Autor Tópico: Religião - Tópico Permanente  (Lida 291094 vezes)

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Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #930 Online: Maio 01, 2013, 01:16:02 pm »
http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/135776-na-calada-da-noite-feliciano-coloca-na-pauta-039-cura-gay-039-criminalizacao-da-heterofobia-e-derrub.html

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Na noite desta terça-feira (30), véspera do feriado de 1º de maio, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal (CDHM), pastor deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), agiu, como já previsto, e incluiu na pauta na reunião do colegiado, marcada para a próxima quarta (8), três dos projetos mais controversos que tramitam na comissão. De acordo com reportagem do Correio Braziliense, uma das propostas permite que psicólogos tentem curar homossexuais. Outra penaliza a discriminação contra heterossexuais. A terceira, que torna crime a homofobia, tentará ser derrubada pelos integrantes do colegiado. A investida de Feliciano acontece após as manifestações contra ele perderem força no país e minguar de vez. Entre as propostas consideradas preconceituosas, responsáveis até pela disseminação do ódio contra segmentos da sociedade brasileira, o primeiro projeto suspende a validade de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) de 1999, que impede que psicólogos tratem homossexuais no intuito de curá-los de uma possível “desordem psíquica”. O texto controverso, de autoria do presidente da bancada evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), tramita desde 2011 na Casa. Chegou a passar pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), mas, antes de ter o parecer aprovado, foi para a CDHM, a pedido de parlamentares contrários. Com a nova composição do colegiado, porém, a matéria caiu nas mãos do pastor Anderson Ferreira (PR-PE), que emitiu parecer favorável.


EDIT

http://colunistas.ig.com.br/jean-wyllys/2013/05/01/e-que-narciso-acha-feio-o-que-nao-e-espelho/

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Depois de sair brevemente dos holofotes da imprensa por causa da PEC de Nazareno Fonteles (PT-PI), o presidente da Comissão de Direitos e Minorias da Câmara dos Deputados encontrou um meio de tentar atrair novamente, para si, a atenção da mídia: colocou na pauta da comissão os projetos de legalização de “cura da homossexualidade” e o da “criminalização da heterofobia” – ambos contrários à cidadania de lésbicas, gays, travestis e transsexuals. E está conseguindo. Não só parte da imprensa voltou a lhe dar atenção por conta disso, como também muitos ativistas voltaram a colocar o nome do presidente da CDHM em circulação na internet, atendendo a seus apelos narcisistas.
Alguns desses ativistas não apenas caíram na armadilha do pastor como, num arroubo de indignação histérica, também começaram a tratar a possível aprovação dos projetos na CDHM como algo que os converteriam em leis que passariam a vigorar no dia seguinte (ou seja, começaram a fazer tudo o que o pastor esperava para poder jogar para sua platéia homofóbica). Ora, não é assim que a banda toca.
Em primeiro lugar, se aprovados na CDHM (e serão porque os fundamentalistas religiosos, lá na comissão, são ampla maioria e têm quorum, mesmo com a saída dos cinco deputados verdadeiramente comprometidos com os Direitos Humanos e com as minorias), se aprovados aí, os projetos serão encaminhados para outras comissões onde eles jamais serão aprovados e jamais chegarão a plenário. Em segundo lugar, a CDHM  que aprovará esses dois projetos bizarros – um deles, um deboche descarado à democracia – tem legalidade, mas não tem legitimidade. O que isso quer dizer? Quer dizer que ela não é reconhecida nem respeitada por nenhum defensor dos Direitos Humanos ou organização dedicada a estes no Brasil; quer dizer que qualquer proposição legislativa que ela aprove não será levada a sério (nem mesmo boa parte dos deputados daquela casa).
Sendo assim, não há razão para histeria. E essa atitude do presidente da CDHM  - essa de pôr em pauta dois projetos bizarros por uma comissão desacredita e sem legitimidade – só deve ser ridicularizada. A nossa saída dessa comissão foi a decisão mais acertada (aliás, eu defendi essa posição desde o primeiro momento em que ela foi tomada por uma maioria fundamentalista religiosa numa manobra política!). Acertada porque retiramos, dela, a legitimidade, já que não endossaríamos suas decisões com nossa inevitável derrota precedida de debate em que serviríamos tão somente de trampolim para o discurso reacionário e homofóbico da maioria, mas também porque, com a nossa saída, pudemos criar e garantir outros espaços políticos e legislativos para tocarmos a pauta dos Direitos Humanos de minorias. A nossa decisão foi tão acertada que o deputado João Campos, num arroubo de desespero, protocolou pedido de anulação desses espaços ao presidente da Câmara dos Deputados e o deputado Roberto de Lucena foi à tribuna pedir a nossa volta.
Enquanto a CDHM fazia audiência a porta fechadas para uma claque evangélica, a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos recebia, a portas escancaradas e com a presença de movimentos sociais e outros defensores dos DHs, o relatório do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs e o do Projeto Monitorameto dos DHs no Brasil sobre violência na América Latina.
Estava clara a diferença ente nós e eles. Quem trabalha de verdade por direitos humanos não pode perder tempo com os caprichos de um narcisista irresponsável nem com o descaso de fundamentalistas com a dor de minorias estigmatizadas e sem direitos fundamentais garantidos. A nossa decisão foi acertada e agora os DHs de minorias contam com espaços legislativos e políticos para serem defendidos e promovidos.
« Última modificação: Maio 01, 2013, 09:10:52 pm por publicano »
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Offline Macnol

