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Sistemas & Cenários / Re:[WIR] Where I Read: Pendragon 5.1
« Online: Março 15, 2013, 10:00:41 am »
[CONTINUANDO]
COSTUMES FAMILIARES:
Unh, essa parte me ajudou a entender como os relacionamentos familiares eram complicados naquela época.
O matrimônio é uma instituição criada para garantir de forma clara quem herda o que. Isso significa que somente filhos nascidos de casamento possuem direitos sobre as propriedades dos pais e também explica porque eles enfatizavam tanto a fidelidade feminina. Ao mesmo tempo, a fidelidade masculina não era esperada porque:
a) ela não ameaçava a posse dos bens, pois estes só poderiam ir para os filhos do casamento;
b) ela ajudava a garantir continuidade da linhagem, já que filhos bastardos podiam ser adotados e tornados oficiais se não existissem filhos do casamento oficial;
c) as cortesãs de um lorde muitas vezes eram casadas com servos que fossem seus nobres, como forma de recompensa e para reforçar os laços de lealdade, já que o seu servo poderia vir a criar os seus filhos.
O último caso também significava que os filhos bastardos de um lorde podiam ser criados para se tornar servos dos filhos legítimos dele.
As festas de fim de ano da época deviam ser bem interessantes.
Somente o filho mais velho têm direito a herança do pai. Um pai rico normalmente garante o futuro dos filhos mais novos transformando-os em cavaleiros e dando pequenos pedaços de terra. Isso é feito de forma a não fragmentar tanto a herança que diminua o poder do futuro herdeiro.
O autor faz questão de fazer um parágrafo só para dizer que os Merovíngios não seguiam esse padrão e fragmentaram seu poder entre os herdeiros. Isso tornou o reino num local anárquico e enfraquecido. Ei, já faziam algumas páginas sem críticas aos franceses
É interessante que o autor aponta que na ficha de personagem existe um espaço para definir quem é seu herdeiro. Isso serve como testamento do personagem, para evitar discussões mais tarde quando ele morrer (lembrando, ele VAI morrer).
O texto segue para o sistema jurídico da época. Em resumo, existem duas formas de resolver as coisas: decisão do proprietário da terra ou julgamento por combate.
Decisão do dono da terra significa que o responsável por aquela região é quem julga a questão. Se o próprio dono da terra for quem cometeu um crime, então seu lorde define a questão. Lembrando que ninguém além do High King é realmente dono da terra, todos os outros tem direito sobre o que ela gera e podem repassar esses direitos para outros. Ou seja, a decisão do High King é superior a de todos os outros.
Representantes do proprietário também podem agir no lugar dele na imposição das leis, o que explica porque cavaleiros podem julgar e punir criminosos.
O julgamento por combate é um direito dos cavaleiros. Eles sempre podem pedir para julgar qualquer decisão por combate. Nesse caso, um lorde pode (e uma mulher deve) apontar um outro cavaleiro para lutar no seu lugar. O combate segue até um dos lados desistir ou morrer. Julgamentos por combate não podem ser revogados, anulados e os lados em disputa não podem apelar para um poder superior.
Depois uma explicação rápida sobre Baixa Justiça e Alta Justiça. Em resumo, qualquer crime capital deve ser decidido só pelos lordes mais importantes, normalmente o High King. Isso é chamado de Alta Justiça. Todo o resto cai na definição anterior de quem é o proprietário da terra julga. Que é chamada de Baixa Justiça.
Isso explica também porque matar prisioneiros nobres e cavaleiros é mal visto. Como somente os lordes superiores a aquele prisioneiro têm direito sobre decidir sobre vida e morte, matar um nobre ou cavaleiro desrespeita o direito do lorde dele.
[CONTINUA]
Olha, eu tenho que admitir que estou aprendendo bastante. Não sei o quanto isto tudo é verdadeiro, mas os detalhes e os pormenores destas coisas me escapavam e acabei conhecendo coisas que não imaginava (como a bagunça que devia ser a casa de um lorde depois de algumas gerações). E o texto, apesar de claramente pró-Inglaterra, é muito bem escrito.
