Quantidade de Partidos é um entre vários elementos que compõe o sistema eleitoral. Juntar lista aberta, eleições proporcionais, multi-partidarismo, executivo forte e federalismo, só o Brasil. Em geral, os cientistas políticos indicam que não tem muito como isso dar certo.
Desses pontos todos, acho que o multipartidarismo é o menor dos problemas. Mais partidos significam mais opções, ou melhor, mais alternativas. Nem todos os partidos são ideológicos, de fato a maioria está só seguindo a onda, mas há sim critérios que distinguem os partidos, se não os políticos todos iam migrar apenas para os grandes partidos. Nem que sejam diferenças imperceptíveis para o eleitor, como por exemplo a estrutura do partidos, mais ou menos democrática, ou a força em determinada região. Um exemplo é o PCdoB. Ele não tem expressão praticamente nenhuma, e dificilmente ele serve como parâmetro para um "partido de esquerda". Ele até tem uma ou outra personalidade nacional, mas nunca muito expressiva. Recentemente, ele tem adotado muito o discurso de incentivar o esporte, pelo ministério que possui, teoricamente uma área importante já que vai ter copa/olimpíadas, mas acho que ele não está se dando tão bem não, pelo menos eleitoralmente. Mas o grande diferencial do PCdoB é que sua força vem da UNE, do movimento estudantil. É um partido que existe por sua estrutura (na minha opinião).
Quase todos os partidos tem alguma especificidade que o faz existir. É verdade que muitas delas é culpa das nossas próprias instituições também. Tem partidos que, literalmente, só existem para vender tempo de TV. Mas não vai ser votada a cláusula de barreiras no Brasil, então vamos infelizmente continuar vivendo com isso...
Outros partidos surgiram no tempo de redemocratização, teoricamente representando alguma ideologia, mas aos poucos servindo de institucionalização do poder de certas lideranças. Melhor não falar nomes, mas tem vários... Se todos fossem obrigados a estar no mesmo partido, as eleições seriam decididas já nas convenções partidárias. Ou estaríamos como os EUA, onde temos 2 opções praticamente idênticas, ou estaríamos como o Japão, onde geralmente sempre é o mesmo que ganha. Com sorte, a gente estaria como a Inglaterra, onde, mudando a economia, troca um partido pelo outro.