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #931 Online: Maio 09, 2013, 01:07:24 pm »
http://noticias.gospelprime.com.br/frei-paulo-oleo-milagroso/

Um caso raro da igreja não apoiando o criminoso. Pena que ele provavelmente não vai ter nenhuma punição pesada.

Assistam o vídeo, é tão constrangedor quanto hilário.

Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #932 Online: Maio 09, 2013, 02:09:33 pm »
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/vitimas-do-pastor-marcos-pereira-afirmam-que-estupros-eram-parte-da-salvacao

Divulgando link da VEJA, mas é a vida, veja(m):

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Os depoimentos das vítimas que acusam o pastor Marcos Pereira de estupro indicam que o líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) promovia orgias e abusos sexuais como se estivesse salvando as pessoas de espíritos do mal. As violações aconteciam na sede da igreja, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e em uma residência da ADUD, onde moravam cerca de 30 seguidoras da seita. Uma das vítimas, que contou ter sido violentada pelo pastor dos 14 aos 22 anos de idade, disse que ao se tornar seguidora do pastor Marcos Pereira e começar a usar o “roupão” típico dos fiéis foi muito criticada pela família. Ao ouvir o pastor afirmar que as críticas “eram influência do diabo”, a jovem deixou a casa dos pais e se mudou para a residência da assembleia.

De acordo com o depoimento, prestado no dia 15 de abril de 2013, antes dos estupros o pastor afirmou que estava “vendo um espírito lésbico” na jovem. Depois de algumas conversas, começaram os abusos. Segundo a vítima, Marcos passou “a trazer outros membros da ADUD para participar dos atos sexuais”. Em uma das vezes, um “garoto de programa” participou da orgia, contou ela. Segundo a vítima, o líder da Assembleia de Deus dos últimos Dias “tinha sempre predileção por sexo anal”.

Medo – Marcos Pereira acreditava na impunidade e beneficiava-se do mesmo mecanismo que permite a estupradores contumazes manter a rotina de abuso contra suas vítimas: o medo. A jovem conta em seu depoimento que resolveu denunciar o pastor depois que se casou. Ao saber do relacionamento da jovem com um rapaz, Marcos Pereira tentou separar o casal e chegou a afirmar que os filhos dos dois “nasceriam defeituosos”.

