Eu acho que o Roderick tem razão quanto a cair no limbo.
Já que esse aqui existe...
Bom, antes de mais nada eu nunca falei que astrologia é religião, ou que minha religião seria astrologia. Acho também que não coloquei as duas no mesmo patamar -- se o fiz, me expressei errado. O que eu quis dizer é 1) aquilo que o VA acabou de dizer, astrologia pode e já fez diversas vezes parte de sistemas de crenças, e é o meu caso; 2) a astrologia se põe no mesmo nicho que as religiões no sentido em que servem para dar uma ilusão de controle do destino, e ao mesmo tempo abre-se mão da responsabilidade sobre a própria vida. Se você sabe para onde está andando, e se acha preso a um determinado trilho de influências, é porque está seguro; mais ou menos como um bebê se sente seguro dentro do útero. Isso tanto religião quanto astrologia podem fazer.
Quanto às minhas próprias crenças,
em primeiro lugar eu não sou subserviente a organização ou instituição religiosa específica alguma, ou pelo menos não atualmente. Para mim são mais importantes minhas próprias epifanias e minha jornada de autoconhecimento do que dogmas externos; enquanto esses dogmas me servem eu os uso como ferramenta. Não acho nada pecaminoso em fazer isso pq afinal de contas a religião é uma tecnologia, uma ferramenta.
Então se for pra me definir de alguma forma pode-se dizer que eu tenho uma religião pessoal (não sou o único a fazer isso) e que minha postura é PANENTEÍSTA, postura, mais uma vez, baseada nas minhas próprias epifanias.
Sendo panenteísta eu sou afim a certos sistemas religiosos que *tendem* a essa postura, desde aqueles que pouco conheço (como o sikhismo) até àqueles que conheço um pouco mais (como a Kabbalah, desde a Kabbalah luriânica até a Qabalah esotérica extrajudaica). E a Kabbalah engloba vários conceitos da astrologia.
Além de panenteísta eu sou GNÓSTICO, isto é, priorizo a busca de um "conhecimento interno e direto", incapaz de ser comunicado verbalmente exceto por alusões. Várias das linhas gnósticas fazem referência a sistemas (kosmos = sistema) ou entidades que LIMITAM o potencial humano, e eu enxergo a humanidade como incompleta devido à falta desse conhecimento, que no fim das contas seria um autoconhecimento tal que seria idêntico ao conhecimento do universo em si. Algumas dessas linhas ligam esses elementos, entidades, sistemas limitantes (arcontes, agentes da Matrix, whataver) aos planetas e signos da astrologia. Portanto o desenho de um mapa astral é um modelo (embora apenas um dos possíveis modelos) das limitações arquetípicas impostas à psiquê (no sentido gnóstico mesmo de hyle, psyche e pneuma) de um indivíduo.
Essas limitações não seriam "sólidas", mas "tendências", "trilhos". Os signos e planetas são apenas símbolos e alusões a essas tendências, e não sua fonte última.
Ufa... acho que é isso.