Cena 1
Durante o desjejum Nerener recebe uma carta vindo de Shion. Um de seus irmãos, Karnaran, esta se tornando Padre e ele foi convidado a comparecer em sua posse. Um evento pomposo e cheio de outros Nobres e Sacerdotes, mas em Shion, e em 3 dias.
Era uma bela manhã no castelo. E acorda o belo e incrível Nerener, se espreguiçando dramaticamente. Ele está num roupão de seda laranja com estampas de folhas negras. É uma manhã suave de outono, com a brisa da floresta entrando pelas janelas de seu quarto e uma das camareiras leva seu desjejum. Café com pão fresco de boa qualidade e geléia de amora e um ovo frito com uma fatia de bacon. A camareira também havia trazido uma carta e a entrega nervosa para o conde. Ele toma grosseiramente a carta de sua mão e num aceno dramático a manda ir embora.
E lê a carta, que dizia sobre Karnaran se tornar Padre.
-Enfim meu irmãozinho se tornará padre. Será muito útil em meus planos. Será... *divaga olhando para o alto e em seguida desce o rosto coloca a mão perto dele, toda aberta e espalmada, sorrindo* uma ótima oportunidade de juntar a família de novo, hahaha. Será a oportunidade para que eles me ajudem a conquistar nosso... MEU condado, hahahaha.
E assim Nerener come tranqüilamente seu desjejum, saboreando tudo e enfim saindo da cama para vestir-se
A tarde alguns conselheiros lhe trazem noticias preocupantes, foram encontrados alguns bandidos perto do castelo, todos foram mortos e não foi possível descobrir o que faziam ali, mas eles definitivamente eram estrangeiros. Durante essa reunião um dos guardas comunica a Nerener que Korkini está a porta da sala de reunião e os guardas tiveram que conte-la para não invadir. Nerener descobre que Slari fora raptada e Korkini desconfia que Svetlana está por traz disso, elas tiveram uma discussão a pouco tempo onde algumas palavras fortes foram usadas, e infértil estava entre elas.
No trono do castelo, após receber essas informações, Nerener olha raivosamente os informantes.
-Conselheiros, chamem o guarda responsável pela matança dos bandidos estrangeiros
-Sim, senhor –diz temendo por algo o conselheiro baixo e calvo.
O capitão da guarda naquele momento se apresenta orgulhoso.
-Capitão Valek ao seu dispor, vossa Senhoria!
-Eu soube que você ordenou ao seus guardas para que matassem todos os bandidos, certo?- Indaga com uma sobrancelha erguida e olhar leve de desaprovação o conde.
-S-sim. Onde quer chegar, vossa Senhoria? – Começa a suar frio o capitão Valek
-Venha cá, mais perto – chama Nerener com o dedo indicador. E ao se aproxima Valek, bem perto do conde, com os rostos juntos por poucas polegadas.
-Então, meu querido Valek, hihihi... Uma coisa básica sobre bandidos, ainda mais de origem estrangeira é que eles são mandados por alguém, certo?
-C-certo...
-Ótimo! Pois você ACABOU COM A CHANCE DE SABERMOS QUEM OS MANDOU!! SE VOCÊ TIVESSE MAIS CONSCIÊNCIA, ALGO QUE DUVIDO QUE SEU SANGUE INFERIOR TENHA LHE PROPORCIONADO, VOCÊ TERIA MANTIDO AO MENOS O LIDER DELES SOB CUSTÓDIA PRA INTERROGATÓRIO! – Agarra Valek pelo pescoço
-Sim, senhor! Desculpa pelo engano! É que eu pens...
