Melhor parte do texto:
Psicólogos que praticam ou advogam pela terapia de reorientação sexual estão ignorando todos estes fatos. Ou então estão sendo tão coerentes quanto médicos que, vivendo em uma cultura racista, concordam em retirar toda a pele de seus pacientes negros, substituindo-a por uma pele branca, em um perigoso procedimento que visa aliviá-los das mazelas decorrentes do preconceito.
Não querendo fazer papel de advogado do diabo, mas essa foi a parte menos relevante do texto. Porque há quase nada de agregador nessas informações, apenas a demonstração do posicionamento quanto a questão. Você a considerou a melhor parte unicamente por reafirmar algo que você acredita. Eu não sou o Malafaia, eu não recomendaria a ninguém mudar de orientação sexual, mas há um pouco de exagero nisso e o argumento de que "mesmo que não fosse danoso, deveria ser proibido" deixa claro que a discussão voltou a ser política-reliogosa. O exemplo deixa claro as prováveis consequências negativas do tratamento. Mas há mudanças constantes em várias determinações genéticas-ambientais que são socialmente aceitas e voltam a questionar até o próprio conceito do que é natural, muitas vezes levantados por quem quer retrucar os homofóbicos que questionam a naturalidade do homossexualismo.
Exemplos mais brandos ou não, Muitos negros alisam seus cabelos, pessoas de olhos escuros usam lentes de contato clara, Pessoas brancas passam por severos bronzeamentos artificiais, indianos usam cremes que clareiam a pele, mulheres não satisfeitas com o tamanho de seus seios fazem cirurgia, pessoas não satisfeitas com o sexo que nasceram fazem cirurgias de mudança... Pode se alegar para muitos desses casos que essas pessoas estão cedendo a pressões sociais e que elas de fato não querem isso; em vez disso, elas deveriam se aceitar, reconhecer que não há nada de errado no que elas são, e lutar para serem respeitadas. Mas haveria um limiar para isso? Eu acredito que, desde que a pessoa não seja forçada a tomar necessariamente uma opção ou outra, ela vai estar um pouco mais certa por ao menos poder escolher.
Novamente, não tenho uma solução definitiva, mas muitas outras situações deveriam ser questionadas para se chegar até uma conclusão que se deve proibir ou não a "conversão" de gay para hétero, que é um dos grandes tabus da nossa sociedade.
Curiosidade: Caras com taras específicas, ou que excluem certas parceiras por terem características que não gostam (vários caras que não gostam de mulher gorda, ou caras que só curtem mulher gorda) estariam dentro de uma gradação da orientação, tem alguma coisa a ver com a orientação, ou é só questão de gosto, como gostar de sorvete de chocolate ou de morango? (muitas vezes uma forma de se resumir a orientação sexual, mas que não é bem assim)
Off: Depois do Kinn falar disso: Sampaio, seria possível falar mais sobre isso de lavagem cerebral? Sempre me pareceu um pouco como teoria da conspiração