 Outra vítima relatou sequência de abusos cometidos pelo pastor entre 2009 e 2010. Em depoimento prestado no dia 17 de abril de 2013, ela diz que “era forçada a praticar sexo oral e tocar nas partes íntimas” do pastor. Em uma das vezes, conta ela, o líder da ADUD tentou fazer sexo anal, mas não conseguiu. Depois disso, “exigiu que fosse feito sexo oral. Não consegui reagir. Estava aterrorizada”, disse.

Marcos Pereira era figura conhecida no Rio por “salvar” pessoas condenadas pelo tribunal do tráfico e por regenerar criminosos. O medo que as vítimas tinham do pastor, segundo o delegado Márcio Mendonça, evitava que elas o denunciassem. Durante o depoimento, a jovem que foi violentada por oito anos disse que precisou de “muito tempo para ter coragem de denunciar o pastor”. “Temia que acontecesse algo ruim com a minha família. Todos os membros da Igreja têm pelo pastor Marcos um temor reverencial por ele ser o líder espiritual de todos”, afirmou.

Salvação – Outra mulher que denunciou o pastor em março de 2012 disse que Marcos Pereira afirmou que ela precisava de um “conserto espiritual”. No depoimento prestado à polícia, ela conta que o pastor a “encurralava, pegava sua mão e a passava no seu pênis”. Ela contou ainda que viu Marcos Pereira fazendo sexo com outras internas. Com o tempo, ela passou a permitir os abusos porque "entendeu" que tinha de deixar o pastor abusar dele para que “não pecasse com mulheres do mundo exterior”.

E mais no link original.
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Offline Assumar

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Deputados, teólogos e especialistas reafirmam a laicidade do Estado
« Resposta #933 Online: Maio 15, 2013, 12:03:19 am »
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14/05/2013 - 15h14
Deputados, teólogos e especialistas reafirmam a laicidade do Estado

Durante o 10º seminário LGBT, na Câmara, nesta terça-feira, a representante do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, Débora Diniz, fez a defesa da laicidade do Estado. “Estado laico não é católico, evangélico nem ateu. Não é indiferente às religiões, mas também não se rege pelas religiões. Suas ações não se confundem com nenhuma religião em particular. Deve manter-se neutro. É a laicidade que nos permite ser o que queremos ser."

Por sua vez, o representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Antônio Machado, disse que "somente o Estado laico pode garantir a paz. A tentativa de transformar o Brasil em Estado confessional fará mal a todos".

Já o representante da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Dias, disse que é possível discutir a teologia a partir da diversidade sexual, "porém, aqueles que se arvoram de ter a verdade não vão aos debates". Ele fez críticas ao Parlamento, que, na sua avaliação, estaria se influenciando pelos argumentos religiosos "metamorfoseados em discursos pseudocientíficos para justificar, por exemplo, a cura gay".

Presidente da Comissão de Legislação Participativa, o deputado Lincoln Portela (PR-MG), que é evangélico, ressaltou a importância do seminário para que o "Parlamento se paute pelas reais necessidades da sociedade".

Segundo parlamentar, "é preciso dialogar com todos, e esse seminário é uma forma de manifestar a coexistência pacífica entre os diversos setores da sociedade".

Também fizeram discursos em defesa do Estado laico os deputados Artur Bruno (PT-CE), Paulão (PT-AL), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Chico Alencar (Psol-RJ) e Érika Kokay (PT-DF).

Ciência e teologia
O teólogo e militante dos direitos humanos Henrique Vieira acha que é importante fazer o debate no campo científico, teológico, para quebrar a "falácia" de que o fundamentalismo representa todos os estudiosos da religião.

"O fundamentalismo é uma teologia que se auto teoriza e só tem pronunciamento; só ensina, não aprende; só fala, não ouve. Em nome do conceito vida, gera morte; em nome do conceito paz, gera violência”, criticou Henrique Vieira. “Nesta perspectiva, a fé está pronta e deve ser imposta aos outros, sem diálogo concreto com a própria vida". Segundo ele, tal comportamento revela-se "coparticipante" da violência da qual vários LGBTs são vítimas atualmente.

