Autor Tópico: O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?  (Lida 16048 vezes)

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Offline Sampaio

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #30 Online: Março 20, 2013, 04:53:58 am »
Vincer:
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Não querendo entrar fundo no assunto mas ao meu ver grande parte do problema está na confusão entre homossexualidade(definição) e causa(s, plural no caso). Tratar esse fenômeno como uma coisa só é onde me parece haver o maior erro. É quase inevitável pela falta de termos específicos, mas predisposição genética ou não, panorama social, comportamento e tudo o mais se misturam e confundem.

Concordo que seja multideterminado, e ressalto isso no texto, mas não entendi como o fato de ser um fenômeno complexo faz com que seja um erro englobá-lo sob um nome. Tal qual "homossexualidade", "sexualidade" também é um termo, ainda mais amplo, e que nem por isso não podemos tentar tecer considerações gerais a respeito. O mesmo se aplica a "bactérias", "isótopos", "franceses", etc.

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o esclarecimento que ele traria não alcança aqueles que mais precisariam dele.

Não sei não. Conheço muitas pessoas que repensaram seus pontos de vista a partir do meu texto, do vídeo do Eli, de algumas coisas que tenta-se espalhar justamente na perspectiva de alcançar este público.

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De qualquer modo dá para afirmar que a 'essência' do indivíduo manipulado se mantém em algum lugar puramente pelo modo como a mente funciona: os métodos existentes criam novas associações e condições mas a mente não é 'apagada' e associações prévias ou lembranças delas ainda estão lá, mesmo que as novas que exerçam influência prática.

O que você entende por "mente"? Este não é mais um conceito muito bem visto na Psicologia, por gerar muita confusão. A ideia de "mente" geralmente está associada a algo imaterial, quase transcendental, que "habita" o corpo da pessoa, mas não é o mesmo que seu corpo. Essa visão não faz sentido, por diversos motivos. O constructo “mente” traz mais questões insolúveis enquanto não acrescenta nada à explicação do fenômeno que se propõe a explicar.
Dentre estas questões está, entre outras, como pode algo não-físico interagir com algo
físico.

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instintos e genes têm sua parte nos gêneros mas o como cada gênero funciona e é percebido é totalmente dependente da cultura.

Sim. Mas nem isso, nem nada do que disse, sustenta a afirmação de que a reorientação sexual não é possível.


kinn:
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Isso está num livro que detalha o caso e como a teoria da tabula rasa não funcionava. Não lembro de mais detalhes nem como prossegue o caso porque não li este livro todo (e é mais um dos que nem sequer lembro o título).

Acredito que você se refira ao livro "Tábula Rasa", do Steven Pinker.
Pinker se tornou uma referência de psicólogo para leigos, por ter sido muito divulgado pelo Richard Dawkins, seu amigo. Ele tem coisas não muito ruins, mas no geral fala uma quantidade de coisas erradas abissais para alguém que se diz cientista ou acadêmico, como aponto aqui:

http://pedro-sampaio.blogspot.com.br/2012/04/da-serie-charlatoes-intelectuais-parte.html

Sobre o caso que cita, desconheço fontes confiáveis sobre ele ter existido.

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Esse caso é bastante para mostrar que certos tipos de princípios começam bem cedo na criança e ninguém pode tentar mudar.

Como digo no texto, dizer que um comportamento tem um elemento filogenético é redundante, não avança em nada na compreensão do comportamento, já que, se o organismo se comporta de determinada maneira é porque é biologicamente apto àquilo: um ser humano pode dedilhar cordas, mas não pode bater asas e voar, da mesma forma que um pato pode voar, mas não pode dedilhar cordas.

Agora, da mesma forma que é possível um organismo aprender a ter aversão à água (onde certamente existem contribuições genéticas para que ela não seja aversiva) e a gostar de limão (que certamente tem contribuições genéticas para que seja aversivo), não é ousado pensarmos que pode-se adquirir repulsa ao sexo ou a um gênero e, ainda mais especificamente, a um gênero no qual "naturalmente" você tenderia a sentir atração. Da mesma forma, podemos pensar que mesmo sem uma sensibilidade inata ao contato sexual com membros do mesmo gênero, isso pode-se tornar prazeroso.

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Por isso a reorientação para mim parece uma espécie de lavagem cerebral. Pois ela tenta arrancar o core do self de onde está para onde o reorientador deseja.

Você apenas substitui "essência" por "core do self". Aponto essas coisas porque se não ficamos andando em círculos, reciclando conceitos já questionados.
Como disse, acho que entendo o que defende, mas basta dizer que acredita que seja desagradável para alguém adquirir aversão a algo que teria tendências naturais a gostar.

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Muito complicado de investigar e discernir se dizem da boca pra fora, se estão condicionados a responder que estão curados ou se falam a verdade. Simplesmente não temos instrumentos para obter a verdade então temos que nos conformar com os relatos.

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Voltando à tabula rasa, diversos outros experimentos foram feitos com bebê e detectaram que o bebê passa longe de ser uma tabula rasa.

Isso aí.



Barão:
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Como conciliar bissexualismo a monogamia? Não acredito que o posicionamento à escolha entre um sexo ou outro significa negar o self "core". Os homens, em geral, tem uma negação a monogamia, e este continua sendo o modelo de família, até mesmo para casais homossexuais.

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Bom, é uma generalização bem grande acreditar que é inconciliável. O Cara pode ter atração por outras pessoas durante o casamento, daí até ele trair a mulher é outra história...

Assassinato e Estupro também são "naturais", ah medida que pessoas o cometem a pesar da sociedade e está relacionada a nossa "natureza", em muitos casos; assim como a noção de propriedade não é natural, e nem por isso saímos roubando por aí. Mas não significa que é irreconciliável. Podemos não ser uma tabula rasa, mas também não estamos escritos em pedra. Foi um dos pontos que o Sampaio salientou, muito do que fazemos como humanos é tentar superar nossa natureza estritamente animal, uma vez que a sociedade como um todo é formada por artificialidades.

