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Lanzi:
KYU

Li esse livro ano passado, pro curso de História Contemporânea. É de fato muito bom. E como você disse, o cara escreve bem; coisa que a maioria dos historiadores não sabe fazer.


Madrüga

Na minha época de peregrinação pela ficção científica, esse livro do Ignácio de Loyola Brandão me foi muito recomendado como um dos expoentes do gênero no Brasil. O que você tá achando? Gostaria que me falasse mais sobre ele, inclusive sobre a trama.


Assumar

Parece-me que se trata de mais um desses produtos da nova história, preocupada em encontrar permanências e especificidades que desconstruam uma imagem já bem estabelecida de unidade histórica. Eu gosto da Nova História, especialmente nas novas propostas metodológicas, mas me incomodo profundamente quando o objetivo de um trabalho se define exclusivamente em mostrar como "as coisas não eram exatamente assim"...


Ademais, estou lendo O Mundo Como Ideia, do Bruno Tolentino. Uma das coisas mais belas que já li na minha vida. É um livro de poesia/filosofia. Digo isso porque só o prólogo são 80 páginas do cara explicando filosoficamente o seu projeto poético. É uma pena que um poeta com uma obra poética tão extensa (esse livro começou a ser escrito em 1959 pra ser terminado em 1999) seja tão pouco reconhecido. A verdade é que o Tolentino chamava mais atenção enquanto polemista (a discussão com os irmãos Campos, pais do concretismo, é o principal exemplo) do que enquanto poeta.

A ideia do livro é que, basicamente, qualquer conceito ou ideia que levamos ao mundo serve para reduzí-lo, congelá-lo, e que entre a sombra produzida pelo problema do conceito e entre o sol que brilha sobre a coisa em si, existe uma área de penumbra, uma margem onde a Arte, enquanto contemplação, e a poesia, encontram espaço para existir.

- Como foi que as estátuas do poço da Medusa
chegaram lá? - Ainda eram vivas ao descer.
- E por que desceriam? - Porque existe no ser
uma obscura gravidade, a luz difusa

de um sol doente que cobiça o entardecer.
- Mas num mundo de pedra?! - O mundo é uma confusa
noção tumultuosa, e há na forma um prazer,
criatura do orgulho, que é quase uma recusa

e vai levando a própria luz a arrefecer.
- Voltariam de lá? - Quem? - Todos, cada estátua
com seu sol de mentira... - Não sei, porque morrer

é a grande embriaguez da alma, e ela anda à cata
de se evadir, de ser o que deixa de ser.
Há uma estranha euforia na morte que não mata.

Vincer:
Finalmente lendo Baudolino, do Umberto Eco. Estou achando fascinante mas não consigo largar a impressão de que muito se perdeu na tradução...

Já ouvira falar do Tolentino mas confesso que nunca tinha lido nada dele. Esse resumo e principalmente o poema chamaram minha atenção, parece uma boa leitura. Uma pena que eu esteja tão duro e livros por aqui sejam tão caros, hoje em dia quase não leio mais. Tenho que arrumar logo um emprego...

Madrüga:

--- Citação de: Vincer em Janeiro 15, 2012, 01:25:39 pm ---Finalmente lendo Baudolino, do Umberto Eco. Estou achando fascinante mas não consigo largar a impressão de que muito se perdeu na tradução...
--- Fim de citação ---

Besteira. O italiano não tem tantas diferenças assim para o português, até em questão de ritmo (é uma língua latina, afinal), e o primeiro capítulo tem uma porção de referências ao latim (que são as mesmas nas duas línguas). O tradutor teve ainda o privilégio de contar com o autor vivo e colaborando com a tradução:


--- Citação de: Marco Lucchesi ---Quando me encontrei com Eco, em Bolonha, janeiro de 2001 (com o qual mantive uma correspondência bissexta, mas cordialíssima, desde 1994), uma de suas perguntas foi: “como você fez com o primeiro capítulo de Baudolino?”... Ao que lhe respondi: “quem veio de uma escola como A ilha do dia anterior, resolver aquele primeiro capítulo seria uma coisa árdua, mas não impossível”... Traduzi a Ilha, a partir de suas questões estruturais, seguindo uma tessitura musical, como diria mais tarde Luciano Berio. Em termos de erudição, foi uma de minhas tarefas mais espinhosas... O que me custou muitas horas no computador e insônias acumuladas. Um terror. Com Baudolino, ao contrário, foi a leveza quem mais colaborou. Difícil também. Estamos ainda com Eco. Mas um sorriso especial atravessa o romance. Eco esqueceu de ser Eco. E o tradutor de que era tradutor. Acho que se trata de dois encontros irredutíveis. Fiz umas doze versões do primeiro capítulo. E o livro foi traduzido em Itacoatiara, Niterói. Dois meses na Itália. E uma semana no Irã... Uma Odisséia. Da leveza... De uma quase alegria...
--- Fim de citação ---

Roderick Usher:
Falando em Umberto Eco, eu finalmente tomei vergonha na cara e terminei O Nome da Rosa. A conclusão é de que não li nada, minha atenção não estava no livro, preciso dar um tempo e reler :tsc: A Ilha do Dia Anterior tá me olhando lá da estante.

Também comecei a ler Agamêmnon, a primeira tragédia da Orestéia, de Ésquilo. Ganhei uma edição bilíngue da trilogia, com estudo e tradução de Jaa Torrano. Nem sei quanto custa, mas vale muito a pena.

Pra leituras rápidas eu tenho apelado aos contos de Nathaniel Hawthorne. Cheguei a ele através do meu interesse pelo Poe, e recomendo pra quem gosta daquele clima de puritanismo da Nova Inglaterra permeado pelo sobrenatural. O avô do cara foi caçador de bruxas em Salém.

Metal Sonic:
Visual Novel conta como livro? xD

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