Poxa, vocês não me decepcionam mesmo. Várias questões desafiadoras, e se eu tenho mesmo algum sistema lógico preciso ser capaz de resolvê-las (não para vocês, mas para mim mesmo). Valeu!
Vamos lá:
Arcade reclamando que detesta política e olha ele menosprezando as ciências humanas em favor das naturais...
Mesmo quando as humanas provam suas questões - algumas delas com auxílio das naturais e outras sem precisar disso, afinal preconceito não começa na ciência, mas no pensamento...
No mais é como disseram: se não quer saber de política, não reclame por quem é governado. Afinal, você é um só, mas você deve ter poder de influenciar as pessoas à sua volta, ainda mais com sua capacidade argumentativa impar...
Ser quer ser niilista de verdade, faça uma visita ao banheiro e corte os pulsos... afinal se o mundo não vale a pena, pra que viver, não é mesmo?
Eu pessoalmente preferiria que considerasse outras opções, por exemplo buscar novos arquétipos para desenvolvimento pessoal, já que o atual niilista cria um efeito 'burn out' em você similar a um personagem de contos que criei no passado após passar por uma crise depressiva (mas melhorei e olhe que diferença).
Sim, eu desprezo veementemente as ciências humanas em favor das naturais. Na verdade, do meu ponto de vista, nem deveriam ser chamadas de ciências. Obrigado por entender.
Quanto a cortar os pulsos... Não é assim que funciona. E você mesmo reconhece isso na sua última frase.
Eu me identifiquei com o termo porque refletia exatamente o que eu pensava: não existe qualquer validação universal para as coisas humanas. Dito isso, você tem razão: pelo niilismo, a vida em si mesma não tem nenhum valor.
Eu aceito isso. Eu e você estamos no mundo pelo mesmo motivo que as pedras estão: nenhum.
A maior parte das pessoas vai entender só até aqui e julgar apressadamente que é apenas pessimismo, depressão, o que for.
Mas não é: uma vez que eu ACEITO que nada tem sentido, nada me impede de inventar um. Não se trata de pessimismo, trata-se apenas de honestidade intelectual. Já encontrei essa proposta contida no entendimento filosófico do niilismo, e estou muito orgulhoso de ter chegado a ela pelo meu próprio raciocínio. Eu assumo que INVENTO sentido para as coisas, e que nada pode validar a autenticidade dos meus valores. Eles são MEUS, e são válidos PORQUE EU QUERO. Egoísta, e completamente honesto.
Tome como exemplo essa piada que foi o julgamento do STF sobre as cotas raciais (ou o outro sobre o "casamento gay"): seria muito honesto um senhor Ministro que dissesse "eu voto sim porque eu quero / eu posso / eu gosto / eu levo vantagem / eu evito de me incomodar / f@da-se", em vez de encher nossa paciência com um blablablá retórico imbecil que, no fundo, não encontra respaldo nenhum em coisa nenhuma. E depois ainda vira tese, discutida pelos pseudo-cientistas do Direito nos corredores das faculdades pelo Brasil-IL-IL afora!
Se os senhores ministros fizessem isso, em vez de tentar infantilmente travestir seus sentimentos pessoais egoístas de tese científica, eu RESPEITARIA PRA C@RALHO esses caras. Muito mesmo.
Arcade reclamando que detesta política e olha ele menosprezando as ciências humanas em favor das naturais...
Mesmo quando as humanas provam suas questões - algumas delas com auxílio das naturais e outras sem precisar disso, afinal preconceito não começa na ciência, mas no pensamento...
Se a memória não me falha, Nihil Arcade É formado numa área de humanas.
Não seria de admirar caso seja verdade. Eu traduzi um livro inteiro que batia incessantemente na tecla de como gente da área de humanas gosta de abordar sua área com valoração e metodologias de exatas, especialmente a física, mesmo que isso seja um absurdo.
BINGO, Phil! Sou formado em Literatura. Entrei lá porque amava poesia e queria ser romancista, e foi lá na faculdade que eu comecei a perceber que nenhuma daquelas teses literárias podiam ser validadas empiricamente. No fundo não passavam de falácia de apelo a autoridade, puro e simples. Não existe QUALQUER critério objetivo que possa ser usado para definir o valor concreto de um livro ou de um autor. Pelo menos, nenhum me foi apresentado (já que eles desprezam fatos matematicamente quantificáveis como números de vendas, arrecadação, etc.).
Depois fiz dois semestres de Direito e... mesma coisa. O ridículo mesmo foi quando duas professoras tentaram validar o Direito como "coisa divina de Deus" (uma delas tinha mestrado em DIREITO CANÔNICO), apelando para o sentimentalismo religioso dos alunos, já que o Direito por si só falha miseravelmente em conseguir validar-se com alguma lócia. E quando eu discuti inutilmente com um professor sobre onde estavam validados os Direito Humanos, até que ele apelou para o
ad hominem puro e simples, e eu entendi que estava perdendo meu tempo e paciência. Se eu fosse um TREMENDO HIPÓCRITA como são os melhores juristas, eu poderia estar formado em Direito e ter mais grana, mas comprovadamente eu não consigo. Então não fazia sentido algum continuar "estudando" aquilo.
E aí o publicano foi NA MOSCA do motivo da minha "decepção": no fim das contas, as ciências (sic) humanas vivem de TENTAR validar "sua área com valoração e metodologias de exatas mesmo que isso seja UM ABSURDO". E produzem teses para justificar o comportamento humano que são pouco mais profundas do que uma tábua de pizza.
Ainda por cima, cospe no prato que come?
Eu não como no prato das humanas. Eu tenho apenas um diploma de nível superior, um de extensão e uma quase-pós, jogados em algum canto da casa...
Cara, essa é a crítica mais rasteira que pode ser dada a um Niilista, do nível de dizer que "Católicos são canibais porque bebem o "sangue de Cristo". Um niilista geralmente não acredita que exista um sentido universal ou princípios morais e éticos universais, mas isso não implica que o próprio não possa encontrar algumas respostas que dão sentido e ética á vida dele.
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Gostei muito do exercício.