A tela estava escura e uma música calma e bonita tocava baixo, quase inaudível. Uma luz branca surgiu no meio da gigantesca tela que mostrava a todas as 100 pessoas sentadas na sala um filme. Então passos revelaram um homem negro muito bem arrumado que se aproximou da luz enquanto a câmera se ajustava para que ele fosse visto por inteiro. Agora a luz parecia apenas um ponto de luz no meio do nada com o homem ao seu lado. ele começou a falar em uma língua estranha mas o ponto no ouvido de cada convidado traduzia o que ele falava
- "Me chamo Ramd Ondor. Sou o presidente da trigésima quinta frota Garpaniana, e é um prazer os receber em nossa nave." - Ele fez uma pausa e andou um pouco deixando o ponto luminoso a sua frente - "Sei que existem muitas perguntas a serem feitas e pretendo responder se não todas a maioria delas agora. Mas para isso será preciso esclarecer alguns pontos teóricos que sua civilização ainda tem dificuldades em compreender."
Esticando sua mão ele fez com que a luz estivesse na palma de sua mão - "Isto é o universo, comprimido, quente, e denso, ate que..." - Ele tocou com um dedo a luz e ela explodiu em milhares de pequenos pontos que se moviam em toda sua volta - "Ele resfriou e expandiu!"
Ele caminhava pelos pontos de luz que estavam ao seu redor observando alguns enquanto falava - "Sua civilização chama essa teoria de
Big bang, e devo dizer que vocês estão corretos quanto a isso. Durante uma eternidade o universo vem se espandido, galáxias, sistemas solares, planetas, todos se afastando do ponto central do
Big bang." - Então todas as luzes se movem novamente indo ate uma parte que brilha fracamente e é a única que não se move - "Mas é aqui, nesse ponto que começamos. No centro do universo, em Signus."
As luzes sumiram dando lugar apenas a pequena e fraca fonte de luz a frente do presidente Ramd, ela cresceu e assumiu a forma do que parecia ser uma galaxia
- "De fato é natural que com o tempo e as condições necessárias vida se forme em vários planetas, e hoje você puderam comprovar isso. Mas foi aqui, em Signus que a primeira forma de vida surgiu. Um planeta parecido com o seu, de onde a vida saiu tímida da água e foi em direção a terra e alcançou os céus. Anfíbios, repteis, mamíferos, e o homem. Outra teoria acertada de vocês, a
teoria da evolução como chamam. O único erro é que ela não ocorreu aqui, mas sim em Signus." - Ele mantinha sua atenção em um planeta especifico que ficou um pouco maior enquanto imagens da evolução de Signus passava ao fundo, imagens bem parecidas com as conhecidas pela maioria dos Terráqueos.
- "O
ser humano, a raça conhecida por vocês como o
homem, nasceu em Signus a muito e muito tempo atras. Foi lá que os Signaris se tornaram a primeira e maior civilização. Eles já cruzavam o espaço sideral quando essa galaxia ainda era quente demais para se tornar propicia a vida. E de fato eles ganharam as estrelas e tudo mais, eles desvendaram mistérios que ainda hoje assombram nossos cientistas, conseguiram feitos únicos que desafiavam a física e química. E então eles descobriram a maior de todas as descobertas, eles conseguiram criar e controlar a maior de todas as forças" - O planeta que rodava lentamente a sua frente encolhe então surge a pequena galáxia com sua tímida luz e cada vez mais rápido tudo vai recuando ate o ponto branco voltar a palma aberta do presidente - "A foça do
Big Bang!"
- "Um processo conhecido apenas pelos Signaris, que une toda a força primordial que gerou todo o universo em uma pedra, uma única e pequena pedra." - Algumas imagens coloridas passavam ao fundo, entre elas a de uma pequena pedra verde como a que a guia Liam disse que alimentava a nave. Então a luz começou a ficar opaca e apagar lentamente conforme camadas de um planeta surgiam a sua volta - "E para isso ocorrer um planeta precisa ser criado em torno de uma pedra Signus e ela deve permanecer ali, se alimentando durante eras ate que esteja pronta e então o planeta deve morrer!"
A imagem do planeta que se formou sumiu e apenas o presidente agora estava ali
- "A história dos Signaris é controversa e pouco se sabe sobre eles. Mas algo é certo, existiram sete familias Signaris, apenas elas sabiam o segredo das pedras Signus. Toda sua galaxia Signari foi consumida para que novas pedras Signus fossem criadas. Suporte de vida, poder de fogo, proteção, tudo pode ser conseguido extraindo a energia Signus. E os patronos de cada uma das famílias Signaris descobriram como fazer isso sem a ajuda de equipamentos, apenas usando sua energia se tornando as criaturas mais poderosas que alguem poderia encontrar." - Ele faz uma pausa - "Felizmente são poucos os Signaris existentes, algumas famílias foram destruídas em guerras internas, e apenas os mais importantes membros de cada uma delas pode ter suas próprias pedras Signus."