Ótimos apontamentos.

Vale ressaltar que mesmo nossa "natureza" não é imune de contradições. Essa visão perfeitamente harmoniosa da natureza é ilusória (e religiosa). A seleção natural é cega e pode selecionar coisas bastante contraditórias. Os exemplos abundam, mas a questão da fidelidade pode ser um deles, já que tanto a promiscuidade tem sua função (colocar minha sementinha em várias ou receber várias sementinhas, aumentando a chance de passar meus genes pra frente) quanto a monogamia (parceiros estáveis auxiliam no cuidado da cria, podem salvar sua vida em caso de perigos e adoecimentos, aumenta a chance de você não estar criando o filho de outro - logo, assegurando a sobrevivência de seus genes -, etc.).



Vincer:
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Se sucedemos em superar essa natureza animal que é o grande catch ao meu ver e onde podemos debater até o fim de nossas vidas sem chegar a uma resposta unânime. Até onde superamos realmente? Conseguimos ignorá-la, reprogramá-la, apenas contê-la? Quando 'conseguimos' conseguimos de fato ou apenas nos iludimos disso?

O problema é que você está entendendo por "natural" apenas aquilo com que nascemos. Mas, como disse o Eli Vieira em seu vídeo, isso é muito, muito pouco.  É mais fácil evitar esse conceito. Simplifique imensamente suas ideias ao adotar apenas um raciocínio selecionista.

O selecionismo nada mais é do que a aplicação do princípio da seleção natural (que é uma análise a nível filogenético, dizendo respeito à seleção de mutações gênicas de acordo com as
conseqüências que ela produz) a outros níveis de análise, como à ontogenia (seleção de comportamentos devido às suas conseqüências) e à cultura (seleção de práticas culturais de acordo com as conseqüências que produzem).

Pensando assim, existe uma base filogenética, mas quase nada do que fazemos (provavelmente apenas os nossos reflexos) é filogenético. Nem por isso o resultado é uma profunda contradição interna. Como exemplifiquei acima, duvido que achará um recém-nascido que goste de limão. Vai cuspir, fazer cara ruim e evitar a todo custo. No entanto, se você passa , com o tempo, a colocar um pouquinho de limão nas coisas, depois dar suco de limão com bastante açúcar, depois aos poucos ir diminuindo a quantidade de açúcar, et cetera, até chegar no limão puro em si, vai ocorrer algo que se chama dessensibilização em relação ao azedo do limão e emparelhamento do seu sabor com coisas prazerosas, como o açúcar outrora presente ou a atenção da mãe que incentivava e dos amigos impressionados. Voilá, temos alguém que, contrariando sua natureza, gosta de chupar limão.

Sobre o sentimento de "conter" um impulso natural, temos de fazer isso diariamente para viver em sociedade: do nosso impulso de montar na mulher gostosa que passa na rua a não matar alguém que te deixou furioso. Temos de renunciar a muitos "impulsos" para viver em sociedade e, consequentemente, sobrevivermos enquanto indivíduos e espécie.

Como deixei claro em meu texto, acredito sim que no caso da homossexualidade isso tenha implicações bem mais severas do que neste e em outros exemplos, mas o ponto de "contrariar sua natureza" por si só simplesmente não é muito bom.

Offline Vincer

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #31 Online: Março 20, 2013, 08:51:55 am »
agradável surpresa saber que o texto provocou reavaliações

1) falo no sentido de q cada "tipo" de homossexualidade parece/pode ter causas distintas, o q muda radicalmente a situação. Compare assim: alguém falar numa solução ou problema para iphone mas chamando de celulares. É muito fácil cair na armadilha de q o q se aplica a um caso se aplica a outro, causas distintas tendem a requisitar abordagens sensivelmente distintas. Num exemplo rápido eu não vejo quase nada q se aplique a homossexualismo advindo de um trauma q se aplique a quem "nasce" gay.

2) eu leio mais neurologia q psicologia e quando falo mente posso tratar do construto mental mas falo sempre da fonte, o cérebro. Nenhuma tecnologia sustente (até onde saiba)é capaz de apagar seletivamente a memória de longo prazo, ou mesmo alterar (funcionalmente) as conexões neurais. Mesmo em acidentes com traumas intensos resíduos de quase todas as memórias permanecem, mesmo que conscientemente inacessíveis.
me desculpe, mas nenhum método ou tratamento atual vai
 apagar memórias.foi disso q falei, em se tratar de lavagem cerebral. Eu não questiono reorientação, acredito que o alvo de excitação mudou; só me q questiono até onde podemos considerar uma mudança profunda ou um comportamento forçado uma vez que o indivíduo ainda se lembra de como vida homens de sunguinha e da sensação que sentia.

Se eu associo em sua mente a Spell com sons e sensações horríveis (embora talvez já seja) vc vai mudar seu comportamento e encontrar um substituto. Sua opinião realmente mudou? eu realmente mudei o q fazia vc sentir prazer em estar aqui?
« Última modificação: Março 20, 2013, 09:15:29 am por Vincer »

Offline Malena Mordekai

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #32 Online: Março 23, 2013, 12:17:59 am »
Vou tentar comentar duas coisas em separado, depois de agradecer ao Sampaio pelo texto -- fiz questão de compartilhar ele em alguns grupos que frequento.

1) Kinn,
Se você vai mencionar casos de mudança de sexo, deveria levar ao picadeiro também a questão da transexualidade, que não necessariamente tem a ver com homossexualidade. Como você sabe, conheço uma travesti lésbica, nasceu homem, gosta de mulher e se sente mulher.
Nós todos nascemos como um, grosso modo, neutro muito inclinado ao feminino, e são doses de hormônios enviadas pela mãe que reformatam o bebê dentro do útero para que se torne masculino, depois de ter detectado aquele XX.
Se as coisas não derem muito certo, podem rolar muitos casos inusitados, com a carga que ia pro cérebro ser diferente da que definia o "resto" do corpo, só pra citar o caso mais conhecido. Sei que você kinn sabe de tudo isso, mas preferi repetir aqui...
Grosso modo os nossos cromossomos XX só servem pra reprodução, outro dia ficou evidente o caso de uma moça que descobriu ser XX num exame genético. Ela é estéril por causa disso mas o fenótipo dela é todinho de uma mulher, cérebro e resto do corpo.