-VOCÊ NÃO SERVE PRA PENSAR, IMBECIL! APENAS PRA CUMPRIR ORDENS! PENSE APENAS NISSO E LEMBRE-SE DE NA PRÓXIMA VEZ FAZER PRISIONEIROS PRO INTERROGATÓRIO PARA QUE MULTUZ TENHA MOTIVOS PRA SER PAGO! SAIA DAQUI AGORA! AGORA! O QUE FOI? AINDA ESTOU VENDO SUA CARA HORRENDA COM ESSE BIGODE DE 5 PELOS NA MINHA FRENTE! DESAPAREÇA POR ORA OU PERDERÁ SEU CARGO E SUA CASA!
Após a gritaria, o dramático conde cruza suas pernas e chama com o dedo uma das criadas, sinalizando para trazer um pouco de água.
Após mais uns drinques, chama os demais guardas num aceno.
-Muito bem! O segundo problema a ser resolvido. Chamem todas as 4!
Após chegarem as 4 concubinas.
-Eu só quero saber onde levaram nossa Slari, querido! – Diz Korkini aos prantos
-Psiu! Contenha-se! Não é para falar de tal maneira vulgar neste recinto! E engula esse choro! Eu já entendi. Mandarei um dos guardas investigadores averiguar o paradeiro de Slari. E ai de quem for o responsável, mesmo que venha de dentro daqui o responsável pagará caro por mexer numa propriedade do castelo e conseqüentemente minha! Estou de olho nas 4 – Nerener após se exaltar um pouco volta a falar num tom normal e cruza de novo as pernas e arqueia-se para a frente, com a costa da mão sob o queixo – Tenho notícias especiais. Meu irmão Karnaran vai se tornar padre e estão exigindo minha presença. Penso em fazer uma viagem familiar. Com todas as 4 e também... Natsira e suas filhas, mais uma pequena comitiva de guardas, um arauto e dentre outras pequenas necessidades. Sei que estão já animadas. Vamos, vamos, se arrumem – o conde gesticula para que saiam e se arrumem melhor.
-Sairemos na calada do amanhecer, minhas caras!
E volta a pensar sobre a possibilidade de Svetlana ser a responsável pelo seqüestro. Mais tarde chama um investigador pra buscar rastros de Slari, e depois fala com um dos responsáveis pela comitiva pra preparar as carruagens para seguir até a cidadela portuária de Dresveru para pegarem um navio.
Durante as cerimônias noturnas que Nerener fazia ele teve uma visão, viu em uma região inóspita ao oeste um lobo vermelho que o farejava. Os sacerdotes que estavam ali ajudaram a segurar Nerener que desfalecera.
A noite, em um salão adornado com várias imagens de deuses guerreiros menores pisoteados por Bakran, além de imagens da deusa magenta do amor e sedução e do deus da estratégia e inteligência de azul, encontra-se o conde em sua condução noturna de rituais esotéricos, preenchidos pelos cantos lúgubres de seus ajudantes. Com o sacrifício de uma ovelha em andamento para o deus guerreiro rubro e a fumaça alucinógena da mesma cor do deus, Nerener começa a enxergar coisas. Vê por fim um lobo vermelho que o fareja, em alguma terra semelhante as terras do oeste selvagem, ou ao menos o que ele imagina que seja. É uma visão muito intensa e ele por fim, ao tentar manter-se firme coloca a mão sobre a testa, mas depois a vira, com a munheca sobre a testa e cai em hiperventilação.
Os clérigos e acólitos recém convertidos a esse novo credo socorrem Nerener e em alguns poucos minutos ele recobra a consciência
-Que houve, Vossa Senhoria? – um deles pergunta
-Nada de mais. Apenas uma visão. Uma visão dizendo que possivelmente teremos problemas... ou oportunidades com povos do oeste em questão de tempo. Mesmo assim devo agora ir dorm... e o que interessa a vocês o que vou fazer? Continuem com as preces a Bakran ou ele os fará sofrer no pós vida!
E assim Nerener dirige-se a seu quarto, tira sua tiara e se desveste, e entra pra tomar um banho quente relaxante antes de enfim dormir. Dessa vez sozinho em seus pensamentos.