Perceba que não desconsiderei a importância do debate, e reconheci que o valor está justamente no confronto de diferentes perspectivas; Só desabafei que apesar de acreditar que a verdade é inalcançável(vou ainda mais fundo, ouso dizer que não há 'verdade' como essa definição que idealizamos) eu sinto certa frustração nesse limite. Acredito que toda a humanidade sinta, e é justamente isso que nos motiva tanto, mas não sei quanto a vocês eu nunca consigo ignorar essa pontinha de decepção em conseguirmos cobrir tão pouco do quadro inteiro.
O que falei de visão unificada seria no sentido prático; Eu particularmente vejo valor em diferentes abordagens como todas sendo verdade, ao menos cobrindo parte dela. Uma visão unificada deixaria de lado uma vasta gama de pontos relevantes, mas provavelmente alavancaria o desenvolvimento em diferentes campos. Para bem e para mal muito tempo e esforço é despendido confrontando as diferentes perspectivas, o mesmo esforço empreendido para expandir e avançar numa poderia trazer frutos interessantes. Isso é mera especulação, claro. Uma coisa não necessariamente anularia a outra, se tivéssemos coesão em definir uma postura 'oficial' isso poderia formar uma base mais sólida(em cada campo) e não eliminaria necessariamente o debate e desenvolvimento de alternativas; Mas sem um acordo numa vertente 'oficial' ou padrão as coisas não ficam mais confusas?
Acho mais adequado colocar assim: coexistência. Talvez tenha sido uma má escolha dizer 'visão unificada', falo mais de coexistência e aceitar diferentes perspectivas ao invés de diferentes escolas de pensamento excluírem essa ou aquela(perspectiva), dividindo em versões da verdade exclusivas. Tenha em mente que isso parte da minha visão que não há verdade definitiva tanto quanto a concepção que criamos dela; Daí minha impressão de que beneficiaríamos mais em abraçar a incerteza subjetiva dela e toda sua elasticidade, dando mais atenção a avançar e menos em tentar invalidar outras.
Eu não dou muita atenção nem sou grande entendido do assunto, que fique claro. Por isso posso ter uma visão errada; Mas a impressão que ficou(para mim) é que se preocupam demais em tentar validar uma acima da outra ou invalidar essa ou aquela visão. Tempo e esforço que poderia ao invés ser melhor usado verificando a aplicação de cada uma, desenvolvendo a partir delas, sei lá. Sei que posso estar errado e prefiro estar, talvez não seja um 'problema' ou na dimensão que imagino ser.
E eu realmente errei no post anterior entre apreensão e compreensão. Mas até que ponto podemos separar? Automaticamente tentamos compreender o que percebemos, invariavelmente tudo deve passar por esse mesmo prisma da compreensão onde a linguagem(e por associação a forma como raciocinamos) é indissociável. Não podemos dizer que uma está amarrada à outra? Essa é minha posição frente ao que disse 'até que ponto isso pode ser estabelecido como um limite para a apreensão da realidade como um todo?'; Eu vejo como inteiramente interligados, o limite intransponível(até que a neurologia prove o contrário).
Nossa mente só trabalha através do que pode quantificar e colocar sob uma tarja; Tudo aquilo além da compreensão nós reduzimos a um elemento mais compreensível, uma abstração mais fácil de lidar. Por exemplo, infinito; Nossa mente é fisicamente incapaz de imaginar quantias além de tanto(agora esqueci o número) e para lidar com a idéia ela se satisfaz com 'muitos'. Criamos até mesmo formas de facilitar isso, como 3 vezes muitos e assim por diante.
Não há nada que a mente possa processar que não possa ser associado de similar forma, e a humanidade fez um ótimo trabalho dando um nome para cada um desses conceitos(e continuamos criando novos significantes, sempre expandindo). É um processo automático, se falta uma definição precisa usamos várias na tentativa. É seguro afirmar que tudo em nosso processo mental só ocorre nesses blocos lógicos, onde a linguagem é mera estruturação formal para que expressemos esses 'blocos' a terceiros. E isso inclui tudo que nossos sentidos captam. Não creio que possamos falar de uma coisa sem a outra.
Acredito que esteja falando mais sobre como colocamos essa percepção da realidade, como sintetizamos o todo apreendido e se nisso a linguagem limitaria ou não. Definitivamente sim. Faltam palavras para descrever tudo que podemos raciocinar com exatidão, elas são uma aproximação; Reduzimos o efeito criando novas ou usando muitas e muitas mais(vide quantos livros temos). Como é uma via de dois caminhos, pelo uso contínuo desses sistemas formais(a língua) também pensamos primeiro usando os significantes já definidos. Acredito que isso atrapalhe sim, um preço a pagar, e um caro por ser inevitável.