2)
Quanto à bissexualidade, posso falar por mim mesmo. Sou bissexual e tenho uma relação monogâmica.
Como bissexual e por questão de princípios éticos, considero a relação aberta ideal. Porém estou numa relação fechada porque minha namorada simplesmente não consegue suportar bem a relação aberta; então em nome do que sinto por ela, fico fechado dentro do pasto dela, já que sou adaptável o suficiente pra isso.
Não me sinto reprimido, mas nunca faria isso por uma mulher que não estivesse apaixonado e amasse. É só por ela mesmo que faço; e nunca DEIXEI de ser bissexual por conta da monogamia. Se eu sinto desejos homossexuais simplesmente procuro um vídeo no redtube. Como qualquer monogâmico que acessa pornografia faz, aliás... não precisa ser bissexual. (Acho que nunca conheci nenhum homem que não usasse pornografia.)
Também deixo claro que considero a monogamia falha, sim, e que é uma concessão apenas da minha parte, à incapacidade da outra; que minha namorada SABE muito bem o que eu sou (bissexual heteroafetivo, identidade de gênero andrógina, expressão de gênero masculina) e que eu abomino os bissexuais mais enrustidos que escondem de suas esposas o que são, e acabam pulando a cerca e contaminando suas esposas, com quem transam sem proteção, com doenças que trazem da rua. Esse tipo de gente dá muito má fama aos bissexuais.

« Última modificação: Março 23, 2013, 12:22:47 am por publicano »
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Offline kinn

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #33 Online: Março 23, 2013, 12:27:02 am »
Citar
Grosso modo os nossos cromossomos XX só servem pra reprodução, outro dia ficou evidente o caso de uma moça que descobriu ser XX num exame genético. Ela é estéril por causa disso mas o fenótipo dela é todinho de uma mulher, cérebro e resto do corpo.

Você quis dizer XY. Isso porque o ser humano é naturalmente fêmea e elementos e proteínas contidos no cromossomo Y precisam ser ativados para provocar o desenvolvimento do sexo masculino.

Mas eu mencionei um caso em particular - que não foi do livro Tabula Rasa - pelo que li a matéria do Sampaio sobre o livro não foi o livro que eu li e citei.

Não ignoro as observações feitas; só quis dar um exemplo que achei pontual.
Pesquisas provam:
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Offline Malena Mordekai

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #34 Online: Março 23, 2013, 12:28:16 am »
É, quis dizer XY.
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Offline Ciggi

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #35 Online: Abril 28, 2013, 11:05:00 pm »
Aproveitando o tópico já aberto...


Offline Assumar

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Psiquiatra Flávio Gikovate prega extinção dos termos 'hetero' e 'homo'
« Resposta #36 Online: Maio 01, 2013, 10:51:11 am »
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Psiquiatra Flávio Gikovate prega extinção dos termos 'hetero' e 'homo' em sabatina

 No futuro, haverá uma troca erótica "mais lúdica" entre as pessoas e a identidade sexual do parceiro não fará a menor diferença, quer dizer: definições como "homossexual" e "heterossexual" devem deixar de existir e todos poderão circular livremente entre relacionamentos afetivos com pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto.

Essa é a mais nova e controversa ideia de "Sexualidade sem Fronteiras" (MG Editores, 136 págs., R$ 37,40), último livro do psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate, 70. O médico, que calcula já ter atendido mais de 9.000 pessoas em consultório, está acostumado a causar impacto e a fazer sucesso falando sobre sexualidade.

Reflexões sobre os dilemas sexuais e amorosos de seus pacientes são os temas de grande parte de seus 32 livros publicados e das colunas que assinou em jornais e revistas.

Sua estreia como conselheiro na mídia, em 1977, em uma revista para adolescentes, já ligava seu nome a polêmicas, porque seu texto insistia na separação entre sexo e amor. Hoje, é lugar-comum, mas a opinião era potencialmente escandalosa na época, quase 40 anos atrás.
 Na semana passada, Gikovate participou de sabatina promovida pela Folha, em São Paulo. Diante de cem pessoas, respondeu às perguntas das jornalistas Cláudia Collucci, Iara Biderman e Heloísa Helvécia, editora de "Equilíbrio", e da plateia e expôs conceitos que deram origem à tese básica do livro, como o lado agressivo, machista e negativo do desejo.

*

ORIENTAÇÃO SEXUAL

O muro que separa a homossexualidade da heterossexualidade tem que cair. Não há impedimento para a troca de carícias sexuais.
Preconceito é algo todo regulamentado. Na ausência de mulheres, homem transar com homem é ser muito macho. Na presença de mulher, é ser gay. Tudo burocracia.

A orientação sexual vai seguir o encantamento amoroso. Se for orientada pela noção de desejo, será deixada por conta de coisas que têm a ver com agressividade, competição, rivalidade.

SEXO LÚDICO

Sexo lúdico são todas as trocas de carícias eróticas com qualquer tipo de parceiro. Tudo aquilo que as crianças também fazem. Sexo reprodutor é essencialmente heterossexual, está mais comprometido com a agressividade do que com o amor. Do ponto de vista da reprodução, é o macho mais agressivo o que consegue copular.

O erotismo, sem estar ligado à reprodução, é um fenômeno pessoal. Começa no segundo ano de vida: a criança toca certas partes do corpo e sente a estimulação. Como é agradável, ela repete esse padrão de comportamento. A excitação é um prazer positivo, porque não serve para atenuar a sensação de desamparo: não é preciso um desconforto prévio para a pessoa poder curtir o erotismo. Já o desejo é um prazer negativo.

