Então, mal ae, mas acho que o humor tem limites sim. É a linha tênue que separa a Risada e o Horror frente ao pior do homem (na forma de catarse), da Idolatria ao Pior do Homem, que é o que acontece com essa leva medíocre do stand up brasileiro e com esse movimento babaca do "politicamente incorreto".
Sim, tudo lindo no papel, mas quem define a linha tênue? Eu, você ou a sociedade?
Humor pode ser simples e lúdico, pastelão e violento, constrangedor e patético ou mesmo ofensivo e de mau gosto. Não cabe a mim, ou a nenhum de nós, dizer com o que se pode ou não brincar. Lembre-se que Monty Python ofendeu meio mundo quando colocou no final da vida de Brian isso:
Always Look On The Bright Side of LifeA partir do momento em que se coloca freios no humor, você impede o ser humano de rir de si mesmo. E no momento que se coloca um freio, está passível de colocar outro, e outro e mais outro. Pelo amor de deus, até pouco tempo atrás queriam acabar com a sátira política.
O único freio que deve existir no humor é aquele implementado pelo destinatário do humor, ou seja, o público. Cabe ao público pagar pra ver ou não determinado show, dar audiência televisiva ou comprar o DVD. Se determinado humorista simplesmente passar do "limite" (que é individual) da maior parte de seu público, ele perde espaço. Simples assim.
E só lembrando que eu apoio a liberdade total no humor, mas existe sempre o lugar que isto está sendo feito: se existe um show com nome de Proibidão, onde você "tem" que assinar um "contrato" dizendo que você não vai se ofender. É meio óbvio o que vai acontecer, e que você está se colocando naquela situação.
No caso em questão, relembro que achei errado pois a "piada" foi feita sobre alguém que estava lá a trabalho e não havia concordado em ser parte do show, daí eu acho que ele tem todo o direito de reclamar. Pensando mais friamente, nem acho que ele tenha direito a danos morais. Acho que nem chegou a esse nível, mas reclamar ele tem todo o direito de fazer.