Na época dos primeiros cartuns de Maomé folhetins de países muçulmanos reclamaram de algo parecido - Charges com judeus ou negando o holocausto eram sumariamente censuradas, mas as contra Maomé são defendidas por tudo que há de mais sagrado quanto à liberdade de expressão.
Se não me engano isso ocorre ainda hoje mas ninguém discute muito. Talvez porque os judeus não precisam matar ninguém pra mandar uma mensagem, normalmente só os deixam desempregados.
Sim, por que negar um fato histórico é a mesma coisa que criticar uma religião. Tudo a ver.
De resto, não entendi merda nenhuma do que o Skar e o Crude estão discutindo.
Ferd, vai dizer que eles fazerem piada com uma religião mas não poder fazer com a outra não tem nada a ver com o que aconteceu também?
Sim, vou dizer,
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Não tem nada a ver com o que aconteceu.
Vamos supor que essa acusação deles não fazerem piada com judeus seja mentira. E de cada capa uma era sacaneando judeu e a outra sacaneando o Islã.
Ainda assim, o ato terrorista se daria puramente pelo jornal retratar o profeta Maomé.
Acho que até agora não vi ninguém realmente defender que a resposta dos fãs foi apropriada, mas eu gostaria que essa desgraça toda service como alerta pra pro que está acontecendo na Europa, esse movimento racista, xenofóbico e desumanizante que afeta tanto as minorias lá, e que parece querer ser imitado por outros pontos do mundo.
Nisso vc tem meu joinha.
Seria muito interessante que as pessoas debatessem esse movimento, mas ainda não vi nada muito bom sobre isso.
Pena que a tendência seja ver a coisa como uma luta dos humoristas pela liberdade de expressão contra aqueles caras da religião extremista dos terroristas e dos negros que vem roubar nossos empregos.
Outra coisa que quero comentar.
Satirizar a religião extremista é muito diferente de satirizar os negros que vem roubar nossos empregos.
Estão confundindo a comunidade muçulmana com a religião muçulmana em sua vertente mais extrema (o primeiro texto faz muito isso).
A primeira é uma cultura própria, com costumes e modos de vida que devem ser respeitados, já a segunda apedreja a mulher infiel, mutila clitóris e manda matar quem desrespeita seus dogmas.
O aiatolá Khomeini em 89 decretou uma sentença de morte (fatwa) para o autor de um livro (Versos Satânicos) por ele criticar o islamismo. Ele disse que todo "muçulmano zeloso" tinha a obrigação de tentar matar o cara.
O aiatolá era simplesmente uma das maiores autoridades do Islamismo no mundo e governante de um país islâmico (Irã, no caso).
Então, quando o cara colocar uma capa como essa abaixo para criticar o cristinanismo por repudiar o casamento homossexual:
Você pode ter certeza que vai ter muita gente chiando, mas pode ter certeza também que não vai haver uma bomba incendiária ou invasão armada matando 17 funcionários.
E eu pessoalmente acho que um dos motivos deles satirizarem muito mais o Islã é justamente o fato deles serem os mais revoltados com essas sátiras, e eles quererem impor o dogma deles (não representação do Profeta) sobre todos as outras pessoas.
Além é claro do fato desses grupos radicais islâmicos serem responsáveis por grandes barbaridades atualmente.
E cara, essa tira que diz que se pode desenhar um negro caindo de uma árvore segurando uma banana, pois se pode ofender, parece não saber o bê-a-bá de sátira.
Uma sátira tem que ter contexto, tem quer chamar a atenção para uma mensagem que quer passar. E não ofender por ofender.
Aqui estão algumas análises que eu encontrei por alto:
http://www.haaretz.com/news/world/1.636026Concordando ou não do que eles tinham pra dizer (eu discordo do ultimo por exemplo), há de se convir que existe um contexto, uma mensagem.
E por fim, eu me solidarizo com as vítimas do massacre, e acho que eles tiveram uma puta coragem de se manter fazendo algo do qual eles acreditam e têm o direito de fazer, mesmo diante de tantas ameaças, inclusive com um atentado anterior.