DESEJO

Desejo, especialmente o visual, é uma característica dos homens. As mulheres se excitam, mas desejo é uma coisa ativa, uma vontade de agarrar o outro.

O desejo é de direita, não é de esquerda como se costumava colocar nos anos 1960, quando se acreditava que a liberação da sexualidade fosse trazer um mundo de paz, em que todos se sentiriam confortáveis, as moças não iam regular tanto o sexo.

Elas continuaram regulando do mesmo jeito e tudo ficou um pouco mais tenso por conta da rivalidade entre as mulheres, para ver quem chama mais a atenção, e entre os homens, para ver quem consegue ter acesso às garotas mais interessantes. Trouxe um mundo de competição e tensões muito maiores do que antes. O mundo do desejo ficou comprometido com o do mercado e do capital.

CASUAL E VIRTUAL

O sexo casual não tem futuro, provavelmente vai ser substituído pelo virtual. Esse tipo de prática é infidelidade? Na internet as pessoas podem interagir, ter conversas íntimas com um parceiro determinado, aí o virtual e o real se aproximam. Só porque é virtual o indivíduo casado pode ficar namorando outra pessoa? Não tenho nenhuma simpatia por essas ideias, pelo que chamam de poliamor. E, na verdade, isso tem aceitação muito baixa: ciúme não desaparece por decreto.

AMOR

A sexualidade percorre um caminho que não é o do amor, o que explica tantas más escolhas sentimentais. O sexo, diferentemente do amor, é mais comprometido com a agressividade, e muitos homens acabam escolhendo suas parceiras em função do encantamento erótico.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/04/1270524-psiquiatra-flavio-gikovate-prega-extincao-dos-termos-hetero-e-homo-em-sabatina-na-folha.shtml
"Sonhos são o que temos." Jojen Reed

Offline Malena Mordekai

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #37 Online: Maio 01, 2013, 01:15:14 pm »
Psicólogo de futurismos é foda.

...

http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/135776-na-calada-da-noite-feliciano-coloca-na-pauta-039-cura-gay-039-criminalizacao-da-heterofobia-e-derrub.html

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Na noite desta terça-feira (30), véspera do feriado de 1º de maio, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal (CDHM), pastor deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), agiu, como já previsto, e incluiu na pauta na reunião do colegiado, marcada para a próxima quarta (8), três dos projetos mais controversos que tramitam na comissão. De acordo com reportagem do Correio Braziliense, uma das propostas permite que psicólogos tentem curar homossexuais. Outra penaliza a discriminação contra heterossexuais. A terceira, que torna crime a homofobia, tentará ser derrubada pelos integrantes do colegiado. A investida de Feliciano acontece após as manifestações contra ele perderem força no país e minguar de vez. Entre as propostas consideradas preconceituosas, responsáveis até pela disseminação do ódio contra segmentos da sociedade brasileira, o primeiro projeto suspende a validade de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) de 1999, que impede que psicólogos tratem homossexuais no intuito de curá-los de uma possível “desordem psíquica”. O texto controverso, de autoria do presidente da bancada evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), tramita desde 2011 na Casa. Chegou a passar pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), mas, antes de ter o parecer aprovado, foi para a CDHM, a pedido de parlamentares contrários. Com a nova composição do colegiado, porém, a matéria caiu nas mãos do pastor Anderson Ferreira (PR-PE), que emitiu parecer favorável.

PS. já vi gente defendendo Feliciano nos comentários de Facebook quanto a essa notícia e outros rebatendo a defesa com link do artigo do Sampaio que é o tema deste tópico aqui!
« Última modificação: Maio 01, 2013, 01:29:00 pm por publicano »
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Offline Malena Mordekai

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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #38 Online: Maio 02, 2013, 11:41:54 am »

Famoso psiquiatra pede desculpas por estudo sobre "cura" para LGBTs

http://mundo.gay1.com.br/2012/05/famoso-psiquiatra-pede-desculpas-por.html

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O fato foi simplesmente que ele fez tudo errado, e ao final de uma longa e revolucionária carreira, não importava com quanta frequência estivesse certo, o quão poderoso tinha sido ou o que isso significaria para seu legado.

O dr. Robert L. Spitzer, considerado por alguns como o pai da psiquiatria moderna, que completa 80 anos nesta semana, acordou recentemente às 4 horas da madrugada ciente de que tinha que fazer algo que não é natural para ele.

Ele se esforçou e andou cambaleando no escuro. Sua mesa parecia impossivelmente distante; Spitzer sofre de mal de Parkinson e tem dificuldade para caminhar, se sentar e até mesmo manter sua cabeça ereta.

A palavra que ele às vezes usa para descrever essas limitações –patéticas– é a mesma que empregou por décadas como um machado, para atacar ideias tolas, teorias vazias e estudos sem valor.

Agora, ali estava ele diante de seu computador, pronto para se retratar de um estudo que realizou, uma investigação mal concebida de 2003 que apoiava o uso da chamada terapia reparativa para “cura” da homossexualidade, voltada para pessoas fortemente motivadas a mudar.

O que dizer? A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo estava sacudindo novamente a política nacional. O Legislativo da Califórnia estava debatendo um projeto de lei proibindo a terapia como sendo perigosa. Um jornalista de revista que se submeteu à terapia na adolescência, o visitou recentemente em sua casa, para explicar quão miseravelmente desorientadora foi a experiência.

E ele soube posteriormente que um relatório da Organização Mundial de Saúde, divulgado na quinta-feira (17), considera a terapia “uma séria ameaça à saúde e bem-estar –até mesmo à vida– das pessoas afetadas”.

Os dedos de Spitzer tremiam sobre as teclas, não confiáveis, como se sufocassem com as palavras. E então estava feito: uma breve carta a ser publicada neste mês, na mesma revista onde o estudo original apareceu.

“Eu acredito que devo desculpas à comunidade gay”, conclui o texto.