Poder dos evangélicos
Representante do Instituto de Estudos da Religião, Paulo Victor Lopes diz que há um projeto claro de expansão do poder por parte dos evangélicos, que ganham espaços cada vez maiores no Executivo e Legislativo. "Há um cenário de conservadorismo e de valores retrógrados".

Em sua opinião, a Frente Parlamentar Evangélica seria o símbolo do proselitismo religioso, pois está presente em quase todas as comissões temáticas da Câmara, tem a liderança de partidos importantes e atua legitimamente, mas de forma tão incisiva que acaba provocando uma espécie de "desumanização de determinados segmentos sociais, dificultando a conquista de direitos das minorias”. Para ele, os evangélicos, “não são os agentes de violência direta, mas são os amoladores de faca". Daí a necessidade de reafirmação da laicidade.

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LGBTs defendem Estado laico, cobram respeito e repudiam retrocesso
Em seminário promovido por três comissões da Câmara, LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) defenderam o Estado laico, cobraram respeito aos direitos humanos e repudiaram propostas chamadas de "retrógradas".

Com o slogan "Liberdades, abram as asas sobre nós", as comissões de Cultura; de Educação; e de Legislação Participativa, em parceria com a Frente Mista pela Cidadania LGBT e a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos promoveram, nesta terça-feira, um amplo debate em torno de religião e diversidade sexual.

Em sua 10ª edição, o seminário lotou um dos plenários da Câmara. Além de parlamentares de variadas crenças, o evento contou com a presença de teólogos e representantes de movimentos sociais, do governo e das entidades da sociedade civil. Eles identificam um cenário de "fundamentalismo e intolerância religiosa", que impediria a cidadania plena e estaria na base da violência crescente contra os homossexuais.

Denúncias de violências
Coordenador de promoção dos direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gustavo Bernardes admite que o fato preocupa o governo, que tem investido em ações coordenadas para enfrentá-lo.

"Quando esse fundamentalismo religioso se transforma em violência, homofobia, lesbofobia ou transfobia, isso preocupa o Estado brasileiro”, ressaltou Gustavo Bernardes.

“Nós temos o nosso Disque Direitos Humanos, o Disque 100, que recebe denúncias. E temos apurado [as denúncias] e feito campanhas para conscientizar as pessoas de que elas devem denunciar essas violências", acrescentou o representante do governo. "E também estamos construindo agora um sistema nacional LGBT, que vai articular as coordenações e os conselhos estaduais para fazer uma frente nacional de enfrentamento à violência contra a população LGBT."

Sem dogmas religiosos
Houve defesa unânime de um Estado laico, que não se paute por dogmas religiosos. O teólogo Roberto Daniel, mais conhecido como padre Beto e que acaba de ser excomungado pela diocese católica paulista, disse que a defesa da laicidade deveria partir das próprias religiões.

No entanto, o ex-padre não tem muita esperança de avanços por parte das cúpulas religiosas. "Eu aprendi cidadania na paróquia: cidadania que lutava para o bem comum de todos”, destacou Roberto Daniel. “Infelizmente, temos hoje uma igreja de homens extremamente dogmáticos, que prefere expulsar alguém a dialogar com esse alguém, tentando amadurecer a ideia de como aceitar a diversidade sexual, por exemplo. Infelizmente, a Igreja está retrocedendo, sim. Nós estamos criando – e isso é muito perigoso – gerações jovens com cabeças extremamente inflexíveis, dogmatizadas. É seguir uma fé cega."

Propostas “retrógradas”
A Frente Parlamentar Evangélica também foi alvo de críticas devido à atuação incisiva em propostas consideradas "retrógradas" pelos homossexuais. Foram distribuídos panfletos contrários, por exemplo, ao projeto (PDC 234/11) da chamada "cura gay".

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) disse que o seminário LGBT é uma "resposta à intolerância" e visa "qualificar a atuação" dos parlamentares no debate de temas de interesse dos homossexuais.

