.
Se sua idéia for realmente incrível, nao tem problemas. Mas seu público pode variar.
o termo que gostam de usar é captação por imersão.
Dito isso, tem um monte de coisas que parecem legais no papel, mas a graça passa rápido.
Vou rebater algumas das odiadas por todo mundo, nao que eu descorde do ódio, ou que goste delas. Apenas para explicar, alguém precisa fazer papel do advogado do diabo, né?
Humanos como média. Extremamente necessário. Muitos precisam de uma média padrão para comparar as outras raças. A menos que se use auxílio de imagens o tempo todo, muitos preferem imaginar humanos durante o rpg. E mesmo, o que são as raças se não humanos com uma maquiagem aqui e ali? E se de fato você ter uma raça realmente alienígena, como tornar o apeal dela? ALém disso, muito mais fácil comparar com outras mídias para auxiliar na imaginação.
Elfos. Raças padrão de fantasia, na verdade. De fato muitas raças viraram stapples. Novamente, se boa parte da demografia prefere humano, a outra grande parte prefere uma raça que conhece. Muitos cenários pegam o checklist (inclusive vários games) e dão seu proprio twist. Quanto à inventar etnias , subraças, etc. Isso é consequência de expansão do cenário.
Ctrl+Tolkien. Como comentei em cima. Após terminar a idéia inicial do cenário (oceanos de lava, flying ships, espadas de eletricidade sólida, go!) o cenário nunca está pronto, isso é o fill the blanks padrão. Dito isso, muitas culturas gostam de lutar contra o Grande Mal. Há um apelo legal nisso. Uma coisa que muitos esquecem é que os cenários considerados bons, são bons de se jogar e não só de se ler.
Reinos-bioma (ou planetas-bioma). Isso é um exemplo de não entender escala.
E tentar fazer fronteiras. Você tem pontos num grid e chama de reinos.
Aí vai esticando as fronteiras pra eles se formarem um mundo. Duh.
Tormenta, qual a idéia do cenário? Nao é a tempestade destruidora vinda de outra dimensão?
Perceba o quanto é largado pró de falar dos reinos.
Planetas são um caso pior, um planeta inteiro com o mesmo tipo de terreno é quase inconseguível. Sao muitos quilometros. Mas é um compromisso.
Você quer que haja viagem espacial, exploração de planetas e whatsoever? Ninguem consegue criar planetas rapidamente, então... atalhos.
O que nos leva aos Reinos-cultura e planetas-cultura.
A mesma coisa do anterior vale. E olhe que é mais fácil justificar (hello Empire of Mankind com seus hivewords de trilhoes de pessoas). Exemplos muito bons reais caem por terra quando você tem psiquismo, distorção de mentes, e manipulação de emoções artificialmente.
O Comum. Ok esse é pessoal. Cada segundo, cada letra. Perdida porque hihihihih confusão de tradução, fulano não entendi bertrano. É uma perda de tempo.
É legal das primeiras vezes, se torna um saco na hora seguinte.
Pense assim, toda a cultura diferente de um povo que você criou e finalmente haverá contato. Mas, não vai rolar conversa, porque não há compreensão dos mesmos idiomas
Graças a deus pelo Comum. e isso vindo de um ateu.
E não, nao tou falando de idiomas perdidos. Estou falando da tentativa de "realisticar" que culturas diferentes (obvio) tem idiomas, dialetos e whatsoever diferentes.
Ninguem resolve esse "problema" porque voce cria um muito maior.
Proselitismo e/ou megalomania. Cenários são produtos criativos. Muita gente, MUITA GENTE, MUUUUUUUUUUUUITA GENTE, não sabe lidar com críticas e usa criação como válvula de escape para as frustrações. É da condição humana. Daí o motivo de, se voce quer evitar parcialismo, a) nao use personagens seus no seu cenário, b) nao considere o cenário imutável pq jogou com seu grupinho e as sessões realmente importaram, c) aceite críticas.
Se for pra adicionar, eu acho um pecado muito fatal dos cenários é tentar explicar TUDO.
Como a religião funciona, qual o panteão, qual as guerras dos deuses ou o cacete.
Como a MAGIA funciona, as cores, os tipos.
Como os monstros se reproduzem, o tempo de gestação do gatoplebas, o grau de dureza do osso de plateomindo-atroz.
e no fim, o que é um cenário senão uma fanfic... hahaha sorry, mas preciso colar isso aqui.