Perturbador da paz

A ideia de estudar a terapia reparadora foi toda de Spitzer, dizem aqueles que o conhecem, um esforço de uma ortodoxia que ele mesmo ajudou a estabelecer.

No final dos anos 90 como hoje, o establishment psiquiátrico considerava a terapia sem valor. Poucos terapeutas consideravam a homossexualidade uma desordem.

Nem sempre foi assim. Até os anos 70, o manual de diagnóstico do campo classificava a homossexualidade como uma doença, a chamando de “transtorno de personalidade sociopática”. Muitos terapeutas ofereciam tratamento, incluindo os analistas freudianos que dominavam o campo na época.

Ativistas LGBTs fizeram objeção furiosamente e, em 1970, um ano após os protestos de Stonewall para impedir as batidas policiais em um bar de Nova York, um grupo de manifestantes dos direitos LGBT confrontou um encontro de terapeutas comportamentais em Nova York para discutir o assunto. O encontro foi encerrado, mas não antes de um jovem professor da Universidade de Columbia sentar-se com os manifestantes para ouvir seus argumentos.

“Eu sempre fui atraído por controvérsia e o que eu ouvi fazia sentido”, disse Spitzer, em uma entrevista em sua casa na semana passada. “E eu comecei a pensar, bem, se é uma desordem mental, então o que a faz assim?”

Ele comparou a homossexualidade com outras condições definidas como transtornos, tais como depressão e dependência de álcool, e viu imediatamente que as últimas causavam angústia acentuada e dano, enquanto a homossexualidade frequentemente não.

Ele também viu uma oportunidade de fazer algo a respeito. Spitzer era na época membro de um comitê da Associação Americana de Psiquiatria, que estava ajudando a atualizar o manual de diagnóstico da área, e organizou prontamente um simpósio para discutir o lugar da homossexualidade.

A iniciativa provocou uma série de debates amargos, colocando Spitzer contra dois importantes psiquiatras influentes que não cediam. No final, a associação psiquiátrica ficou ao lado de Spitzer em 1973, decidindo remover a homossexualidade de seu manual e substituí-la pela alternativa dele, “transtorno de orientação sexual”, para identificar as pessoas cuja orientação sexual, lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual ou hétero, lhes causava angústia.

Apesar da linguagem arcana, a homossexualidade não era mais um “transtorno”. Spitzer conseguiu um avanço nos direitos civis em tempo recorde.

“Eu não diria que Robert Spitzer se tornou um nome popular entre o movimento LGBT mais amplo, mas a retirada da homossexualidade foi amplamente celebrada como uma vitória”, disse Ronald Bayer, do Centro para História e Ética da Saúde Pública, em Columbia. “‘Não Mais Doente’ foi a manchete em alguns jornais gays.”

Em parte como resultado, Spitzer se encarregou da tarefa de atualizar o manual de diagnóstico. Juntamente com uma colega, a dra. Janet Williams, atualmente sua esposa, ele deu início ao trabalho. A um ponto ainda não amplamente apreciado, seu pensamento sobre essa única questão –a homossexualidade– provocou uma reconsideração mais ampla sobre o que é doença mental, sobre onde traçar a linha entre normal e não.

O novo manual, um calhamaço de 567 páginas lançado em 1980, se transformou em um best seller improvável, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior. Ele estabeleceu instantaneamente o padrão para futuros manuais psiquiátricos e elevou seu principal arquiteto, então próximo dos 50 anos, ao pináculo de seu campo.

Ele era o protetor do livro, parte diretor, parte embaixador e parte clérigo intratável, rosnando ao telefone para cientistas, jornalistas e autores de políticas que considerava equivocados. Ele assumiu o papel como se tivesse nascido para ele, disseram colegas, ajudando a trazer ordem para um canto historicamente caótico da ciência.

Mas o poder tem seu próprio tipo de confinamento. Spitzer ainda podia perturbar a paz, mas não mais pelos flancos, como um rebelde. Agora ele era o establishment. E no final dos anos 90, disseram amigos, ele permanecia tão inquieto como sempre, ávido em contestar as suposições comuns.

Foi quando se deparou com outro grupo de manifestantes, no encontro anual da associação psiquiátrica em 1999: os autodescritos ex-gays. Como os manifestantes LGBTs em 1973, eles também se sentiam ultrajados por a psiquiatria estar negando a experiência deles –e qualquer terapia que pudesse ajudar.

A terapia reparativa
A terapia reparativa, às vezes chamada de terapia de “conversão” ou “reorientação sexual”, é enraizada na ideia de Freud de que as pessoas nascem bissexuais e podem se mover ao longo de um contínuo de um extremo ao outro. Alguns terapeutas nunca abandonaram a teoria e um dos principais rivais de Spitzer no debate de 1973, o dr. Charles W. Socarides, fundou uma organização chamada Associação Nacional para Pesquisa e Terapia da Homossexualidade (Narth, na sigla em inglês), no sul da Califórnia, para promovê-la.

Em 1998, a Narth formou alianças com grupos de defesa socialmente conservadores e juntos eles iniciaram uma campanha agressiva, publicando anúncios de página inteira em grandes jornais para divulgar histórias de sucesso.

“Pessoas com uma visão de mundo compartilhada basicamente se uniram e criaram seu próprio grupo de especialistas, para oferecer visões alternativas de políticas”, disse o dr. Jack Drescher, psiquiatra em Nova York e coeditor de “Ex-Gay Research: Analyzing the Spitzer Study and Its Relation to Science, Religion, Politics, and Culture”.

Para Spitzer, a pergunta científica no mínimo valia a pena ser feita: qual era o efeito da terapia, se é que havia algum? Estudos anteriores tinham sido tendenciosos e inconclusivos.

“As pessoas me diziam na época: ‘Bob, você vai arruinar sua carreira, não faça isso’”, disse Spitzer. “Mas eu não me sentia vulnerável.”

