Cena 02 – Navio de Turer, em Dresveru, Dia 24/06
Nerener mal podia perceber o cheiro da comida que impregnava o ar, e não pode ver Varus comendo sem cerimonias da comida de Turet
- "Concertando meu Navio, achei que já sabia disso, ou estou infringindo alguma lei?"
Ele gargalha quase fazendo Nerener se desconcentrar. Mas o Conde tinha sua atenção e concentração focadas na mente do Capitão. Uma aura azul que apenas Nerener podia ver na cabeça de Turet parece abrir sua mente como um livro, e ele enxerga o que o pirata esconde, o que todo pirata esconde, um tesouro sem igual. Nerener fica afoito, tenta descobrir mais, no entanto tudo que ele encontra são suposições e informações quebradas. Se algo Turet sabe é que existe um tesouro escondido nas terras de Nirmishtav, um lugar ao oeste, em direção as terras barbaras. Um tesouro lendário que agora parece ter deixado um pouco a zona das lendas e se tornado real.
-Apenas achei que estivesse com dificuldades demais em consertar o seu navio, quem sabe precise de ajuda, visto que sua tripulação é incompetente demais, mas isso fica pra outra conversa. – Nerener sai da pose de diva pensativa e se levanta.
-Vamos, Vayus. E pare de comer feito um camponês esfomeado! Isso envergonha meu sangue e seu posto!
-Des... Desculpe, irmão. Vamos então.
-Como quiserem, sintam-se sempre bem vindos no Cordeiro Negro, mas podiam ter aproveitado mais o vinho, hehehe – Fala Turer com um sorriso largo, sem desconfiar que seu precioso segredo vazou.
-Como quiser... – Sai rispidamente Nerener, tapando o nariz ao sair do navio.
Assim que chegam e entram na carruagem, o belo conde fala bem baixo para Vayus
-Então, mandem incendiar o navio e matarem Turer. Pensando bem, é melhor esperar. Ele pode sobreviver e atacar minhas concubinas ou a mim mesmo. Eu descobri que o capitão está aportado aqui porque... *pausa dramática, com direito a pose* há um tesouro lendário escondido perto das terras bárbaras!
-Um tesouro? Mas como é possível?
-Nem eu sei, mas é tão emocionante! Podemos pagar por mais tropas para se integrarem ao nosso condado e assim retomar as terras que nosso pai perdeu! Mas mande soldados vigiarem qualquer movimento de marujos do Turer. E prenda todos os marujos que chegarem nos limites de Dresveru, tanto os que saírem quanto os que entrarem. E faça todos serem interrogados por Multuz, o torturador. Eles devem saber mais sobre o tesouro, especialmente os que estão retornando a Dresveru. Anuncie em segredo essa ordem para os soldados. E quem for pego aceitando suborno será punido com as mãos amputadas. Certo, irmãozinho?
-Certo, irmão. Ou Vossa Senhoria.
-Agora é hora de pegar minha armadura e irmos a Ciprus. Repasse as minhas instruções e seguiremos viagem.
E a carruagem retorna após algumas horas ao castelo real de Oglaskayadrartaz.