Autor Tópico: Estudante Negro Sofre Racismo Dentro do Próprio Prédio  (Lida 801 vezes)

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Offline Malena Mordekai

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Estudante Negro Sofre Racismo Dentro do Próprio Prédio
« Online: Fevereiro 11, 2012, 09:54:27 pm »
http://cotidiano.portal10segundos.com.br/cidade/polemica/estudante-sofre-com-racismo-dentro-do-proprio-predio.6272

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O estudante de medicina veterinária Marcos Davi Silva e Silva, de 26 anos, alega ter sofrido racismo dentro do próprio prédio onde mora, no bairro da Pituba, em Salvador. O fato aconteceu na manhã deste sábado (11) e teria sido praticado por uma idosa e sua filha no hall do edifício, localizado na rua Emílio Odebrecht, a mesma onde está a Praça Igaratinga.
 
Após voltar de uma academia, Silva esperava o elevador e, no momento que o veiculo apareceu, a mulher e sua filha saíram do local. Ao se depararem com o estudante de pele negra, a senhora não permitiu que o morador entrasse no elevador. Quando perguntou o porquê da atitude da vizinha, ouviu uma série de injúrias racistas em alto volume, reforçadas pela filha da idosa, que teria contribuido para a continuação dos xingamentos. O fato foi presenciado pelo porteiro e um zelador do prédio.
 
Imediatamente, o homem contatou um advogado e compareceu à 16ª Delegacia para registrar ocorrência de racismo. De acordo com o advogado do estudante, Edimário Maia, as duas moradoras cometeram dois crimes graves e inafiançáveis: injúria racista – quando há a ofensa relacionada à cor da pele - e segregação racial, relativo ao impedimento de acesso a locais devido ao critério do preconceito de cor.
 
“Segregação É muito mais grave ainda do que ser xingado. Segregação racial é o caso de impedimento de acesso a um local por racismo. Isto é muito sério. Ele foi impedido de usar o próprio elevador. E ainda mais em uma época em que estamos com um filme em cartaz no cinema, 'Histórias Cruzadas', que fala da questão racista no Mississipi dos anos 60”, opina o defensor de Marcos Davi.
 
Imediatamente após a ocorrência ter sido lavrada pelo delegado Alberto Xirame, os policiais civis compareceram ao prédio. No local, solicitaram ao síndico do condomínio o registro das imagens do circuito interno de câmeras que registraram o fato e também o comparecimento das duas acusadas e das testemunhas para prestar depoimento no caso. Todos deverão depor ainda no sábado e o plantonista promete enviar o inquérito à Justiça na próxima segunda-feira (13).

Consternação – Com voz em tom baixo devido à situação constrangedora, Marcos Davi Silva revelou ao Portal 10 Segundos, triste e ofendido, não conseguir entender por que recebeu os xingamentos racistas e como tal atitude ainda pode ser feita a um negro na cidade mais negra fora da África. Ele conta também que nunca teve problemas na vizinhança.
 
“Me senti muito ruim. E logo eu, que sou uma pessoa tão boa, não faço distinção de ninguém, trato todo mundo bem. Acredito que todos nós somos iguais. Estou muito ofendido, chateado, não consigo entender como alguém pode tomar uma atitude dessa hoje em dia. Ainda mais comigo, que não faço nada para ninguém”, resumiu decepcionado e enfraquecido.
 
O advogado explica que o cliente é conhecido não só em seu prédio mas também nos vizinhos, pois costuma receber pedidos de conselhos de outros moradores referentes a animais domésticos. Como estudante de veterinária, Marcos Davi voluntariamente se oferecia para tratar de alguns animais de vizinhos e por isto conhece vários deles, com quem interage na praça em frente ao condomínio.
 
Silva não pretende se mudar do prédio e diz que não fez nada de errado para se envergonhar e se esconder do restante dos moradores. Ele conta que teve a iniciativa de procurar um advogado e dar a queixa porque quer que seu caso seja um exemplo de como se deve agir diante de uma injúria racista e pretende dar a maior visibilidade possível ao caso.
 
“Pretendemos usar as redes sociais para dar maior visibilidade a este fato, ir para a televisão, fazer um flash mob em frente ao prédio amanhã (domingo, 12) para que as imagens cheguem à internet. E também vamos procurar as instituições históricas do movimento negro que defendem a comunidade, além da Promotoria de Combate ao Racismo do Ministério Público”, listou o advogado.
 
Já em seu nome, o estudante afirma que quer apenas que a justiça seja feita. “Faremos o que for possível para que isto não aconteça de novo, para que estas pessoas nunca mais façam isso com ninguém. Estamos aqui para que sejam tomadas as devidas precauções”, argumentou. Perguntado se as “devidas precauções” incluiam a prisão das duas acusadas, Marcos Davi deu de ombros. “Não desejo mal a ninguém. Quero que a justiça seja feita. E o que vier a acontecer com ela, sinceramente, não me importa nem um pouco”, disse, magoado.
« Última modificação: Fevereiro 11, 2012, 09:59:09 pm por publicano »
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Re:Estudante Negro Sofre Racismo Dentro do Próprio Prédio
« Resposta #1 Online: Fevereiro 13, 2012, 11:22:40 am »
Como diria o Emil, "mais um caso isolado".

Racismo está crescendo. Aqui em Manaus, também. Especialmente agora que estão vindo uns imigrantes do Haiti, muita gente está recebendo isso com preconceito.