A terra volta a aparecer na tela ao fundo e as imagens parecem agora acompanhar o presidente em sua história
- "Quando um Signari decide fazer uma nova pedra Signus ele cria um novo planeta e em alguns casos toda uma galaxia é reformulada. Esse planeta deve permanecer em repouso por muito tempo, tempo que ele geralmente não gasta esperando o amadurecimento de sua pedra. Para isso ele povoa o planeta com os
príncipes, membros sem importância de sua própria família. Eles ficam encarregados de proteger a pedra de seu mestre, caso algum outro Signari, ou mesmo alguma civilização livre se aproxime eles podem se comunicar e chamar imediatamente o dono daquele planeta e assim a questão seria resolvida em um estalar de olhos." - A imagem de um homem com a face escondida pelas sombras e com uma roupa que parece e mistura de uma toga romana e uma capa aparece ao fundo, ele possuía algumas pedras de varias cores em sua roupa, luva, tiara. - "O poder de um Signari é tamanho que apenas outro Signari poderia ter alguma chance. Dessa forma é comum que um protocolo de aproximação seja seguido quando um planeta que abriga uma pedra Signus é encontrado"
A Terra novamente aparece ao fundo da tela
- "Algumas famílias de príncipes costumam criar sua própria historia, mitos, uma civilização inteira para que possam se entreter ao longo de sua estadia como guardiões. Isso as vezes pode dar muito errado e eles podem acabar morrendo por algum desastre levando o planeta a ficar a merce de outros Signaris, ou com o tempo criando uma nova civilização livre." - Imagens de um diluvio aparecem atras do presidente - "E esse é o caso da Terra. Talvez o Signari que criou esse planeta morreu, talvez ele tenha esquecido dela, nunca saberemos, mas o fato é que a pedra Signus que está no núcleo da Terra está a eras abastecida e pronta para o uso."
Um silencio perturbador se segue por alguns segundos
- "Os Garpanianos foram a muito tempo uma civilização governada pelos caprichos dos
príncipes, e deveríamos ter sido extintos a muito tempo. Mas hoje estamos aqui, o núcleo de nosso planeta ainda hoje abastece a primeira nave Garpaniana que zingra pelo universo buscando ajudar aqueles que ainda estão perdidos no universo, catalogando e sobrevivendo" - A imagem na gigantesca tela se aproxima bastante do presidente ates do final - "Agora estamos aqui para dividir com vocês nossos conhecimentos, e lhes oferecer uma escolha. Viver em seu planeta como uma civilização livre, ou tomar o espaço como parte de uma nova frota Garpaniana. Obrigado pela atenção ate aqui!"
As luzes voltam a iluminar a sala e alguns homens estão lá juntamente com a capitã Kalies, todos ao lado do presidente Ramd, agora ao vivo ele fala ainda em sua língua nativa e é traduzido - "Se tiverem ainda alguma duvida eu e meus subordinados poderemos esclarece-las uma a uma, não tenham pressa!"
Kalies sorri para Kamowa que retribui o sorriso, então um tiro e gritos. Kamowa percebe que Morita havia entrado em uma briga e alguns homens estavam armados, soldados Garpanianos saltam de varias portas e uma confusão terrível toma a enorme sala. Uma pistola cai perto de Kamowa que rapidamente a chuta para baixo da poltrona, então ele é puxado com muita força, um soldado Garpaniano o imobilizava enquanto o presidente era protegido por alguns outros soldados, Kalies se levanta e da alguma ordem para o soldado que o liberta e corre para tentar conter outra pessoa. Kalies sorri novamente para Kamowa mas então seus olhos se arregalam e ela pula na frente do presidente, um tiro acerta em cheio o peito da capitã e pega de raspão no braço do presidente, ele é arrastado para fora da sala enquanto Kamowa corre e pega o corpo de Kalies, mas ela já estava morta. Ele olha e vê Tisha Washington com a arma ainda fumegante em suas mãos, ela chorava e balbuciava algo em Africâner - "Não pode ser verdade, não pode ser verdade, o homem é a imagem e semelhança do único e verdadeiro deus, não pode, não pode, é tudo mentira!"
E assim, no chão frio de uma nave no espaço com o corpo morto da capitã Kalies nos braços Kamowa testemunhou o começou da guerra entre a Terra e os Garpanianos!
[Fim]