"A cada seminário, a gente espera que a atuação dos deputados que se envolvem nele seja qualificada; e que possam sair, daí, proposições legislativas favoráveis à população LGBT”, afirmou o parlamentar. “A gente não vai avançar na garantia do casamento civil dos homossexuais nem na criminalização da homofobia se a gente não enfrentar a raiz disso, que é o fundamentalismo religioso ou certa interpretação dos dogmas de uma religião."

A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Cris Stephani, se disse "envergonhada" quando políticos usam o nome de Deus no Parlamento e confundem "a liberdade de expressão com a liberdade de opressão".

Fonte: Agência Câmara de Notícias
"Sonhos são o que temos." Jojen Reed

Offline Agnelo

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #934 Online: Maio 15, 2013, 03:15:47 pm »
Citação de: Alex Castro
sou ateu porque preciso

18 January, 2012

Confesso: eu acredito viver no melhor universo possível.

Não suportaria existir em um universo regido por uma força divina misteriosa e caprichosa.

Não suportaria saber que minha alma viverá eternamente, em eterno prazer ou sofrimento, baseado no que fiz ou deixei de fazer nesses poucos anos terrenos, e com base em critérios inescrutáveis.

Não suportaria saber que vou seguir nascendo e renascendo, quase que infinitamente, mas sem lembrar de nada!

Se existe deus, então a vida não tem nenhum sentido. Quem tem sentido é deus e o nosso sentido provém dele. Não somos mais do que suas cobaias, manipulados daqui pra lá, correndo como hamsters naquelas rodinhas, ignorantes de seus verdadeiros propósitos. Ao seu bel-prazer, somos mortos, escravizados, santificados, até mesmo afogados em massa, quando falha o experimento.

Se existe deus, então todos os esforços da humanidade para se entender e se auto-gerir, toda a ciência e toda a filosofia, de nada valem. Se existe deus, então não existe ética ou moralidade: somente adequção ou não às regras impostas pela divindade.

Se existe deus e temos o livre-arbítrio, então o arbítrio de livre não tem nada, é uma dádiva da qual só desfrutamos porque nos foi concedida e pode ser tirada tão facilmente quanto.

Já disseram que, se deus não existe, então tudo é permitido. Mas se deus existe, por outro lado, então não vale a pena fazer nada, pois nada faz sentido.

Um leitor questiona:

“Para mim, a grande questão não é se deus existe ou não, mas se nós vamos de alguma maneira continuar existindo depois da morte. Eu acredito que vamos continuar, de alguma maneira. Tenho que acreditar. Porque se não vamos, o que é essa vida senão um sonho? Aí é que ela vida não tem mesmo sentido, propósito nenhum. Se não há sentido para quê continuar? Por que não dar um tiro na cabeça daqui a cinco minutos(quando terminar o café)?”

Eu não dou um tiro na cabeça agora porque (além de não ter uma arma) quero saber o fim da novela, porque ainda há uns dois mil livros que eu quero ler e umas cem mulheres que quero comer, porque eu quero assistir os próximos filmes do Almodóvar pra saber o que esse louco vai aprontar, porque ainda falta eu escrever no mínimo uma dúzia de livros que tenho dentro de mim, e etc etc. Será que tudo isso não é motivo suficiente pra não se enfiar uma bala na cabeça?

Talvez deus realmente exista. Sinto calafrios com essa possibilidade mas, sim, talvez sejamos todos somente marionetes em seu projeto cósmico.

Mas, se não podemos ter liberdade, melhor a ilusão da liberdade do que nada.

Sou ateu não por ter concluído, após cuidadosa análise das evidências empíricas, que não existe base factual para sustentar a existência de deus.

Sou ateu porque eu só poderia existir e funcionar como ser humano em um universo sem deus.

Sou ateu porque preciso.

LINK

Depois de tirar a poeira da citação eu comento:

Tem algo no Alex Castro que me irrita muito, não vale a pena entrar nisso agora, mas esse texto em si chega bem próximo do que eu tenho levado pra minha vida.