Próximo Capítulo: Criação de Personagem
COSTUMES FAMILIARES:
Unh, essa parte me ajudou a entender como os relacionamentos familiares eram complicados naquela época.
O matrimônio é uma instituição criada para garantir de forma clara quem herda o que. Isso significa que somente filhos nascidos de casamento possuem direitos sobre as propriedades dos pais e também explica porque eles enfatizavam tanto a fidelidade feminina. Ao mesmo tempo, a fidelidade masculina não era esperada porque:
a) ela não ameaçava a posse dos bens, pois estes só poderiam ir para os filhos do casamento;
b) ela ajudava a garantir continuidade da linhagem, já que filhos bastardos podiam ser adotados e tornados oficiais se não existissem filhos do casamento oficial;
c) as cortesãs de um lorde muitas vezes eram casadas com servos que fossem seus nobres, como forma de recompensa e para reforçar os laços de lealdade, já que o seu servo poderia vir a criar os seus filhos.
O último caso também significava que os filhos bastardos de um lorde podiam ser criados para se tornar servos dos filhos legítimos dele.

Somente o filho mais velho têm direito a herança do pai. Um pai rico normalmente garante o futuro dos filhos mais novos transformando-os em cavaleiros e dando pequenos pedaços de terra. Isso é feito de forma a não fragmentar tanto a herança que diminua o poder do futuro herdeiro.
O autor faz questão de fazer um parágrafo só para dizer que os Merovíngios não seguiam esse padrão e fragmentaram seu poder entre os herdeiros. Isso tornou o reino num local anárquico e enfraquecido. Ei, já faziam algumas páginas sem críticas aos franceses

É interessante que o autor aponta que na ficha de personagem existe um espaço para definir quem é seu herdeiro. Isso serve como testamento do personagem, para evitar discussões mais tarde quando ele morrer (lembrando, ele VAI morrer).
O texto segue para o sistema jurídico da época. Em resumo, existem duas formas de resolver as coisas: decisão do proprietário da terra ou julgamento por combate.
Decisão do dono da terra significa que o responsável por aquela região é quem julga a questão. Se o próprio dono da terra for quem cometeu um crime, então seu lorde define a questão. Lembrando que ninguém além do High King é realmente dono da terra, todos os outros tem direito sobre o que ela gera e podem repassar esses direitos para outros. Ou seja, a decisão do High King é superior a de todos os outros.
Representantes do proprietário também podem agir no lugar dele na imposição das leis, o que explica porque cavaleiros podem julgar e punir criminosos.
O julgamento por combate é um direito dos cavaleiros. Eles sempre podem pedir para julgar qualquer decisão por combate. Nesse caso, um lorde pode (e uma mulher deve) apontar um outro cavaleiro para lutar no seu lugar. O combate segue até um dos lados desistir ou morrer. Julgamentos por combate não podem ser revogados, anulados e os lados em disputa não podem apelar para um poder superior.
Depois uma explicação rápida sobre Baixa Justiça e Alta Justiça. Em resumo, qualquer crime capital deve ser decidido só pelos lordes mais importantes, normalmente o High King. Isso é chamado de Alta Justiça. Todo o resto cai na definição anterior de quem é o proprietário da terra julga. Que é chamada de Baixa Justiça.
Isso explica também porque matar prisioneiros nobres e cavaleiros é mal visto. Como somente os lordes superiores a aquele prisioneiro têm direito sobre decidir sobre vida e morte, matar um nobre ou cavaleiro desrespeita o direito do lorde dele.
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Olha, eu tenho que admitir que estou aprendendo bastante. Não sei o quanto isto tudo é verdadeiro, mas os detalhes e os pormenores destas coisas me escapavam e acabei conhecendo coisas que não imaginava (como a bagunça que devia ser a casa de um lorde depois de algumas gerações). E o texto, apesar de claramente pró-Inglaterra, é muito bem escrito.
Próximo Capítulo: Criação de Personagem