Ele recrutou 200 homens e mulheres, dos centros que realizavam a terapia, incluindo o Exodus International, com sede na Flórida, e da Narth. Ele entrevistou cada um profundamente por telefone, perguntando sobre seus impulsos sexuais, sentimentos, comportamentos antes e depois da terapia, classificando as respostas em uma escala.

Spitzer então comparou os resultados de seu questionário, antes e depois da terapia. “A maioria dos participantes relatou mudança de uma orientação predominante ou exclusivamente homossexual antes da terapia, para uma orientação predominante ou exclusivamente heterossexual no ano passado”, concluiu seu estudo.

O estudo –apresentado em um encontro de psiquiatria em 2001, antes da publicação– tornou-se imediatamente uma sensação e grupos de ex-gays o apontaram como evidência sólida de seu caso. Afinal aquele era Spitzer, o homem que sozinho removeu a homossexualidade do manual de transtornos mentais. Ninguém poderia acusá-lo de tendencioso.

Mas líderes LGBTs o acusaram de traição e tinham suas razões.

O estudo apresentava problemas sérios. Ele se baseava no que as pessoas se lembravam de sentir anos antes –uma lembrança às vezes vaga. Ele incluía alguns defensores ex-gays, que eram politicamente ativos. E não testava uma terapia em particular; apenas metade dos participantes se tratou com terapeutas, enquanto outros trabalharam com conselheiros pastorais ou em grupos independentes de estudos da Bíblia.

Vários colegas tentaram impedir o estudo e pediram para que ele não o publicasse, disse Spitzer.

Mas altamente empenhado após todo o trabalho, ele recorreu a um amigo e ex-colaborador, o dr. Kenneth J. Zucker, psicólogo-chefe do Centro para Vício e Saúde Mental, em Toronto, e editor do “Archives of Sexual Behavior”, outra revista influente.

“Eu conhecia o Bob e a qualidade do seu trabalho, e concordei em publicá-lo”, disse Zucker em uma entrevista na semana passada.

O artigo não passou pelo habitual processo de revisão por pares, no qual especialistas anônimos avaliam o artigo antes da publicação.

“Mas eu lhe disse que o faria apenas se também publicasse os comentários” de resposta de outros cientistas para acompanhar o estudo, disse Zucker.

Esses comentários, com poucas exceções, foram impiedosos. Um citou o Código de Nuremberg de ética para condenar o estudo não apenas como falho, mas também moralmente errado.

“Nós tememos as repercussões desse estudo, incluindo o aumento do sofrimento, do preconceito e da discriminação”, concluiu um grupo de 15 pesquisadores do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York, do qual Spitzer era afiliado.

Spitzer não deixou implícito no estudo que ser homossexual era uma opção, ou que era possível para qualquer um que quisesse mudar fazê-lo com terapia. Mas isso não impediu grupos socialmente conservadores de citarem o estudo em apoio a esses pontos, segundo Wayne Besen, diretor executivo da Truth Wins Out, uma organização sem fins lucrativos que combate o preconceito contra LGBTs.

Em uma ocasião, um político da Finlândia apresentou o estudo no Parlamento para argumentar contra as uniões civis, segundo Drescher.

“Precisa ser dito que quando este estudo foi mal utilizado para fins políticos, para dizer que os gays deviam ser curados –como ocorreu muitas vezes. Bob respondia imediatamente, para corrigir as percepções equivocadas”, disse Drescher, que é gay.

Mas Spitzer não conseguiu controlar a forma como seu estudo era interpretado por cada um e não conseguiu apagar o maior erro científico de todos, claramente atacado em muitos dos comentários: simplesmente perguntar para as pessoas se elas mudaram não é evidência de mudança real. As pessoas mentem, para si mesmas e para os outros. Elas mudam continuamente suas histórias, para atender suas necessidades e humores.

Resumindo, segundo quase qualquer medição, o estudo fracassou no teste do rigor científico que o próprio Spitzer foi tão importante em exigir por muitos anos.

“Ao ler esses comentários, eu sabia que era um problema, um grande problema, e um que eu não podia responder”, disse Spitzer. “Como você sabe que alguém realmente mudou?”

Reconhecimento
Foram necessários 11 anos para ele reconhecer publicamente.

Inicialmente ele se agarrou à ideia de que o estudo era exploratório, uma tentativa de levar os cientistas a pensarem duas vezes antes de descartar uma terapia de cara. Então ele se refugiou na posição de que o estudo se concentrava menos na eficácia da terapia e mais em como as pessoas tratadas com ele descreviam mudanças na orientação sexual.

“Não é um pergunta muito interessante”, ele disse. “Mas por muito tempo eu pensei que talvez não tivesse que enfrentar o problema maior, sobre a medição da mudança.”

Após se aposentar em 2003, ele permaneceu ativo em muitas frentes, mas o estudo da terapia reparativa permaneceu um elemento importante das guerras culturais e um arrependimento pessoal que não o deixava em paz. Os sintomas de Parkinson pioraram no ano passado, o esgotando física e mentalmente, tornando ainda mais difícil para ele lutar contra as dores do remorso.

E, em um dia em março, Spitzer recebeu um visitante. Gabriel Arana, um jornalista da revista “The American Prospect”, entrevistou Spitzer sobre o estudo sobre terapia reparativa. Aquela não era uma entrevista qualquer; Arana se submeteu à terapia reparativa na adolescência e o terapeuta dele recrutou o jovem para o estudo de Spitzer (Arana não participou).

“Eu perguntei a ele sobre todos os seus críticos e ele disse: ‘Eu acho que eles estão certos’”, disse Arana, que escreveu sobre suas próprias experiências no mês passado. Arana disse que a terapia reparativa acabou adiando sua autoaceitação e lhe induziu a pensamentos de suicídio. “Mas na época que fui recrutado para o estudo de Spitzer, eu era considerado uma história de sucesso. Eu teria dito que estava fazendo progressos.”

Aquilo foi o que faltava. O estudo que na época parecia uma mera nota de rodapé em uma grande vida estava se transformando em um capítulo. E precisava de um final apropriado –uma forte correção, diretamente por seu autor, não por um jornalista ou colega.

