Me parece as vezes que o público delas são os seus próprios amigos e mais alguns entusiastas que compram mais para fomentar o mercado do que jogar necessariamente. Não estou reclamando de sua existência e até sou um pouco "entusiasta" pois tenho uns dois jogos (que não jogo por sinal), mas será que esse mercado de RPG consegue viver por muito tempo ou será que essa é a solução do mercado brasileiro?
Mano, tem que se colocar uma coisa em mente: o mercado brasileiro, como era nos idos dos anos 90 e inícios dos 2000 acabou. Não tem mais estantes de RPG em livrarias grandes (ou melhor dizendo, nem aquelas estantes do fundo do corredor perto do chão onde ninguém olha a não ser quem pergunta) pra vender porque só quem compra já é cliente.
Não tem renovação porque não há uma comunidade ativa grande com um ponto em comum, e sim pequena comunidades ao redor de egos "famosos", ou então comunidades a deriva (como nós) residuais de outrora relíquias do passado quando as informações necessitavam de intermediários. Portais não são mais necessários. E acima de tudo, RPG não dá grana, e as empresas e editoras grandes que investiram (como a Abril trazendo D&D ou Grow com First Quest) perceberam isso, deixaram com que esse pequeno contingente existisse nas mãos daqueles oportunistas.
Oportunismo é uma palavra chave, assim como picaretagem. Tu importa algo de fora, já que pouquíssimos tem acesso e menos ainda interesse, destila a essência e faz um sistema de regras em cima de um já existente, enfia um monte de fluff descartável e vende como produto novo. E não foi esse o caso de 3d&T ou Daemon, da revista Só Aventuras, irmãzinha da DB em seus tempos de ouro (felizmente, não de Ediouro)?
Em suma, o mercado de antes simplesmente não existe mais; ele está morto pra quem usa um modelo de vinte anos atrás.
Todo mundo sabe que a solução é vender RPG em banca de revista, em formato americano e com capas estilo anime ou comics.
Sim, isso é uma solução plausível, porque não depende de livros enormes de regras e pode ir na crista da onda de outra febre, que apesar de tudo, também reduziu em muito e proporção.
O Rpg TEM como dar certo com microiniciativas, editoras indies e o escambau. Mas sem uma renovação adequada, essa e a próxima serão as ultimas gerações a ter algum RPG nacional ou mesmo em português.