Acho que seria meio triste se deus existisse.
Eu amo você. Tenho orgulho de você. Você trouxe à sua mãe e a mim mais alegria do que eu achei que houvesse. Seja bom pra ela e cuide bem dela.

Seja um dos mocinhos. Você tem que ser como John Wayne: Não aguente merda de nenhum idiota e julgue as pessoas pelo que elas são, não pela aparência.

E faça a coisa certa. Você tem que ser um dos mocinhos: Porque já existem Bandidos demais.

Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #935 Online: Maio 15, 2013, 03:43:27 pm »
Acho ótima a confissão dele, afinal como todos, a postura religiosa dele não é escolhida por uma suposta lógica e sim por fatores emocionais.
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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #936 Online: Maio 15, 2013, 03:53:09 pm »
Seria ótimo se isso fosse uma crítica ao modo de pensar teísta ("eu acredito em deus porque sem ele e sem religião a vida não faria sentido").

Mas pelo visto o cara tá falando sério, o que me deixa exalando um longo suspiro...

Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #937 Online: Maio 15, 2013, 03:59:15 pm »
O que impede ele criticar esse modo de pensar e ao mesmo tempo estar falando sério?
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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #938 Online: Maio 15, 2013, 04:56:16 pm »
O que impede ele criticar esse modo de pensar e ao mesmo tempo estar falando sério?


Bom, ele pensa justamente desse modo. Se fosse uma crítica ao modo de pensar que ele mesmo utiliza, o tom seria, no mínimo, confessional.

Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #939 Online: Maio 15, 2013, 05:14:56 pm »
Mas e o que há para se criticar nesta forma de pensamento? Pra mim parece um ótimo motivo para alguém ser ateu.

Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #940 Online: Maio 15, 2013, 05:35:13 pm »
Você é ateu, Spark? Se sim, conseguiria definir a razão?
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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #941 Online: Maio 15, 2013, 05:48:05 pm »
Você é ateu, Spark? Se sim, conseguiria definir a razão?

Agnóstico ateísta, simplesmente pelo fato de não ter fé em Deus, de achar que tudo o que acontece "entre o céu e a Terra" está longe de ser provado e não passa de uma enorme área cinza onde cada um busca seu próprio conforto através de seu conto de fadas favorito.

A minha crítica sobre o texto é justamente que ele ataca a ideia de haver um Deus da mesma forma... ignorante, por assim dizer, que um religioso exaltado ataca a crença de um mundo sem Deus ("eu não viveria em um mundo sem Deus, onde o caos imperaria etc etc etc").

Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #942 Online: Maio 15, 2013, 05:55:20 pm »
Só que o ponto de vista dele não tá muito distante do seu, ele não consegue ver sentido nas crenças religiosas. Acho que ele foi honesto, apesar de uma ou outra ressalva que eu tenho quanto a esse autor.

Acho que é mais saudável assumir que é tudo uma sintonia emocional com essa ou aquela postura religiosa e a partir desse mesmo argumento pode-se ser uma pessoa mais tolerante.
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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #943 Online: Maio 15, 2013, 05:57:22 pm »
Só que o ponto de vista dele não tá muito distante do seu, ele não consegue ver sentido nas crenças religiosas. Acho que ele foi honesto, apesar de uma ou outra ressalva que eu tenho quanto a esse autor.

Acho que é mais saudável assumir que é tudo uma sintonia emocional com essa ou aquela postura religiosa e a partir desse mesmo argumento pode-se ser uma pessoa mais tolerante.

Pelo contrário, publicano. Eu sou adepto da teoria de que, se ajuda essas pessoas a levar uma vida mais "moral", regrada e benevolente, fiquem à vontade para ter a religião que quiser.

Offline Malena Mordekai

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Re:Religião - Tópico Permanente
« Resposta #944 Online: Maio 15, 2013, 06:08:02 pm »
Mas então se a religião fugir do que você acha que é moral, regrado e benevolente, não pode?
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