Um esboço da carta já vazou online e foi divulgado.

“Você sabe, é o único arrependimento que tenho; o único profissional”, disse Spitzer sobre o estudo, perto do final de uma longa entrevista. “E eu acho que, na história da psiquiatria, eu não creio que tenha visto um cientista escrever uma carta dizendo que os dados estavam lá, mas foram interpretados erroneamente. Que tenha admitido isso e pedido desculpas aos seus leitores.”

Ele desviou o olhar e então voltou de novo, com seus olhos grandes cheios de emoção. “Isso é alguma coisa, você não acha?”
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Alves pede adiamento para votação do projeto da "cura gay"
« Resposta #39 Online: Maio 11, 2013, 08:57:41 am »
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Alves pede adiamento para votação do projeto da "cura gay"

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, explicou, nesta quarta-feira, que, em razão das diversas manifestações que ocorreram nesta semana em Brasília, fez um apelo ao presidente da Comissão de Diretos Humanos e Minorias, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), para que ele adiasse a análise do projeto de "cura gay" (PDC 234/11).

A votação estava prevista para esta quarta-feira, mas a reunião foi cancelada, a pedido do presidente da Câmara. “Ele entendeu que há movimento demais nesta semana e foi compreensivo”, disse Alves.

PDC 234/11: Projeto susta resolução sobre psicologia e orientação sexual
Tramita na Câmara o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 234/11, do deputado João Campos (PSDB-GO), que susta a aplicação de dois dispositivos da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia, os quais orientam os profissionais da área a não usar a mídia para reforçar preconceitos contra os homossexuais nem propor tratamento para curá-los.

O primeiro dispositivo da resolução que o deputado quer sustar é o que diz que “os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”.

O segundo dispositivo diz que “os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.

O projeto é uma reapresentação do PDC 1640/09, do deputado Paes de Lira (PTC/SP), arquivado no encerramento da última legislatura.

Restrições profissionais

Segundo João Campos, estas orientações do Conselho Federal de Psicologia “restringem o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional”.

Na avaliação do deputado, com esta resolução o Conselho extrapolou o seu poder de regulamentar e usurpou competência do Poder Legislativo, “incorrendo em abuso de poder, com graves implicações no plano jurídico-constitucional”.

João Campos sustenta que o decreto legislativo constitui instrumento apropriado para promover a sustação, tendo em vista que o Conselho Federal de Psicologia é entidade vinculada ao Poder Executivo.

Inovação jurídica
O deputado afirma que a intenção do decreto legislativo não é anular os dispositivos da resolução, mas apenas suspender a aplicação deles, “até que o problema seja resolvido no âmbito do Judiciário”.

Ele alega que os dispositivos “inovam a ordem jurídica ilegitimamente, pois cria obrigações e veda direitos inexistentes na lei aos profissionais de psicologia, em detrimento dos direitos dos cidadãos, ofendendo os princípios constitucionais da separação dos poderes, da legalidade e da liberdade de expressão”.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Pedido de vista adia votação de proposta sobre "cura" gay
« Resposta #40 Online: Junho 04, 2013, 11:08:32 pm »
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Pedido de vista adia votação de proposta sobre "cura" gay

Um pedido de vista do deputado Simplício Araújo (PPS-MA) vai adiar mais uma vez a votação da proposta que susta artigos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbem os psicólogos de propor a “cura” da homossexualidade a pacientes. A suspensão está prevista no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 234/11, do deputado João Campos (PSDB-GO).

O relator na Comissão de Direitos Humanos, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), leu seu parecer nesta terça-feira (4), recomendando a aprovação do projeto. A comissão já tentou votar o texto - conhecido como projeto da "cura" gay - três vezes, sem sucesso.

Reportagem – Idhelene Macêdo
Edição – Rachel Librelon

Fonte: Agência Câmara de Notícias
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Comissão de Direitos Humanos aprova autorização para 'cura gay'
« Resposta #41 Online: Junho 18, 2013, 06:08:41 pm »
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Comissão de Direitos Humanos aprova autorização para 'cura gay'

Projeto de lei ainda deve passar por duas comissões na Câmara e Senado.
Na sessão, apenas dois militantes se manifestaram contra a aprovação.

 A Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou nesta terça-feira (18) o projeto de lei que determina o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade. A sessão que aprovou a proposta foi presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que conseguiu colocá-la em votação após várias semanas de adiamento por causa de protestos e manobras parlamentares contra o projeto.

De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), a proposta pede a extinção de dois artigos de uma resolução de 1999 do conselho. Um deles impede a atuação dos profissionais da psicologia para tratar homossexuais. O outro proíbe qualquer ação coercitiva em favor de orientações não solicitadas pelo paciente e determina que psicólogos não se pronunciem publicamente de modo a reforçar preconceitos em relação a homossexuais.

 Na prática, se esses artigos forem retirados da resolução, os profissionais da psicologia estariam liberados para atuar em busca da suposta cura gay.

Antes de virar lei, o projeto ainda terá de ser analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça até chegar ao plenário da Câmara. Se aprovada pelos deputados federais, a proposta também terá de ser submetida à análise do Senado. Somente então a matéria seguirá para sanção ou veto da Presidência da República.

Em seu parecer em defesa da proposta, o relator, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), apontou que o projeto “constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas a sua própria vida”.

Ao justificar o projeto, o autor do texto afirmou que o Conselho Federal de Psicologia, ao restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional, “extrapolou o seu poder regulamentar e usurpou a competência do Legislativo”.

O texto foi aprovado por votação simbólica, sem contagem individual dos votos.

 Sessão
Em contraste com as primeiras sessões presididas por Marco Feliciano, marcadas por tumultos e protestos de dezenas de integrantes de movimentos LGBT e evangélicos, a sessão desta terça atraiu poucos manifestantes. No fundo do plenário, um rapaz e uma garota ergueram cartazes durante o encontro do colegiado protestando contra o projeto da cura gay.

Uma das cartolinas dizia “não há cura pra quem não está doente”. Já o outro manifesto ressaltava “o que precisa de cura é homofobia”.

A análise do projeto da cura gay só foi concluída na Comissão de Direitos Humanos na terceira tentativa de votar o assunto. Nas outras duas oportunidades em que o tema foi colocado em pauta por Feliciano manobras de opositores da proposta conseguiram adiar a apreciação.

Na semana passada, o deputado Simplício Araújo (PPS-MA) utilizou vários recursos previstos no regimento interno da Casa, como o uso de discursos e a verificação de quórum, para evitar a votação. Durante o esforço para impedir a análise da matéria, o deputado do PPS chegou discutir com Feliciano.

Nesta tarde, Simplício tentou, mais uma vez, adiar a apreciação do projeto. Ele fez diversas intervenções durante a sessão para impedir que a matéria fosse votada e propôs novo pedido de retirada de pauta. Porém, a solicitação foi rejeitada pela maioria dos integrantes da comissão, muitos deles ligados à bancada evangélica.

“É lamentável que essa Casa não esteja ouvindo o clamor que está bem aqui, batendo à nossa porta. Projetos como esse, que são inconstitucionais, só trazem perda de tempo. E foi o que a gente viu aqui: uma tremenda perda de tempo. É uma matéria que não vai passar na Comissão de Constituição e Justiça. Uma bancada que quer jogar apenas para o seu eleitorado”, avaliou Simplício, em entrevista ao final da votação.

A aprovação ocorreu um dia após uma manifestação em Brasília que levou milhares à porta do Congresso, para protestar, entre outras coisas, pela saída de Marco Feliciano do comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. A multidão gritou por diversas vezes “Fora Feliciano”. O deputado é acusado de homofobia e racismo por declarações polêmicas dentro e fora do Congresso.

 Simplício tentou barrar a votação praticamente sozinho. Um dos poucos parlamentares que se posicionaram contra a proposta foi o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que questionou a constitucionalidade do texto. Para Jordy, não cabe ao Legislativo alterar decisões de órgãos de classe. De acordo com ele, a votação do projeto poderia não ter eficácia.

“Eu posso apresentar um requerimento revogando a lei da gravidade? Se é apenas para produzir efeito pirotécnico, tudo bem, vamos jogar aberto. Muitos de nós não temos tempo para discutir coisas que sejam ineficácia. Se não é da prerrogativa desta Casa revogar atos da OAB, do Conselho Nacional de Medicina e do Conselho Federal de Psicologia, então, estamos aqui brincando. Estamos aqui jogando para a plateia”, ironizou.

Durante seu esforço para inviabilizar a apreciação do texto, Simplício Araújo alertou a Câmara para “acordar” diante da onda de manifestações que tomou conta das ruas das principais capitais do país nesta segunda. O deputado também acusou os colegas da comissão de estarem em busco de “holofotes para ganhar votos”.

“Essa aqui [a votação do projeto da cura gay] é uma prova de que estamos longe de entender o que a sociedade quer nos ver discutindo dentro dessa Casa. A voz das ruas diz que esse projeto é a maior perda de tempo. Não existe tratamento para o que não é doença. O que temos de tratar é a cara de pau dos políticos”, criticou Simplicio, arrancando aplausos dos poucos manifestantes que foram protestar contra a matéria.

Mais tarde, no plenário principal da Câmara, Simplício anunciou que seu partido, o PPS, iria ingressar com um requerimento na Mesa Diretora para tentar anular a votação da proposta que modifica as regras do conselho de psicologia.

Após encerrar a sessão, Feliciano comentou sobre o projeto. Ele enfatizou que concorda em “gênero, número e grau” com o texto de João Campos.

“É o único Conselho Federal de Psicologia do mundo que tolhe o direito do profissional de poder atuar. É o único que assusta, que amedronta o profissional que ele não pode tratar de uma pessoa que busque ele quando está com uma angústia interior. No meu pensamento, tomara que seja aprovado”, defendeu Feliciano.

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/comissao-de-direitos-humanos-aprova-autorizacao-para-cura-gay.html
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Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #42 Online: Junho 19, 2013, 08:41:57 am »
Afinal, o conselho de psicologia proibiu ou apenas orientou?

O que concordo em base é que a CDHM não deveria atuar sobre isso.
Somos todos bots!

Re:O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
« Resposta #43 Online: Junho 19, 2013, 03:47:08 pm »
Pelo que eu entendi, o Conselho considera quebra de ética profissional "tratar o homossexualismo". Quem faz isso perde a carteira e não pode mais atuar na profissão.

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Psol já tem apoio para urgência do PL sobre tratamento da homossexualidade
« Resposta #44 Online: Junho 28, 2013, 08:24:54 pm »
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Psol já tem apoio para urgência do PL sobre tratamento da homossexualidade

A rejeição da proposta é uma das reivindicações de diversos protestos que tomaram conta do País nas últimas semanas.

O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), apresentará, na reunião de líderes da próxima semana, um requerimento de urgência para o projeto sobre o tratamento da homossexualidade (PDC 234/11). Segundo o parlamentar, vários líderes já assinaram o requerimento: PT, PSDB, DEM, PSD, PDT, PSB, PCdoB, além do Psol.
O requerimento de urgência precisa do apoio de 1/3 dos deputados ou de líderes que representem esse número.

A intenção de Ivan Valente é levar o projeto – que já foi aprovado pela Comissão de Direitos de Humanos - direto ao Plenário, sem ter que esperar sua análise nas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se o requerimento de urgência for aprovado, os pareceres dessas comissões serão dados em Plenário.

O líder do Psol espera que o projeto seja rejeitado pelos parlamentares, como pedem os manifestantes que têm ocupado as ruas do País nas últimas semanas.

Nesta semana, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que a intenção é que a proposta seja “enterrada”.

Da Redação/ND
Com informações da Liderança do Psol

Fonte: Agência Câmara Notícias
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